Rick Wakeman: mago recria "King Arthur"com grande respeito e eficácia
Por Lucas Esteves
Postado em 23 de julho de 2016
Quando anunciou nas redes sociais que regravaria o grande clássico "Myths & Legends of King Arthur & The Knights of The Round Table", o tecladista britânico RICK WAKEMAN deixou os fãs com grande expectativas. Não era a primeira vez que faria algo parecido, e passar novamente por este enorme risco reafirma que o último grande mestre clássico das teclas vivo procura agradar seus fãs, após muitos anos de atirar para vários lados de maneira esquizofrênica. A diferença era se faria isso com respeito ao que criou antes.
E, após a audição completa, foi revelado que sim! Afinal, o artista tem três gigantescos álbuns: "Six Wives Of Henry VI", "Journey To The Centre Of The Earth" e o próprio "Myths & Legends", sobre os quais não há opinião unânime que aponte o melhor. Como já regravou os dois primeiros – e também ampliou seus setlists -, o tecladista se arrisca de novo em terreno perigosíssimo, pois pode desagradar memórias e puristas. Provavelmente seria péssima escolha mudar completamente arranjos tão queridos de tanta gente. Felizmente, não foram mudados.
A premissa original, segundo Wakeman, era ‘regravar o disco para que ele soasse como sempre deveria ter sido’. Se formos analisar em termos sonoros, a tarefa foi entregue com grande competência, uma vez que o disco soa maravilhosamente, aproveitando ao máximo a experiência de Wakeman e recursos técnicos de estúdio. Os arranjos – especialmente os da orquestra – soam idênticos ou quase iguais aos originais.
Para perceber isto, basta escutar as vinhetas pré-canções gravadas pelo coral masculino. A primeira audição deixa dúvidas se realmente houve regravação, pois a performance é idêntica, sem tirar nem por. Já outros detalhes de arranjos levarão os amantes da bolacha de 1975 a ouvi-la de novo para certificarem de que ouviam corretamente.
Mudanças mais sensíveis nas canções originais estão nos solos e algumas adaptações na dinâmica da banda tocando junta, referentes às mudanças para execuções ao vivo ao longo de mais de 40 anos de "Myths..." nos palcos. A principal alteração ficou a cargo da adição de vocais a "Merlin The Magician", como ocorre ao vivo.
Já as novas canções "Morgan Le Fay", "Princess Elaine", "Camelot", "The Holy Grail" e "Percival The Knight" se adaptam bem ao roteiro do disco clássico, já que focam em outros personagens da lenda e apresentam arranjos complexos como as outras canções. Todas foram cantadas pela inglesa Hayley Sanderson, que excursiona com a banda desde 2014.
Outra decisão que ajudou a deixar a reconstrução absolutamente reconhecível foi a de manter o principal cantor original, Ashley Holt, na nova gravação. Mesmo com idade avançada, pois está ativo desde o início dos anos 70, conseguiu entregar pelo menos 85% dos vocais com a mesma performance forte e aguda, no mesmo tom de 1975. Quase um milagre se considerarmos o quanto um cantor desgasta seu instrumento ao longo dos anos.
Ponto positivo também no entrosamento dos músicos escolhidos pelo mago para refazer o clássico. É especialmente prazeroso perceber o bom gosto do baterista Tony Fernandez e do guitarrista David Colquhoun, sempre a serviço do coletivo e avessos a chamar holofotes para si. Quem conhece a dupla recente de álbuns "Retro" já sabe o que esperar em termos de execução e timbres.
E, para não dizer que tudo foram flores, a escolha do trabalho gráfico do disco foi tétrica. É preciso que alguém diga aos músicos associados ao Yes que o trabalho de Roger Dean já flerta com o desastre há muitos anos. Especialmente se compararmos com o soberbo design do antigo "Myths...". Grande oportunidade perdida.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O primeiro tecladista estrela do rock nacional: "A Gloria Pires ficou encantada"
A banda desconhecida que influenciou o metal moderno e só lançou dois discos
Axl Rose é criticado por sua voz após Guns N' Roses homenagear Ozzy com cover no Brasil
O álbum "esquecido" do Iron Maiden nascido de um período sombrio de Steve Harris
Documentário de Paul McCartney, "Man on the Run" estreia no streaming em breve
A melhor música dos Beatles, segundo o Ultimate Classic Rock
Bryan Adams fará shows no Brasil em março de 2026; confira datas, locais e preços
Organização confirma data do Monsters of Rock Brasil 2026
Regis Tadeu toma partido na briga entre Iron Maiden e Lobão: "Cafona para muitos"
Regis Tadeu explica por que não vai ao show do AC/DC no Brasil: "Eu estou fora"
"Um cantor muito bom"; o vocalista grunge que James Hetfield queria emular
O convite era só para Slash e Duff, mas virou uma homenagem do Guns N' Roses ao Sabbath e Ozzy
Nicko McBrain revela se vai tocar bateria no próximo álbum do Iron Maiden
Os tipos de canções do Guns N' Roses que Axl afirma terem sido as "mais difíceis" de compor


O melhor cover de Beatles de todos os tempos, segundo Rick Wakeman
8 músicos que tocaram com o Black Sabbath e a banda solo de Ozzy Osbourne
O único disco dos Beatles que Rick Wakeman gosta - e nem é por causa dos quatro


