Pitty: pedindo fim do grito de "gostosa" durante os shows
Por Bruce William
Fonte: G1
Postado em 13 de julho de 2016
Pitty comentou ao G1, em entrevista de julho de 2016, sobre um trecho do DVD "Turnê Setevidas - Ao vivo", onde interrompe o show gravado em Salvador e desabafa sobre o incômodo que sente com gritos de "gostosa".
O documentário mostra você dizendo ao público que não gosta de ser chamada de 'gostosa' daquela forma no palco. Por que decidiu incluir esta cena no filme?
Pitty – Porque aconteceu, fez parte da história. E acho significativo que tenha acontecido nesse momento, e em um show na minha "casa", em Salvador. Foi um momento íntimo meu com meu público, e eu gosto de ter essa intimidade e essa liberdade com eles; de que posso me expressar e dizer as coisas que me incomodam. O mais legal é ver que eles me entendem, eles sabem com quem estão lidando. E se não for para ser assim não faz sentido; essa comunhão com as pessoas que gostam do meu som é muito importante para mim. Se no meu próprio palco eu não puder ser verdadeira, ser o que eu realmente sou, é porque tem algo errado nessa relação.
Recuperei episódios em que você já se mostrava incomodada com isso. Uma entrevista em que você xinga uma pessoa que está atrás e um relato de um show de 2014. Por que acha que é tão difícil as pessoas perceberem que isso te incomoda?
Pitty – Porque é cultural, e faz parte dessa mentalidade de objetificação da mulher. É fruto do machismo presente na nossa sociedade. A mulher é vista como uma coisa a ser tomada, tida, possuída. Um objeto que está ali para o divertimento e deleite visual do homem. Um bom exemplo disso são as campanhas de cerveja, por exemplo. Ou o fato de você andar na rua e ser obrigada a escutar coisas nojentas e desrespeitosas.
A maioria dos homens aprendeu que tudo bem agir dessa forma, que é um direito dele, ou que isso é "elogio". E ninguém havia perguntado como as mulheres se sentiam em relação a isso. Muitas também nem percebem o abuso dessa situação, porque fomos criadas dentro dessa mentalidade patriarcal e aprendemos que "homem é assim mesmo, que bobagem". Eu não acho mais que homem é assim mesmo, acho que homem é muito melhor do que isso.
E essas situações vêm mudando e as pessoas vêm tendo mais consciência de que isso não é legal porque as mulheres têm se manifestado mais, feito barulho. É preciso dizer o que está errado, o que incomoda. A vida inteira aprendemos a ficar caladas porque "as coisas são assim mesmo"; por isso é tão importante que a gente converse e se manifeste sobre essas coisas, para que haja uma mudança real.
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