Tower Records: documentário é obrigatório para amantes de música
Por Luiz Pimentel
Fonte: Blog do Luiz Pimentel
Postado em 28 de agosto de 2016
Quando fui fazer umas matérias no Japão, estava andando um dia à noite pelo bairro da vida noturna de Tóquio, Shibuya, quando vi um letreiro irresistível em vermelho e amarelo. Não era da Shell, do McDonalds nem da Chupa Chups, mas da Tower Records. Quase esfreguei os olhos para ter certeza de que era para valer. Entrei e passei horas flipando discos de vinil em prateleiras, pegando fones de ouvido e escutando coisas aleatórias, separando CDs e DVDs e revistas e livros e adesivos. Levei com o maior carinho os vinis do 'Made in Japan', do Deep Purple, e do 'Tokyo Tapes', do Scorpions, só para poder contar que comprei ambos em seus berços.
Quem teve a mesmíssima reação que eu foi o líder do Foo Fighters, Dave Grohl. Ele conta isso no espetacular documentário 'All Things Must Pass – The Rise and Fall of Tower Records', que foi lançado este ano e que infelizmente é de difícil acesso por aqui. (Se o download de produtos serve legitimamente para algo, este é um dos algos. Foi como consegui assisti-lo.)
Não vou ficar narrando o filme, para não entregar cenas que merecem ser assistidas para que se tenha a experiência completa. Só digo que a história da cadeia de lojas que nasceu em 1960 e que faleceu globalmente (menos no Japão, claro) em 2006 é retrato de como lidávamos com a cultura pop durante todo esse período, principalmente no pré-internet.
É brilhantemente dirigido por Colin Hanks, filho mais velho de Tom Hanks. Costura entrevistas com o staff da Tower, garotos que começaram o sonho com o fundador, Russ Salomon, e que construíram um império musical e editorial (Tower teve uma bela revista, 'Pulse', e foi cadeia de lojas de livros também) trabalhando lá como família.
Pelo que lembro, todos se emocionam (genuinamente) ao contar as relativas perspectivas da história. Tem uma cena, sem querer abrir spoilers mas já abrindo, de um executivo que não se contém durante a entrevista, pede para parar e larga a cadeira vazia para não chorar em frente às câmeras – só os segundos de cadeira vazia são poesia o suficiente para mais dois documentários.
Fora que a visita do Russ salomon, com seus 90 anos, à Tower e respectivos escritórios no Japão é quase tão tocante quanto a cena final do filme 'Campeão'.
Na boa, se você gosta de música ou simplesmente de história legal e bem contada, assista.
Segue o trailer.
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