Structural Repairs: "Rótulos não definem nosso trabalho"
Por Maximiliano Soriani
Fonte: New Times Comunicação
Postado em 10 de junho de 2019
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Prestes a completar uma década na ativa, a Structural Repairs está em ritmo acelerado com as composições de seu terceiro trabalho de estúdio. Após o lançamento do debut "Mind the Gap" em 2013, a banda paulista passou por uma reformulação em seu line-up que seguiu firme e forte culminando no lançamento do EP "We Choose Violence", de 2017. Com críticas positivas no Brasil e no exterior ao EP, Breno Tozo (guitarra), Fernando "Feto" Ornellas (bateria), Juan Santiago (vocal/guitarra) e Murillo Vallim (baixo) se mostram animados com o futuro do grupo.
O último trabalho de estúdio da banda foi o EP "We Choose Violence". Qual o balanço que vocês fazem desse lançamento até o momento?
Juan Santiago: O EP foi um marco na trajetória da banda. Ele estabelece o início de um novo ciclo na jornada da STRUCTURAL REPAIRS e apresenta o novo rumo que a banda está tomando. As faixas nesse álbum destoam de forma muito clara do que fora feito em seu antecessor, com linhas de guitarra e baixo mais elaboradas, maior presença de solos e linhas de bateria mais técnicas e impactantes. A aceitação do público e da mídia foi muito boa, rendendo alguns reviews muito positivos, inclusive alguns internacionais, e nós aprendemos muito com o processo de composição e gravação desse EP. Certamente levaremos todo esse aprendizado adiante nos próximos trabalhos.
É nítido que "We Choose Violence" é um trabalho bem distinto em comparação com o debut "Mind the Gap". Além da mudança de integrantes, quais os fatores que vocês classificam para tal avanço musical?
Juan Santiago: Há uma diferença de quatro anos entre o lançamento dos dois trabalhos. Nesse período, não somente ocorreu uma rotatividade grande de integrantes, como também houve outros fatores que moldaram a musicalidade do Breno e do Feto, que são remanescentes da formação inicial. Ambos se expuseram mais as mais variadas vertentes do Metal e conheceram bandas novas. O Feto teve experiência tocando em outras bandas paralelamente, mas creio que tanto minha entrada quanto a do Murillo tenham sido as maiores influências na mudança de sonoridade da banda.
Murillo Vallim: Um certo amadurecimento da banda, que vai ser notado até no nosso próximo trabalho. Acredito que a maior diferença foi a mudança de integrantes e essa maior integração entre nós.
Com os dois trabalhos lançados até o momento, podemos concluir que a STRUCTURAL REPAIRS não se atém a um rótulo específico. Nas músicas notamos influência de Thrash, Death e até Groove Metal. Esse direcionamento adotado é proposital ou fluiu naturalmente?
Juan Santiago: É algo completamente natural. Nós quatro temos um gosto musical muito parecido, mas obviamente cada um transparece algo muito peculiar em sua forma de tocar e em suas composições. Todos bebemos muito do Death e do Thrash Metal, mas eu consigo notar uma influência muito forte de Deathcore e das bandas mais pesadas do New Metal do começo do século nos riffs do Breno, ao mesmo passo em que os solos dele são bem mais técnicos e rápidos. O Feto também perambula por influências parecidas, mas com uma pitada de Prog que é bem interessante. O Murillo tem um pé muito forte no Death clássico e traz uma bagagem bem grande de estilos fora do Metal. E eu sempre tive um pé bem forte no Death clássico, Melodic Death Metal e flerto bastante com o Groove metal.
Murillo Vallim: Fluiu naturalmente. Cada um tem uma influência mais forte, e o EP tem a cara de todos, isso nos deixou muito felizes. Além disso, não ter rótulo hoje em dia eu considero muito bom, pois temos maior amplitude na hora de compor.
De forma sutil, o grupo incluiu a planta da antiga penitenciária do Carandiru (SP) na capa do EP "We Choose Violence". Por que tal escolha?
Juan Santiago: A escolha foi algo que veio naturalmente no momento de compor a arte tendo em vista o título do EP. Na verdade, há uma foto de um dos corredores do Carandiru que preenche todo o fundo da capa de forma bem discreta e a planta foi utilizada sobreposta em cinza por cima. Outra curiosidade sobre a capa é que no canto superior esquerda, em vermelho, há a planta de um manicômio. Tanto a cadeia quanto o manicômio refletem bem o teor das letras que abordam conflitos, tanto externos quanto internos, e as nuances da psique humana. O uso das plantas desses locais em vez de fotos é uma referência ao nome da banda.
A STRUCTURAL REPAIRS mantém a mesma formação há três anos. Até então, a mudança dos membros do grupo era mais constante. O que faltava para a banda "engatilhar" e adquirir essa estabilidade?
Breno Tozo: É a primeira vez que conseguimos convergir às expectativas musicais, criando uma sonoridade que agrada a todos os membros da banda, tornando o engajamento de todos ainda maior. Também criamos uma afinidade muito forte de ideias fora do contexto da banda Não nos prendemos apenas às discussões musicais. É uma formação extremamente integrada. Dentro do contexto da música, temos praticamente as mesmas influências.
Acredito que tal estabilidade na formação da banda tenha sido benéfica para o entrosamento. E como está o processo de composição para o próximo trabalho?
Juan Santiago: O próximo trabalho já está em fase final de composição Já temos todas as letras e a parte instrumental está completa, com exceção dos solos de guitarra que ainda não foram 100% definidos. Pretendemos incluir as músicas gradativamente em nosso set ao vivo e tocá-las à exaustão antes de entrarmos em estúdio. Uma coisa que aprendemos com o EP "We Choose Violence" é que não vale a pena apressar a gravação. Todos estão muito satisfeitos com o resultado final do EP, mas hoje tocamos as músicas um pouco diferente do que foi gravado e com muito mais segurança e pegada. Como não estamos presos a uma gravadora, podemos nos permitir esse tempo para amadurecer as músicas até onde acharmos necessário antes de entrar em estúdio uma vez que não existe a pressão de uma data para lançamento.
Diferente de outras bandas, a STRUCTURAL REPAIRS optou em focar seus lançamentos pelo streaming em vez de álbuns em formato convencional, como o CD. Por quê?
Juan Santiago: Há uma realidade atualmente que precisa ser encarada: mídias físicas estão desaparecendo. Para uma banda independente como a STRUCTURAL REPAIRS, é inviável fazer uma tiragem grande de CDs se não haverá um retorno financeiro. Conhecemos várias bandas, inclusive bandas famosas no cenário metal brasileiro, que possuem estoques intermináveis de CDs encalhados porque o público hoje opta por consumir música de forma digital. Obviamente sempre haverá lugar para as mídias físicas entre os colecionadores e fãs fiéis de determinada banda, mas é um nicho muito pequeno. Outro fato que há de ser encarado é o de que muitas pessoas não irão consumir um álbum na íntegra, o fato de poder comprar uma música isolada por streaming ou ouvir algumas músicas específicas de um álbum nas plataformas digitais sem ter que pagar pelas músicas que você não quer ouvir torna a venda de CDs físicos ainda mais impraticável. O mercado fonográfico está mudando, e precisamos acompanhar essa mudança.
Murillo Vallim: Tem essa questão de custos. Somos uma banda independente, tudo sai do nosso bolso. Não temos tanto capital assim para investirmos em mídia física, além disso, como o Juan comentou, o streaming acabou tomando conta do mercado, assim também acabamos alcançando diversos países, de onde tivemos ótimos reviews, inclusive sobre o EP.
Apesar disso, "We Choose Violence" contou com pouquíssimas edições em mídia física. Há um planejamento para que o próximo trabalho seja disponibilizado em CD ou o foco vai se manter no streaming?
Juan Santiago: Ainda não decidimos como o material novo será lançado, porém, a chance de optarmos por mídia física é remota. Além dos custos de produção, toda a logística envolvida na confecção e distribuição do material físico exige muito trabalho e tempo. Preferimos focar nossa energia em outras áreas como a composição de material novo, shows e etc.
Uma informação que está nas suas redes sociais é de que o próximo trabalho possa ser conceitual. Qual será o tema abordado?
Juan Santiago: Para a composição das letras do novo material, me inspirei em uma citação do livro "Those Who Remain", capítulo final da saga "The New World Series" do escritor norte-americano G. Michael Hopf. A saga aborda a vida em um mundo ficcional pós-apocalíptico e a forma como a sociedade se desenvolve mediante os desafios apresentados por essa nova realidade. A citação é dividida em quatro orações, logo, cada uma serviu de inspiração para a elaboração das letras de cada uma das quatro músicas do novo trabalho, descrevendo cada passo do ciclo proposto.
A banda conta com um videoclipe e um lyric vídeo da faixa "This is War", que integra o EP "We Choose Violence". Esse formato parece ter dado um bom retorno. Vocês pretendem desenvolver outro lyric vídeo?
Juan Santiago: Certamente trabalharemos novamente com lyric vídeos no futuro. Gostamos bastante do formato e, inclusive, já estamos discutindo qual será a primeira música de trabalho do novo material para assim podermos elaborar um lyric vídeo que acompanhe o lançamento do single.
Por fim, agradecemos pela entrevista. Deixe um recado para o seu público.
Juan Santiago: Gostaríamos de agradecer imensamente pela entrevista e pela oportunidade que estão nos proporcionando e a todas as pessoas que nos seguem e acompanham nosso trabalho. Fiquem ligados nos próximos shows, pois apresentaremos as músicas do novo trabalho ao vivo gradativamente. Nos encontramos nos rolês da vida. Forte abraço!
Murillo Vallim: Obrigado pela oportunidade e obrigado pelo apoio dos fãs e de toda a galera que curte o Whiplash! Se puderem, deem uma força e sigam e curtam nossas redes sociais.
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