Machismo na música: Sharon den Adel e Amy Lee falam sobre o assunto
Por Igor Miranda
Fonte: Metal Hammer / Louder
Postado em 14 de outubro de 2019
As cantoras Sharon den Adel (Within Temptation) e Amy Lee (Evanescence) estampam a capa da nova edição da revista "Metal Hammer". As bandas das vocalistas estarão juntas, em uma turnê como co-headliners, pela Europa, em abril de 2020.
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Além de falarem sobre a carreira e o momento atual, as artistas debateram sobre o machismo na indústria musical, com foco no ambiente do rock e metal, vivenciado por ambas. Elas revelaram que sentiram pressão para dar uma abordagem mais sensual à forma como se apresentavam, mas não cederam e seguiram fiéis ao que acreditavam.
"Nunca fiz o que não queria fazer nesse sentido. Tenho orgulho disso, mas sempre há aqueles momentos em que dizem para você: 'ei, funciona assim, as pessoas vão focar nisso e você precisa perder 15 quilos'. É realmente sua escolha se você segue ou não esse conselho. A única coisa que isso me causou foi um pouco de insegurança, especialmente tendo 21 anos", afirmou.
Apesar da insegurança, Amy Lee disse que a decisão final foi a de que não cederia à pressão. "Sempre fui quem eu queria ser. Falávamos sobre ser inspiradas por bandas únicas e isso foi mais importante para mim do que ter um grande sucesso. Felizmente, também conseguimos o êxito e isso é, parcialmente, algo que nos separou, pois não estávamos fazendo o que todas as outras mulheres da indústria estavam fazendo", disse.
Sharon den Adel, por sua vez, sofreu pressão para usar roupas mais curtas mesmo sendo bacharel em Gestão de Moda e com trabalhos como estilista e designer de moda. Porém, devido à sua formação, ela tinha ideias claras sobre o que queria vestir no palco e em aparições públicas.
"Quando entrei para a banda, queria usar esses vestidos grandes. A gravadora dizia: 'você não pode ser um pouco mais sexy?'. Decidi que não, pois essa é quem sou, me sinto confortável assim. Isso também destacava a música que fazíamos, que era épica e com orquestra. Combinou", afirmou.
Divas?
Amy Lee considera que é injusto ser classificada como "diva", especialmente considerando que o Evanescence deixou sua marca no gênero.
"Acho que isso tem mais a ver com as pessoas que estavam ao meu redor - eram todos homens", afirmou ela, que apontou uma situação problemática: muitas artistas mulheres são representadas por homens mais velhos e, por vezes, ainda não têm opinião própria formada.
A nova edição da "Metal Hammer" está à venda, com a entrevista completa. A revista não é publicada no Brasil, embora possa ser importada.
'Female-fronted'?
Na prévia da entrevista divulgada pela "Metal Hammer", não houve menção ao termo "female-fronted metal" (algo como "metal de vocalistas mulheres", em uma tradução mais básica), comumente utilizado para definir bandas que têm mulheres como vocalistas - mesmo que os subgêneros sejam compleatmente diferentes.
Em entrevista também à "Metal Hammer", mas concedida no início de 2018, a vocalista Cristina Scabbia, do Lacuna Coil, repudiou o uso do termo. Ela também pontuou que o heavy metal ainda é dominado pelo sexo masculino.
Questionada sobre o rótulo "female-fronted metal", Cristina Scabbia disse que sequer pensa sobre tal segmentação. "Fazemos o que fazemos sem pensar que há uma mulher na banda. Sinto-me como um dos caras. Sei que é fácil dizer 'female-fronted band', porque precisa-se colocar tudo em categorias, mas nunca pensei assim, nunca senti nenhum tipo de pressão e acho que nem os caras da banda sentiram", disse.
Scabbia discorreu sobre o cenário heavy metal - segundo ela, dominado por homens - ao ser perguntada sobre iniciativas que poderiam ser tomadas para inserir mais mulheres às músicas. Embora tenha reconhecido que a situação está mudando, o panorama geral ainda é dominado pelo sexo masculino, de acordo com a vocalista.
"No metal, agora, as coisas estão realmente diferentes. Quando comecei, existiam poucas bandas com uma mulher na formação, seja cantora ou musicista. Agora, as coisas mudaram e vejo várias bandas com uma mulher chegando. Acho que o único problema é que o metal ainda é um cenário dominado por homens, então, há mais bandas com caras na formação. Não penso que seja algo sexista, do tipo: 'não queremos mulheres por aqui'. Acho que é, simplesmente, porque há mais bandas com caras", afirmou.
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