Steve Vai: o "amor a Deus" que curou uma depressão e alavancou seu sucesso
Por Jorge Felipe Coelho
Fonte: Rádio Catedral do Rock
Postado em 28 de maio de 2020
Na indústria musical diversas vezes um hit é concebido à revelia do próprio artista autor da canção. Seja por não gostar tanto de um trabalho próprio que acabou caindo no gosto popular ou mesmo por imposição da gravadora em trabalhar determinada música, alguns sucessos podem ser renegados por seus criadores. Aqui no Brasil temos o exemplo do próprio Los Hermanos, que já deu mostras suficientes de não gostar de sua "Anna Júlia", sucesso regravado até por George Harrison. Este problema, definitivamente, não aflige Steve Vai.
A composição mais famosa do virtuoso guitarrista americano é declaradamente também sua criação preferida: "For the Love of God", lançada em 1990 no álbum Passion and Warfare, é uma catarse instrumental de 6 minutos. Um prato cheio para estudantes de guitarra, já que é permeada por uma série de técnicas como alavancadas, whammy bar tricks, two-hand tapping, harmonics, etc. Para além do título óbvio "Pelo Amor a Deus" (em uma tradução livre), todo o clima da canção se mostra como uma espécie de procura e/ou elevação espiritual.
A atmosfera impressa em seu maior sucesso é prontamente entendida ao saber o momento que Steve passava na época da composição. No backstage do festival Rock in Rio de 2015, única edição brasileira da qual o músico participou, ele falou sobre o contexto em que a canção foi criada:
"Quando eu era mais novo, com 20 ou 21 anos, passei por momentos difíceis psicologicamente. Talvez isso se chame depressão, muito sombria. Eu precisava sair dessa condição ou morreria. Então eu mudei tudo em minha vida, mudei a maneira de comer, comecei a estudar coisas diferentes, comecei a olhar para dentro de mim mesmo... Uma das coisas que eu fiz foi começar a jejuar, que é uma forma de você limpar seu corpo. Quando eu estava trabalhando em "Passion and Warfare", gravando a canção "For the Love of Gof" eu estava no meio de um jejum de 10 dias. Eu fazia isso duas vezes por ano. "
Um mês antes do lançamento de Passion and Warfare, que alavancaria seu sucesso trazendo sua música mais conhecida, Steve participou de um cultuado show no Monsters of Rock Festival comandando as guitarras do Whitesnake, com quem trabalhava desde 1989 a convite de David Coverdale. A clássica performance virou o álbum ao vivo Live at Donington 1990 e promovia o álbum da banda britânica, que também contou com as guitarras de Steve, Slip of the Tongue.
O grande sucesso de Passion and Warfare e sua musicalidade diferenciada fez com que Steve considerasse esse o trabalho mais importante em sua carreira e que, como um todo, teve um cunho espiritual. O álbum foi todo baseado em uma série de sonhos que o guitarrista teve quando jovem. Ele diz que se forçou a ficar em estado alterado de consciência relativa, uma forma de apresentar coisas que são únicas para si. E complementou sobre a sua melhor música:
"Esta música é sobre o quão longe as pessoas vão para o amor de seu Deus. Quando você se disciplina a parar de fumar, a correr mais rápido ou a jogar melhor, você tem que ir fundo dentro de si. E isso é um acontecimento profundamente espiritual. É assim que você entra em contato com esse pedacinho de Deus dentro de você. É isso que eu estava tentando conseguir com "For the Love of God", eu tentava encontrar esse ponto!"
Além disso tudo, a verdade é que Steve encontrou a vitória contra sua depressão psicológica e ganhou milhões de fãs ao redor do mundo com uma canção que, diferente de outros artistas, por gratidão jamais irá se cansar de tocar. Confira uma versão ao vivo do hino de Steve Vai:
Leia mais no Boletim do JF, disponível no link abaixo.
https://radiocatedraldorock.com/?p=553
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