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Jeff Scott Soto: "você não trabalha com Yngwie Malmsteen; você trabalha para Yngwie"

Por Igor Miranda
Postado em 28 de julho de 2020

O vocalista Jeff Scott Soto, que fez parte da banda solo do guitarrista Yngwie Malmsteen, falou sobre como era o trabalho com o músico em entrevista ao That Metal Interview With James. O cantor integrou a formação de 1984 até 1985, voltando entre 1986 e 1987, quando saiu de vez.

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Durante o bate-papo, Soto disse que não é possível trabalhar com Malmsteen, mas, sim, para o guitarrista. Ele declara que essa razão o motivou a abandonar rapidamente o projeto. As declarações foram transcritas pelo Blabbermouth.

"Aprendi cedo que você não trabalha com Yngwie; você trabalha para Yngwie. Foi uma das razões pelas quais saí logo no início. Estou acostumado a trabalhar com pessoas: criamos, construímos, formulamos juntos", disse, inicialmente.

Em seguida, o vocalista comenta que chegou a acreditar que aqueles músicos poderiam, de fato, compor uma banda. "Eu estava em uma situação onde o guitarrista era o foco. Era a carreira dele, a banda dele, a visão dele. Porém, achei que a visão dele poderia mudar ao ter as melhores pessoas possíveis com ele e, depois, cresceríamos juntos e construiríamos a visão dele juntos, transformando em uma visão de grupo. Foi meu primeiro erro", afirmou.

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Quando percebeu que não queria trabalhar para alguém e sim com alguém, Jeff Scott Soto notou que estava sofrendo algumas injustiças. "Estávamos recebendo pouco crédito, não recebíamos o salário que prometeram. Todas as minhas desilusões surgiram. Apenas pensei que aquilo não era para mim, não tinha respeito. Não falo apenas de Yngwie, falo de tudo. Não havia foco na gravadora ou entre os empresários. Mesmo os fãs não tinham foco: tudo era Yngwie, Yngwie, Yngwie. E eu estava me esforçando como em qualquer outra banda, mas sem retorno", disse.

Por fim, o cantor pontuou que não estava insatisfeito com a música em si, nem mesmo houve nenhuma briga entre ele e o guitarrista. "Apenas senti falta de estar em uma banda e compartilhar tudo. Até por ser o único americano. Geralmente, você sai de um show todo suado e rindo nos bastidores com seus parceiros, comentando coisas tipo 'você viu aquela garota levantando a blusa?'. Com essa banda, saíamos do palco e todos os outros começavam a falar em sueco. Sentia que estava sendo excluído e até pedia para falarem em inglês. Foi ruim para mim. Era jovem, 'verde', inexperiente. Lidaria com essas situações de forma diferente hoje em dia", concluiu.

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Provocações e 'paz'

Em 2017, Jeff Scott Soto chegou a rebater uma declaração de Yngwie Malmsteen, que, em entrevista ao Metal Wani, disse que não voltará a ter vocalistas em sua banda porque eles "se acham".

Na ocasião, Malmsteen afirmou: "Existe uma certa desconexão quando você compõe uma música e dá para outra pessoa cantar. Há um tipo de falsidade nisso. Componho tudo, as letras, melodias, a outra pessoa somente cantava. Para mim, vocalista não é ser diferente de um baixista ou tecladista. Não são mais importantes que outros músicos. Eles, infelizmente, parecem pensar que são".

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Soto, na época, rebateu com ironias e citou outros vocalistas que se apresentavam com Malmsteen e que também teriam tido problemas com o guitarrista. "É uma declaração fabulosa, oh Deus! Não posso culpá-lo, sua proeza vocal cresceu 0,5 vezes nas últimas duas décadas. Por que ele trabalharia com caras horríveis como eu, Tim Ripper Owens ou Joe Lynn Turner e lidar com egos... como querer nos escutar no palco em meio à cavalgada de caixas Marshall, ou pagar nossos míseros salários no dia certo (ou só pagá-los)?", declarou.

O cantor comentou, ainda, que o guitarrista errou ao dizer que compõe tudo em sua banda. "Escrevi mais de 3/4 das letras e metade das melodias de 'I'll See The Light Tonight', toda a letra de 'Caught In The Middle' e 'Don't Let It End' (ele fez o título e pegou 50% da autoria) e toda a 'On The Run Again' (título incluso)", afirmou.

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À época, o empresário de Yngwie Malmsteen chegou a explicar que a declaração não foi devidamente compreendida. "Yngwie nunca mencionou o nome de nenhum deles, só afirmou que não estava interessado em trabalhar mais com vocalistas porque ele não sentia isso favorável ao seu estilo de compor. Se Yngwie tivesse um problema com seus músicos contratados por causa do ego, ele tinha todo o direito de despedi-los porque o projeto era e ainda é dele. É lamentável que esses vocalistas tenham que recorrer a lamentações e insultos", disse.

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Já em 2019, Malmsteen adotou um discurso mais amistoso sobre seus ex-músicos de forma geral. Ele declarou que não tem vontade de se reunir com seus antigos colegas, mas que enxerga tudo com naturalidade. "Gosto de tudo que foi feito. Foi o melhor que pudemos fazer. E é isso. O que faço em seguida não é algo que leve ao passado. Estou em carreira solo desde 1984. Os outros caras foram contratados. Desejo o melhor para eles, mesmo que gostem de falar coisas ruins sobre mim", declarou.

No último dia 30 de junho, quando Yngwie Malmsteen fez seu 57° aniversário, Jeff Scott Soto publicou uma mensagem parabenizando o ex-colega. "Um feliz aniversário ao Maestro, sim, é isso mesmo, um ramo de oliveira estendido a Yngwie Malmsteen. Algum dia, nossos caminhos irão se reencontrar. Porém, até lá, desejo a ele um feliz 57° aniversário", disse o cantor na legenda da postagem, que traz uma foto dos dois se apresentando na década de 1980.

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Comente: Qual a sua opinião sobre a personalidade de Yngwie Malmsteen?

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Sobre Igor Miranda

Jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital pela Universidade Estácio de Sá. Começou a escrever sobre música em 2007 e, algum tempo depois, foi cofundador do site Van do Halen. Colabora com o Whiplash.Net desde 2010. Atualmente, é editor-chefe da Petaxxon Comunicação, que gerencia o portal Cifras, Ei Nerd e outros. Mantém um site próprio 100% dedicado à música. Nas redes: @igormirandasite no Twitter, Instagram e Facebook.
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