Raimundos: por que eles não gostavam de comparação com os Mamonas Assassinas
Por Igor Miranda
Postado em 26 de outubro de 2020
No longínquo ano de 1995, duas novas bandas em destaque no cenário brasileiro eram frequentemente comparadas: Raimundos e Mamonas Assassinas. Ainda que existissem diferenças substanciais na sonoridade de ambos, parte do público e até da crítica colocava os dois grupos no mesmo balaio em função das letras bem-humoradas.
Uma antiga entrevista do Raimundos ao jornal "Folha de S. Paulo", datada de 4 de novembro de 1995, mostra que os integrantes não gostavam muito da comparação com os Mamonas Assassinas. Durante o bate-papo, o quarteto buscou explicar as diferenças com os colegas do Mamonas.
Na época, o Raimundos havia acabado de lançar seu segundo álbum, "Lavô Tá Novo". O trabalho que dava sequência ao disco de estreia, autointitulado, responsável por vender 180 mil cópias - em um selo independente, o Banguela.
"Não gosto quando comparam a gente. Não tem nada a ver. A gente quer fazer um som legal, tocar uma porrada, fazer uma zoeira, não fazer o público rir", disse o vocalista Rodolfo Abrantes, que também exaltou os méritos dos Mamonas, dentro da lógica "se vendeu é bom", de acordo com a reportagem.
O guitarrista Digão, por sua vez, comentou: "Eles parecem mais com o Falcão (compositor brega-cult). Só que o Falcão é mais inteligente".
O jornal aponta que o baixista Canisso era o único integrante do Raimundos que gostava dos Mamonas Assassinas. Rodolfo ironizou: "Também, ele gosta da música de qualquer um de quem fica amigo".
A reportagem, que também traz um comentário da banda sobre Robert Plant e Jimmy Page (ambos Led Zeppelin) estarem "velhos", pode ser lida na íntegra no site da "Folha de S. Paulo".
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