Nervosa: Prika Amaral exalta esforço de quem já passou pela banda
Por AD Luna
Fonte: InterD
Postado em 28 de janeiro de 2021
"Perpetual Chaos" é o título do novíssimo álbum da Nervosa. A banda que antes era totalmente formada por integrantes brasileiras, tornou-se internacional com a entrada da baterista grega Eleni Nota, da vocalista espanhola Diva Satanica, da baixista italiana Mia Wallace e da guitarrista e líder Prika Amaral, natural de Bragança Paulista, São Paulo.
Prika foi entrevistada na edição #85 do InterD – música e conhecimento, programa veiculada nas quartas, às 20h, na Universitária FM do Recife, nas principais plataformas digitais e no site abaixo.
A seguir, trechos da entrevista transcrita da conversa com ela.
Primeiramente, Prika, super parabéns por suas conquistas e sucesso na nova fase. Quando a gente assiste a vídeos com a Nervosa, o que mais transparece é o clima de grande harmonia e camaradagem entre você e as novas integrantes.
Olá! Gostaria de agradecer, primeiramente, pela oportunidade de falar sobre a nova Nervosa. Todo esse apoio de fãs, da imprensa, de todo mundo que gosta da Nervosa de alguma forma, é muito importante para gente nesse momento. Agradeço demais.
A gente está muito feliz, todas nós estamos muito empolgadas. A ansiedade é uma coisa constante na gente e muito grande.
Principalmente depois que gravamos o disco. A gente não vê a hora de cair na estrada, de viver esse sonho mais intensamente, trabalhar cada vez mais para a Nervosa e para nossos fãs.
Tem sido uma experiência incrível para todas nós. Para mim, por ter estar vivendo algo que já vinha vivendo só que com outras pessoas e agora com um time completamente novo, trazendo energias, ideias novas.
É muito legal a gente ter essa troca de experiência. Há um respeito e uma admiração muito grande entre nós. E isso é uma coisa muito importante, que tem contribuído bastante para toda essa vibe boa.
E, mais uma vez, ansiedade acho que é a palavra que mais define a Nervosa, nesse momento, porque estão todas com muita vontade de fazer cada vez mais.
No que vocês se basearam para escrever as letras do disco novo?
Bom, as letras são inspiradas naquilo que a gente sente, naquilo que a gente vive e nas nossas necessidades de falar sobre certos assuntos. Esse disco acho que tem a maior variedade de assuntos e tópicos do que qualquer outro disco da Nervosa. E sempre falando sobre o comportamento humano e política, que envolve o comportamento humano no geral. Porque tudo que a gente vive hoje gira em torno disso.
O disco já começa falando do comportamento das pessoas em relação à competitividade e como eles veem o próximo sempre como inimigo, um opositor, e como elas se comportam em relação a isso. Fala de pessoas invejosas, que fazem as coisas com maldade.
E aí, o disco segue, fala muito sobre pessoas que estão passando por momentos difíceis. Tem uma letra que fala sobre julgamentos. Hoje em dia, a gente vive a era da internet, muitas vezes as pessoas não se certificam de algumas informações e saem por aí crucificando outras, julgando muito, todo mundo.
Tem uma letra que já traz mais positividade, "Time to fight", a hora pra lutar. É uma letra positiva porque, num momento de pandemia e todas essas coisas ruins acontecendo, a gente tenta de alguma forma mostrar que precisa continuar lutando, e não desistir nunca.
Há muita coisa que não vou revelar, porque quero que as pessoas escutem o disco e tenham as suas próprias interpretações também. Acho que música é você também senti-la e ter sua própria interpretação.
O lyric video da música "Perpetual Chaos" foi produzido pelo artista gráfico pernambucano Alcides Burn. Como foi esse contato com ele?
O Alcides é um grande amigo. Eu admiro muito o trabalho dele, que desde quando conheci, só foi crescendo com o tempo. Acho que uma obra de arte se engrandece pelo que o artista é também. Admiro muito como ele trabalha com as bandas, é uma pessoa que está sempre presente, para todas as bandas, sempre ajudando muito a cena.
É um cara que trabalha para todo mundo crescer, sabe? Uma pessoa livre de egocentrismo, de qualquer coisa assim. É um cara que valoriza amizade, uma pessoa que quero ter sempre por perto. Eu o admiro muito como pessoa, além de como artista.
Ângela Euterpe, vocalista da Hostinalia, pergunta:
Queria relembrar que, no camarim do Pub Estelita (casa de show no Recife), te perguntei como era que você se sentia em relação à fama, viajar, tocar, ficar em hotel. Lembro de você ter comentado que era algo bem solitário, mas que você amava fazer. Era uma via de mão dupla. Queria saber o que mudou, principalmente, agora que estamos numa pandemia. Você sabe que como músico nós sempre sonhamos com o "pódio", chegar onde você chegou. Como você se sente com suas conquistas?
Bom, primeiramente um abraço grande para Ângela, que é uma amiga, uma pessoa que admiro bastante também. Já tive oportunidade de encontrar com ela duas ou três vezes, uma menina que tem muito talento, uma voz muito maravilhosa! Espero encontrar com ela logo mais.
Sobre a pergunta, ter uma vida de músico é você estar ciente que vai ter que abrir mão de muita coisa e de quase tudo. Mas acredito muito no que move a gente, no que nos faz sorrir, naquilo que a gente tem que investir. A música para mim sempre foi algo que me levanta da cama todos os dias. É uma coisa que nunca me desagrada, me dá forças, é uma coisa que amo fazer.
É um processo que para mim é muito natural, faz parte você deixar muita coisa para trás. Não é uma coisa que me faz sofrer. Claro, tem os pontos tristes, algumas coisas gostaria que fossem diferente. Mas não é possível a gente ter tudo. Então, tendo isso claro na cabeça, faz a gente se sentir um pouco melhor em relação a outras coisas.
Como me sinto em relação às minhas conquistas? Muito grata. Batalhei muito, trabalhei muito, assim como todas as integrantes que fizeram parte da Nervosa e o carinho que a gente tem do público, no Brasil, fora, na América Latina, Estados Unidos, no mundo inteiro, é muito grande.
Leia e ouça a entrevista na íntegra neste link.
FONTE: InterD - música e conhecimento
http://www.interd.net.br
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