Kiko Loureiro: na Finlândia "a sociedade pensa como sociedade"
Por Emanuel Seagal
Postado em 22 de setembro de 2021
Lucas "Moita" Steinmetz, do Canal Heavy Talk, entrevistou Kiko Loureiro, guitarrista do Megadeth. No bate-papo Lucas perguntou ao músico, que mora na Finlândia com sua esposa, Maria Ilmoniemi, o que ele aprendeu com os finlandeses que o resto do mundo deveria aprender.
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"Cada país tem sua história, como o país é construído. Aqui foi construído de outra forma, a própria natureza, Rússia de um lado, Suécia do outro, Estônia ali, completamente diferente, um país sempre em guerra, digamos assim. Tem uma sociedade, seria legal todo brasileiro passar aqui e ver, uma sociedade que pensa como sociedade. A conversa seria muito longa aqui, pra explicar, mas é uma sociedade em que você sente que as pessoas estão ali para a sociedade, entendendo que com o bem estar de todos a nação cresce", respondeu Kiko.
O guitarrista também falou sobre o grande número de bandas finlandesas de metal que obtiveram reconhecimento internacional, mesmo com o país tendo apenas 5 milhões de habitantes, uma população muito inferior a do Brasil, que conta com mais de 200 milhões de pessoas. "No Brasil a gente fica navegando sempre com poucas bandas. Eu tô falando de bandas que viajam pra fora, tá? Eu sei que no Brasil tem um monte de banda e tal [...] se a gente botar Suécia do lado, que é um país de 10 milhões, aí fica até sem graça. Bandas que ditaram moda e tudo mais. Isso tudo vem de uma base da educação na escola, que eu vejo, que todo mundo aprende música. Sabe que a arte é fundamental para uma sociedade, para a população, uma coisa simples que no Brasil cada vez negam mais isso. É um dos maiores absurdos, que vai destruir a nação. Cultura é a principal coisa.
"Enquanto isso a gente vai consumindo tudo que vem de fora e pagando caro. Seja Netflix, seja YouTube, seja Disney, seja o hamburger do McDonald's ou o café do Starbucks, tudo cultura que vem de fora que a gente consome porque a gente não consegue criar a nossa própria ou a gente acha que cultura não serve pra nada. Os países que entendem isso, os caras podem ter 5 milhões de habitantes, só no heavy metal, os caras tem 10, 15 bandas, que fazem turnê mundial. Pode contar que em termos da indústria é igual, que de outros estilos de música é igual, pode contar que na fotografia, cinema, e tudo mais é a mesma coisa, nos games, Angry Birds é daqui, Supercell é daqui e por aí vai. É uma sociedade que preza pela educação e preza pela igualdade, então você paga para que todos tenham educação para que todos sejam iguais, só que tem um problema aí que nasce. A competição é com todo mundo, né, então no Brasil fica difícil porque o cara não quer que outra classe compita com ele, e nos Estados Unidos é a mesma coisa", concluiu.
Confira o bate-papo na íntegra no player abaixo.
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