O dia que, no auge da segregação racial nos EUA, Dio entrou em cinema de negros
Por Gustavo Maiato
Postado em 24 de setembro de 2022
Em meados dos anos 1960, ainda vigorava nos Estados Unidos a política de segregação racial. Isso significa que havia, por exemplo, cinemas específicos para a população negra e outros para os brancos.
Na biografia "Rainbow in the Dark", editada no Brasil pela Estética Torta, Dio se recordou de uma vez que ele e alguns amigos sem querer entraram em um desses cinemas exclusivos para negros.
"Uma vez, fomos todos em um antigo cinema em frente à estação de trem na Carolina do Sul. Parecia uma boa maneira de passar a tarde até a partida do nosso transporte. O filme já tinha começado quando entramos no local já escuro e nos sentamos no fundo. Foi anunciado como um faroeste e esperávamos John Wayne ou Roy Rogers espancando bandidos. Em vez disso, era Sidney Poitier matando cowboys brancos com uma naturalidade indiferente, acompanhado por gritos histéricos da plateia quando cada antagonista levava a mão ao peito e caía ao chão. A segregação ainda era o sistema nessa roça do Sul, e tínhamos escolhido um cinema para negros. Não me lembro de ter me sentido ameaçado, mas, ah, como comemoramos quando Sidney 'apagava' mais um cara-pálida".
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