Thom Yorke em 1992: "Tenho um desprezo patológico por Jim Morrison"
Por André Garcia
Postado em 01 de outubro de 2022
O Radiohead se tornou um sucesso de venda e crítica em 1997, com o lançamento da obra-prima "OK Computer". No entanto, a banda, formada nos anos 80, já no começo da década seguinte fazia um certo sucesso com "Creep" se tornando um hit após o lançamento de "Pablo Honey" (1993).
Conforme publicado pela Far Out Magazine, em 1992, quando "Pablo Honey" ainda estava terminando de ser masterizado, Thom Yorke deu uma entrevista para o fanzine The Scene. Essa entrevista ficou famosa por revelar o desprezo que o vocalista possuía por um dos grandes nomes do rock sessentista: Jim Morrison.
Yorke começou comentando os princípios do Radiohead: "Uma das principais razões de estar nessa banda é por causa das músicas, e porque nós mudamos muito, muito rápido. Nós temos uma sonoridade, mas, ao mesmo tempo, estamos sempre mudando."
Em seguida, ele comentou a faixa "Anyone Can Play Guitar", dizendo ser "liricamente anti-ego rock. O segundo verso diz 'Eu quero ser Jim Morrison', e eu tenho um desprezo patológico por ele e tudo que cerca ele. Simplesmente porque aquilo afeta e tem afetado as pessoas nas bandas e o rock, fazendo as pessoas acharem que precisam ser uns babacas do c*ralho para seguir o mito."
"Jim Morrison é um gordo, um desgraçado sem talento, e está morto", prosseguiu impiedosamente. "Nada disso significa nada. É melhor ser você mesmo dentro da indústria do que satisfazer ao que é esperado de você. Eu estou lendo um livro de Lester Bangs, e tem uma parte brilhante sobre que o rock por um lado deve ser levado a sério, mas por outro deve esculhambar a si mesmo. Tipo The Stooges! Por um lado, eles são uma banda do c*ralho, mas por outro eles são esculhambados. Iggy Pop é pura esculhambação."
Além de Thom Yorke, Jim Morrison já foi detonado também como músico e poeta por nomes como Lou Reed e Frank Zappa. Danny Fields, que foi empresário de bandas como The Stooges e Ramones e já trabalhou com o The Doors, no livro Mate-me Por Favor detonou seu vocalista dizendo que ele "rebaixou o rock enquanto poesia".
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