Alex Meister: "Brasil ouvia Barão Vermelho e pulava para Sepultura, sem ouvir hard rock"
Por Gustavo Maiato
Postado em 16 de novembro de 2022
O guitarrista de hard rock Alex Meister (Pleasure Maker, Marenna-Meister) concedeu entrevista ao jornalista musical Gustavo Maiato. Na ocasião, o músico explicou sua visão sobre o hard não ser valorizado no Brasil nos anos 1990.

"Vale lembrar que nesse início dos anos 2000, o hard rock estava completamente no underground. Ninguém queria saber dessa porcaria! [risos]. Ninguém tocava isso. Esse site era onde as pessoas se reuniam, sabe? As bandas estavam ali. Entrei para o "Melhores do ano de 2005". Isso me abriu portas para ter meu primeiro contato internacional.
A recepção no mercado foi curiosa. O hard rock estava em baixa e na hora que lancei o disco as pessoas da imprensa olharam com uma cara tortíssima! Por que esse cara está tocando esse estilo em 2004? Todas as revistas me deram pau. Era a época do new metal, sabe? Em 1992, o hard rock já estava começando a ir para o underground. Poucas pessoas ouviam. Ficou algo meio pejorativo. O mercado mudou. Antes, o hard era o mainstream do heavy metal. Depois, falaram que era coisa de vendido.
No Brasil, o hard rock nunca se criou igual na Argentina e no Chile. Nesses países, Europe e Def Leppard são enormes. Isso vira um papo sociopolítico, porque no Brasil estava uma época difícil economicamente. Tinha hiperinflação e tudo mais, não havia um mercado mais aberto. O público não aceitava essas músicas com mensagens de festa. O hard era a representação do capitalismo ganhando a Guerra Fria.
O Muro de Berlim não tinha caído ainda. Como vão comemorar ainda? A economia aqui estava um lixo. As pessoas ouviam até o Barão Vermelho e depois passavam direto para o Sepultura. Tinha um gap ali no meio, que era para ser preenchido pelo hard rock. O momento político explicava isso.
A partir de 1990, o mercado se abriu mais. A entrada da MTV ajudou muito também. Tinha pouco show estrangeiro aqui, depois foi melhorando. Chegou o Hollywood Rock, a segunda edição do Rock in Rio. O Skid Row foi uma banda que pegou aqui. O Guns N’ Roses também. Bon Jovi pegou em uma fase mais tardia.
Então, como a maré estava ruim aqui, passei a mandar material lá para fora. Gastei uma nota nisso! Foi aí que a coisa começou a melhorar. Os sites começaram a pegar o material, fazer reviews e falar que eu fazia um som que ninguém fazia mais. Gostavam muito desse lance de refrão, meio Dokken e tal. Só aí que percebi o quanto eu era influenciado pelo George Lynch! [risos]. Foi a partir das críticas internacionais, que falaram que eu parecia com ele.
Isso abriu o caminho para o Pleasure Maker. O disco ‘Love on the Rocks’ saiu em outubro de 2004, mas entrou no "Melhores de 2005". A coisa funcionou. Fechei contrato com a Spiritual Beast, do Japão, que é a gravadora do Hibria também. Fechei a arte do disco e ficou bem bonito! Refizemos a arte gráfica. O encarte ficou bem legal. O disco foi relançado em 2006 assim", disse.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O melhor baterista dos últimos 10 anos, segundo Lars Ulrich do Metallica
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
O guitarrista que Jimmy Page admitiu estar fora de seu alcance: "Não consigo tocar"
Monsters of Rock confirma as 7 atrações da edição de 2026 do festival
Fender lança linha de instrumentos em comemoração aos 50 anos do Iron Maiden
Evanescence anuncia turnê mundial para 2026
O Melhor Álbum de Hard Rock de Cada Ano da Década de 1980
Os cinco maiores bateristas de todos os tempos, segundo Dave Grohl
A canção dos Rolling Stones que, para George Harrison, era impossível superar
O único "filme de rock realmente bom" da história, segundo Jack Black
A banda clássica que poderia ter sido maior: "Influenciamos Led Zeppelin e Deep Purple"
Men At Work anuncia show extra em nova turnê nacional
As três bandas clássicas que Jimmy London, do Matanza Ritual, não gosta
Em publicação sobre "Rebirth", Angra confirma Alírio Netto na formação atual
Como o novato Chris Dovas fez o Testament soar mais pesado, segundo Chuck Billy

Alex Meister: "Brasil ouvia Barão Vermelho e pulava para Sepultura, sem ouvir hard rock"


