Para Peter Frampton, tocar com David Bowie lhe devolveu a "credibilidade" musical
Por André Garcia
Postado em 14 de novembro de 2022
A década de 70 foi a era de ouro da guitarra, e um dos guitarristas mais famosos daquela época foi Peter Frampton, pelo tremendo sucesso de "Frampton Comes Alive!" (1976). Álbum duplo ao vivo, se tornou um dos mais vendidos de todos os tempos, alavancado por hits como "Show Me the Way" e "Baby I Love Your Way".
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Nos anos seguintes, por outro lado, ele não conseguiu repetir o sucesso para se manter na primeira prateleira, caindo no ostracismo já no começo da década de 80. Conforme publicado pela Guitar World, em recente entrevista para a Guitarrist Peter disse que o álbum "I'm In You" foi o começo de sua queda, e contou como foi resgatado em 1987 por seu antigo colega de escola David Bowie:
"[David Bowie] disse 'Você pode vir tocar guitarra para mim?' Foi quando fui para a Suíça e gravamos 'Never Let Me Down', e depois fui convidado para ser um dos guitarristas da Glass Spider Tour, o que me pegou de surpresa. Finalmente, tendo tocado no mesmo palco na mesma noite tantas vezes, eu ia ser o guitarrista de Dave! Ele poderia ter escolhido qualquer um — o disco anterior teve Stevie Ray Vaughan! —, mas ele me escolheu."
Para Frampton, tocar com David Bowie deu a ele "credibilidade para seguir em frente" como artista, e ajudou a "trazer o público de volta para mim".
"David ter me convidado para o álbum mudou minha credibilidade. Eu recuperei a credibilidade que senti ter perdido quando 'I'm In You' saiu. [A carreira de] um astro adolescente tem uma duração de cerca de 18 meses, o que para um músico é uma vida inteira. Eu sou um músico, em primeira e última instância. David me devolveu aquela credibilidade para continuar e trouxe as pessoas de volta até mim."
Eu jamais poderia agradecê-lo o bastante por aquilo. Ele sabia o que estava fazendo por mim antes que eu soubesse o que ele estava fazendo por mim."
Peter Frampton
Filho de um professor de artes, Peter Frampton conheceu David Bowie na escola antes de se tornar guitarrista. Em 1969, se juntou ao recém-saído do Small Faces Steve Mariott para formar um Humble Pie, misturando o hard blues do Led Zeppelin com influências de R&B e soul. Embora sua passagem tenha durado apenas dois anos, nesse tempo gravou seus quatro primeiros álbuns.
Como artista solo, sua consagração foi "Frampton Comes Alive!" — álbum ao vivo mais vendido de todos os tempos, e um dos álbuns duplos mais vendidos também. Com hits de arrasar quarteirão como "Baby, I Love Your Way" e "Show Me the Way", ele se consagrou o guitar hero do soft rock, abocanhando o público que achava Led Zeppelin muito pesado e preferia um The Eagles.
Nos anos seguintes, por outro lado, ele não conseguiu repetir o sucesso, e acabou estigmatizado como músico de um sucesso só. Após chegar a amargar o ostracismo, foi levado de volta aos holofotes por David Bowie ao participar do álbum "Never Let Me Down" (1987) e a épica Glass Spider Tour.
Desde então, a carreira de Peter Frampton voltou aos trilhos, mas em outra escala, sem passar perto de repetir aquele sucesso dos anos 70. Sua discografia possui 21 álbuns, o último deles é "Frampton Forget the Words" (2021) — que brinca com o fato de ser instrumental com seu título, que significa "Frampton esquece as letras".
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