Ronnie James Dio sobre o AC/DC e Bon Scott: "Não levavam desaforo para casa!"
Por André Garcia
Postado em 25 de abril de 2023
Tanto Ronnie James Dio quanto Bon Scott despontaram na segunda metade dos anos 70 como dois dos maiores e mais carismáticos vocalistas — o primeiro à frente do Rainbow, o segundo à frente do AC/DC.
Conforme publicado pela Rock and Roll Garage, Dio, que os conheceram de perto, exaltava o AC/DC e seu eterno frontman Bon.
"Bon foi uma das pessoas mais fodonas que já conheci na minha vida. E ele não era apenas fodão, mas também um grande cara. Ele fez uma turnê com a gente quando eu estava no Rainbow, eles eram nosso número de abertura, o AC/DC. Cozy (Powell) e eu ficávamos maravilhados todas as noites, mal podíamos esperar para nos prepararmos para fazer nosso show depois que eles terminassem. Então, nos preparávamos para poder ver todo o show deles. Eles eram simplesmente incríveis."
"Angus Young é o sujeito mais trabalhador da indústria musical, sem dúvida. E Bon, um cara que não levava desaforo para casa. As histórias sobre as coisas que eles tiveram que passar na Austrália também são lendárias. Porque naquela época, assim como em algumas partes dos Estados Unidos, na Austrália o pessoal não aceitava bem pessoas com cabelos compridos. Principalmente roqueiros com cabelos compridos."
Dio contou que o AC/DC, assim como o Rainbow, vira e mexe tinham que fugir pela janela dos bares para não serem atacados. "O que acontecia na Austrália é que, quando ia começar uma briga no bar, alguém pegava seu copo, bebia, virava-o de cabeça para baixo, o que significava 'a briga vai começar'. Eles viam o copo e diziam 'opa, é agora'. Eles atacavam a banda e eles tinham que lutar para sair disso."
"Bon foi um dos caras mais durões que já conheci na vida. Já o vi bater em algumas pessoas sem nenhuma dificuldade. Ele tinha a minha atitude 'não me provoque, senão eu vou atrás de você'. Simplesmente pulava na plateia e lá ia ele. Bon foi um dos maiores durões de todos os tempos. Alguém o provocava, e ele simplesmente pulava na plateia e 'bang', lá ia ele. Ele não se importava se voltasse sangrando, porque cresceu desse jeito. Ele tinha que brigar para se defender, ele era simplesmente um lutador, mas um cara ótimo. Uma das grandes perdas de todos os tempos. Um cantor brilhante, um cara de atitude", concluiu.
A tão promissora carreira de Bon Scott chegou ao fim com sua morte em 1980, tragicamente, em seu ponto mais alto. Com o sucesso da faixa-título de "Highway to Hell" (1979), AC/DC havia finalmente, após anos de trabalho, chegado ao mainstream na Europa. Já Dio, naquele mesmo período, deixou Ritchie Blackmore e o Rainbow para se juntar a Tony Iommi. Dessa forma, enquanto os australianos ressuscitaram com "Black in Black" (1980), o Black Sabbath ressuscitou com "Heaven and Hell" (1980).
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