Como prática do "pau de sebo" fez RPM decolar no começo da carreira, segundo produtor
Por Gustavo Maiato
Postado em 30 de maio de 2023
A prática do pau de sebo por parte da indústria fonográfica brasileira consistia em lançar um LP com músicas de diversas bandas para ver qual aposta daria mais certo. O nome vem da tradicional brincadeira de festa junina em que a pessoa precisa subir até o topo do pau de sebo para ganhar a prenda.
No caso do RPM, foi justamente um esquema nesse sentido que viabilizou o começo da banda, conforme conta o produtor Luiz Carlos Maluly ao Corredor 5.
"Como as gravadoras descobriam novos artistas? Existia uma fórmula que era os famosos paus de sebo. Ou seja, você gravava vários artistas e colocava no mesmo disco. Quem conseguisse chegar no topo merecia ter um trabalho individual. Era uma forma de garimpar novos artistas. No caso da CBS, foi criado um projeto com a Jovem Pan para avaliar novos artistas. Foi uma forma ética e inteligente. Só que nesse caso cada artista ia ter um compacto separado. Quem sobressaísse mereceria ter seu LP de dez a doze músicas.
Nesse contexto, marquei reuniões com essas bandas. Eu precisava conversar primeiro para ver se teriam carisma e tal. Conheci o RPM, recebi uma fita cassete e fiquei apaixonado pelo trabalho. Eles tinham letras e tendências musicais que vinham na contramão das bandas que faziam sucesso. Nosso desafio era fazer a contramão. Quando dá certo poderia abrir um novo caminho. Eu achava que eles mereciam ter um trabalho. Fizemos o compacto ‘Louras Geladas’ e ‘Revoluções Por Minuto’ primeiro".
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