Nirvana: A definição de punk segundo o purista Kurt Cobain
Por André Garcia
Postado em 19 de junho de 2023
Quando se fala em banda grunge, Nirvana sempre está entre as mais lembradas. Kurt Cobain, entretanto, não se considerava parte daquilo; para ele, era punk rock.
Ao longo dos anos 80, Seattle gestou o grunge como uma mistura de rock alternativo com a melancolia inerente à cinzenta e chuvosa cidade. Do conflito entre o lado influenciado pelo metal com o lado influenciado pelo punk surgiu a sonoridade que dominou o mundo no começo da década de 90. Dominação essa sintetizada por "Nevermind", do Nirvana, em 1991 desbancando Michael Jackson do topo das paradas da Billboard.
Kurt Cobain, em sua tentativa desesperada de não ser um rockstar, acabou colocado a contragosto no posto de maior rockstar do planeta e ícone do grunge. Apesar disso, ele sempre bateu o pé que não pertencia àquilo, que o que ele fazia era nada mais nada menos que punk rock. Mas o que é punk, afinal?
Conforme publicado pela Far Out Magazine, na purista e romântica visão de Kurt, "Punk rock deveria significar liberdade, gostar e aceitar qualquer coisa que você goste. Tocar o que quiser, tão desleixado quanto quiser... contanto que seja bom e tenha paixão."
Formada em 1987 por ele e Krist Novoselic, a banda já teve outros nomes, como Fecal Matter e Pen Cap Chew, até que Cobain chegasse a Nirvana. "No sentido do dicionário", disse ele certa vez, "'nirvana' significa liberdade da dor, do sofrimento e do mundo externo, o que está bem próximo da minha definição de punk rock."
Esses ideais puristas de punk rock de Kurt Cobain acabaram sendo a origem de sua insatisfação e infelicidade quando ele quase sem querer fez sucesso. Quanto mais era idolatrado como um astro, pior ele se sentia consigo mesmo, e mais frustrado se sentia com a música. O que o levou a afundar na depressão e nas drogas até seu trágico fim.
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