A vergonhosa prática atual que faz críticas a gravadoras perderem sentido, segundo Nasi
Por Gustavo Maiato
Postado em 31 de julho de 2023
Nos anos 1980 e 1990 as gravadoras reinavam na indústria da música e no Brasil havia falta de transparência no número de vendas de discos. Em entrevista ao Inteligência Ltda., Nasi, do Ira!, disse que mesmo assim sente saudade dessa época se comparado aos tempos atuais.
"Não tenho ideia de quanto dinheiro ganhei nem quanto me tomaram. Vivíamos na hiperinflação. Sabe o que acontecia? Todos os empresários faziam isso. Fiz um show e ganhei o cachê. Aí, pagavam 15 dias depois. Ou seja, eles tinham aplicado o dinheiro. Agora, venda de disco foi bastante, mas nunca tinha controle. Não tenho noção de quanto vendemos porque os discos não eram numerados. O Lobão tentou mudar isso, mas não deu em nada. Só que hoje foi piorando, porque o streaming paga menos ainda. É uma vergonha. Criticávamos as gravadoras, mas eles pagavam adiantamento, pagavam os produtores e davam estúdio".
Gravadoras, streaming e indústria da música
As práticas atuais dos streamings dentro da indústria da música são envolvidas em polêmicas. Em matéria de Igor Miranda utilizando como fonte a RIAA/MBW, o jornalista escreveu um pouco mais a respeito.
O relatório aponta que as três maiores gravadoras do mundo - Universal, Sony e Warner - ganharam, juntas, um valor médio de US$ 22,9 milhões por dia em 2019 somente em seus departamentos de "músicas gravadas". Ou seja: nesta conta, não entram outros rendimentos relacionados a, por exemplo, itens de merchandising e afins.
Os valores individuais das três gravadoras relacionados somente ao streaming também foram divulgados. Em 2019, a Universal recebeu US$ 3,73 bilhões em 2019 apenas do streaming, enquanto a Sony obteve US$ 2,4 bilhões e a Warner, US$ 2,21 bilhões".
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