Nuno Bettencourt se retrata a Richard Fortus após treta sobre Rihanna
Por André Garcia
Postado em 27 de julho de 2023
Extravagante e expansivo sob os holofotes, Nuno Bettencourt sempre teve a imagem de discreto e educado fora dos palcos. Muitos estranharam a recente treta estilo TV Fama em que ele se meteu.
Além de guitarrista do Extreme, ele também toca banda da diva pop Rihanna. Embora já a acompanhe há anos, recentemente, em entrevista à Planet Rock, ele exagerou na empolgação e disse que nem Slash daria conta de tocar com ela:
Treta armada
"Sinto muito, mas a maioria dos guitarristas que admiro não conseguiria fazer esse show [com Rihanna]. Digo isso da maneira mais elogiosa possível: Slash é um dos maiores guitarristas de rock de todos os tempos, mas garanto — e ele seria o primeiro a admitir — que ele não conseguiria tocar uma introdução limpa [como a] de 'Rude Boy', da Rihanna"
A declaração escalou a um bate-boca virtual público entre ele e o guitarrista do Guns N' Roses, Richard Fortus — no melhor estilo TV Fama:
"Não há quase nada que Slash não conseguiria fazer na guitarra (se quisesse)", respondeu Fortus. "Eu fiz turnê com Rihanna antes de Nuno e passei muito tempo tocando com Slash. Esse show não representaria dificuldade alguma para ele." Nuno respondeu com uma carteirada, dizendo "não ligo para o que esse guitarrista pensa de mim" e "nunca ouvi você tocar uma única nota".
A repercussão incomodou bastante a Bettencourt, que resolveu botar os pingos nos is e encerrar o assunto de uma vez por todas.
Treta pacificada
"Essa pequena [...] 'briga' entre mim e Richard Fortus", disse em vídeo no Instagram, "os comentários que fiz, a postagem que ele fez, as bobagens que falei sobre tocar com a Rihanna... isso é ridículo. Eu não sou esse tipo de cara. Não quero ser esse tipo de cara, não estou interessado nessa m*rda; na verdade, isso me deixa doente. A gota d'água foi quando cheguei em casa e vi [Justin] Hawkins fazendo um vídeo inteiro sobre isso, decifrando quem disse o quê... isso é ridículo. A questão é que isso é culpa minha. Preciso ficar com a p*rra da boca fechada. Me perguntaram sobre a Rihanna e minha resposta foi ridícula. Absolutamente ridícula. Assumo total responsabilidade por isso."
"Tentei elaborar um argumento, mas saiu pela culatra. É tanta entrevista que de vez em quando você fala m*rda, te fazem alguma pergunta idiota. Agora vou me limitar ao Extreme, ao que sei, ao que faço na guitarra. Assim, ninguém pode me atacar ou se ofender. Não me perguntem sobre mais ninguém: nem Rihanna, nem Slash, ou o Guns, ou Richard Fortus — a quem devo um pedido de desculpas. Richard, desculpa, meu irmão. Isso é ridículo, você tinha todo o direito de defender o seu amigo. Mesmo que não tenha sido da maneira mais delicada, você está certo".
"Não gosto de magoar as pessoas, não gosto de falar mal de ninguém, e tudo isso veio de mim, de uma entrevista ridícula para a Planet Rock. Fui muito arrogante, muito ofensivo, e as pessoas adoram essa merda; se alimentam disso. E tudo isso só gera energias negativas para todos. Peço desculpas novamente ao Richard, ele é obviamente um ótimo guitarrista. Para estar tocando com o Guns, deve ser incrível. Eu saí da linha nessa. Li o que respondi e foi muito idiota. Dei muita importância a mim mesmo nessa apresentação. Vamos parar com essa besteira. Espero tomar uma cerveja com o Richard em breve e rir disso, porque isso é simplesmente estúpido".
Extreme agradou com músicas novas e esquentou o Best of Blues and Rock
Em minha resenha, escrevi que o quarteto subiu ao palco com alguns minutos de atraso, às 18h55 de uma fria noite com sensação térmica de 16 graus. A área externa do auditório do Ibirapuera já estava coberta por um mar de cabeças e camisas pretas quando ouvimos Nuno Bettencourt aquecendo com as luzes ainda apagadas. Após o palco se iluminar, eles começaram a tocar "Decadence Dance", já desde o começo parecendo bem à vontade, como se estivessem em casa.
Nuno Bettencourt, que até hoje ainda enfrenta a resistência de alguns, superou seu joelho machucado para mostrar por que é considerado um dos mais talentosos de sua geração. Se por um lado a lesão pareceu ter afetado sua mobilidade pelo palco, não parece ter afetado em nada sua capacidade de tocar guitarra. Ninguém faz um guitarrista do quilate de Brian May se rasgar em elogios por acaso. Comete um erro crasso quem ainda insiste em acreditar se tratar de uma cópia de Eddie Van Halen.
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