Peck Mecenas: "Artistas merecem receber o que conseguem atrair em público"
Por Gustavo Maiato
Postado em 22 de julho de 2023
Eventos corporativos são um nicho de mercado interessante para bandas que querem aumentar o leque de possibilidades na hora de se apresentar. Em entrevista ao Corredor 5, Peck Mecenas, produtor, recordou a ocasião em que precisou recusar cachê proposto por Frejat para participar de evento desse tipo que produziu.
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"Costumo dizer que acredito que os artistas merecem receber o que conseguem atrair em público para poder pagar os músicos contratados e a equipe. Nesse sentido, é preciso considerar como lidar com essa situação. Vou dar um exemplo pessoal. Sou amigo próximo e admiro muito o Frejat.
Tentei contratá-lo para um show corporativo em Búzios, onde a Pitty também participou comigo. No entanto, quando recebi o cachê proposto por ele, percebi que ele talvez não tenha entendido qual era o objetivo do evento. Além disso, sabia que ele já estaria em Búzios durante o verão e o Réveillon, pois ele adora o lugar e frequentemente fica na Ferradura. Achei que seria ótimo para nós estarmos juntos lá, mas infelizmente o cachê proposto não era viável para mim", disse.
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Em outro ponto, Peck explicou que esse jogo de plantar agora para colher depois não funciona muito bem na indústria da música.
"Eu sou uma pessoa pragmática e entendo que, às vezes, é preciso abrir mão de realizar um evento. Não há outra opção. Em outras épocas, talvez eu tomasse a decisão de pagar para ver, pensando que lá na frente o artista me retribuiria de alguma forma. No entanto, aprendi que essa retribuição nem sempre acontece. Portanto, não adianta plantar expectativas que não se concretizam. É uma forma de encarar a realidade que precisei aprender", concluiu.
A carreira de Frejat
A carreira de Frejat foi marcada pela sua participação no Barão Vermelho, banda em que atuou com o lendário Cazuza. Em entrevista publicada pelo Whiplash.Net, Frejat comentou sobre os altos e baixos de sua trajetória.
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"O meu momento mais triste pessoalmente foi a morte do Cazuza. Foi algo muito triste para mim e para os que o cercavam. Ele era uma pessoa muito querida. Torcíamos para que aquilo se resolvesse de alguma maneira. Agora, por incrível que pareça, um pouco antes dele falecer, eu o vi muito mal. Foi a única vez que aconteceu isso na minha vida.
Saí de lá e ele estava péssimo, muito fraco. Pensei: ‘Acho que se é para ficar sofrendo assim é melhor que vá embora’. Aquilo não era vida para ninguém. Ele já não estava tendo nenhum tipo de prazer. Não teve outro momento mais triste."
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Agora, momentos felizes tivemos muitos. O show que fizemos no Rock in Rio de 2001. Eram milhares de pessoas cantando. Um mar de gente que você não via onde acabava. É uma energia que você vai para casa e não consegue dormir", disse.
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