A banda que ainda era "o futuro do rock", mas Geezer Butler achava "constrangedora"
Por Bruce William
Postado em 30 de agosto de 2023
Muitos consideram que o "Sabotage", de 1975, foi o último álbum clássico do quarteto fantástico composto por Tony Iommi, Ozzy Osbourne, Geezer Butler e Bill Ward que entrou para a história sob o nome Black Sabbath. Mas há aqueles ainda mais radicais que consideram somente os quatro primeiros álbuns ("Black Sabbath" de 1969, "Paranoid" de 1970, "Master of Reality" de 1971 e "Vol. 4" de 1972) como clássicos absolutos, com os dois álbuns seguintes, "Sabbath Bloody Sabbath" de 1973 e "Sabotage" de 1975, sendo trabalhos excelentes porém um pequeno patamar abaixo dos quatro primeiros. Concorda? Discorda? Deixe seu comentário em algum lugar por aí que a gente acaba lendo. :)
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O fato é que naquele ano de 1975 o Black Sabbath já estava consolidado como uma das grandes bandas da história do rock, e como já estavam na estrada há alguns anos eles já haviam deixado de ser exatamente uma novidade havia um bom tempo, com novas e inovadoras bandas que marcariam a história do rock surgindo e algumas prestes a surgir - sem contar movimentos como o punk rock, que estavam pra estourar.
A inovadora banda que se tornaria gigante e cruzou o caminho do Black Sabbath
E uma dessas bandas, que depois se tornaria também um gigante do rock, cruzou o caminho do Sabbath durante a turnê do "Sabotage", conforme contou Geezer Butler em seu livro autobiográfico "Into the Void: From Birth to Black Sabbath - And Beyond", ainda não lançada no Brasil mas que pode ser encontrada na versão original em inglês na Amazon. Porém o baixista ainda tinha ressalvas sobre aquela banda.
"Estávamos de volta à estrada antes mesmo do lançamento de 'Sabotage', pois tínhamos agendado a turnê três ou quatro meses após começarmos a gravar o álbum, sem pensar que levaria muito mais tempo. Foi um alívio voltar a fazer o que amávamos, após dez meses presos no estúdio e lidando com os caras que usavam terno", conta Geezer, se referindo aos executivos das gravadoras, explicando em seguida que, apesar do álbum não ter atingido números tão bons quanto os anteriores, o Black Sabbath ainda era uma banda muito requisitada ao vivo.
Quando o Kiss tretou com o Black Sabbath por causa de uma foto
"Fizemos duas turnês pelos Estados Unidos em 1975 e vimos o futuro do rock em Syracuse, onde fomos apoiados pelo Kiss", prossegue Geezer. "Eu não era um grande fã da música do Kiss, achava um tanto quanto constrangedora, e eles criaram problemas para a nossa equipe na estrada", conta. "Primeiro exigiram que nossa linha de amplificadores e bateria fosse movida para acomodar o equipamento deles, e queriam confiscar a câmera de um de nossos técnicos, porque ele havia tirado uma foto de Gene Simmons sem maquiagem. Mas o técnico não tinha ideia de quem era ele, estava apenas tirando uma foto da montagem do nosso palco e Simmons por acaso passou na frente dela".
Mas Geezer reconhecia que havia algo de muito bom acontecendo ali. "Diria que a produção do Kiss era incrível. Naquela época, as bandas de rock subiam ao palco, plugavam os instrumentos e tocavam, os fãs não esperavam nada além disso. Mas o Kiss foi a primeira banda que vi, pelo menos dentro do tipo de música que a gente tocava, que fazia aquela coisa teatral. Arthur Brown usava fogo e maquiagem nos anos sessenta, mas não era algo deste nível. Além da maquiagem e das chamas por toda a parte, o Kiss tinha explosões e efeitos sonoros estrondosos, enquanto Gene Simmons cuspia sangue falso. E a gente tocava depois deles. Acabávamos tocando para uma plateia atônita, que aplaudia de forma educada após cada música".
A estranheza de Tony Iommi ao ver o show do Kiss, que era zoado pelo Black Sabbath
Tony Iommi também comentou aquela turnê que teve o Kiss como banda de abertura em seu livro autobiográfico, "Iron Man: Minha jornada pelo céu e pelo inferno com o Black Sabbath" (link da Amazon): "O show deles realmente era interessante de se assistir. Eu não podia acreditar no que estava acontecendo, aquelas roupas, a maquiagem, fogo sendo cuspido, fogos de artifício saindo das pontas das guitarras e sei lá mais o quê. Eu nunca tinha visto nada parecido", contou o guitarrista.
Mas as relações entre eles não era das melhores. Na verdade, nem havia relação pois os caras do Black Sabbath nem sabiam quem eram aqueles sujeitos que subiam ao palco disfarçados. "No começo, não nos demos bem com o Kiss. Até mudamos a primeira letra no sinal do logo deles de um K para um P" conta Iommi, revelando que eles faziam troça com o nome, alterando de Kiss (beijo) para Piss (mijo). "Nem sabíamos quem eram os caras do Kiss na época, porque nunca tínhamos visto eles sem a maquiagem. Eles poderiam estar no mesmo aeroporto que a gente, esperando um voo, possivelmente um grupo de jovens com cabelos compridos e espinhas por todo lado por causa da maquiagem. A gente apontaria e diria: 'são eles!'".
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