As loucuras que os Titãs faziam quando tocavam no Chacrinha e apresentador adorava
Por Gustavo Maiato
Postado em 06 de janeiro de 2024
O apresentador Chacrinha foi muito importante não só para a televisão brasileira de forma geral como mais especificamente para ajudar a difundir o rock nacional dos anos 1980. Uma das bandas que costumava ir ao programa era os Titãs, com suas coreografias e figurinos pitorescos. Em entrevista ao Casão Pod Tudo, Paulo Miklos relembrou como eram as loucas apresentações da banda no programa do Velho Guerreiro.
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"Ensaiamos coreografias e também decidimos que usaríamos figurinos, algo que não fazíamos antes. Cada um se vestia e estava pronto para o rock and roll. Decidimos não fazer figurinos elaborados, pois, ao entrar no palco, havia tantas pessoas, como bailarinas, o cara varrendo, e outros personagens como o Chacrinha. Também precisávamos planejar o que fazer, pois não adiantava fingir que estávamos tocando.
Era playback. Lembro-me de uma vez que decidimos fazer algo diferente em vez da coreografia habitual. Decidimos deitar todos no chão e fazer um playback deitados! Passamos na farmácia, compramos algum creme, não sabíamos o que era, pintamos o rosto de branco, e usamos luvas de borracha branca. Entramos no palco de maneira totalmente aleatória, criando uma cena diferente. Começou a música e, de repente, todos caíram no chão, cantando lá. Chacrinha adorou a ideia, ficou nos observando enquanto estávamos deitados, e as câmeras filmavam tudo. Foi uma das lembranças mais incríveis, uma verdadeira loucura, mas o programa era assim".
Chacrinha e rockstars
Os programas de televisão proporcionaram grande visibilidade ao rock nacional, e o Capital Inicial não foi exceção. Em um vídeo no canal do YouTube, o vocalista Dinho Ouro Preto relembrou um episódio em que foram convidados para a atração de Chacrinha na Rede Globo. No entanto, surgiram problemas quando a produção impôs uma condição considerada "ofensiva e degradante" para a apresentação da banda. Confira o relato de Dinho abaixo.
"Chacrinha era um mundo fantástico e surreal. Na época, estávamos lançando nosso primeiro disco, e aconteceu um episódio estranho com o Capital Inicial. Ofereceram-nos a oportunidade de aparecer no programa, mas nos disseram que teríamos que gravar playbacks em diferentes bairros do subúrbio do Rio. Não compreendemos completamente, a produção afirmou que todos o faziam. Precisávamos filmar em diversos bares, indo de um bairro para outro a 300 km por hora, com os instrumentos no porta-malas. Tocávamos o playback da música que apresentaríamos no Chacrinha em bailes de diferentes bairros.
A plateia não estava interessada, não nos conhecia. Isso nos incomodou, e questionamos o propósito disso e quem se beneficiava. Consideramos isso ofensivo e degradante. Participamos apenas de uma noite e desistimos da segunda. A gravadora afirmou que se não nos apresentássemos, a Globo fecharia as portas e nossa carreira acabaria. Mesmo assim, recusamos o show, denunciamos o esquema para a Folha de S. Paulo e, quando a reportagem foi publicada, causou um escândalo na emissora. Eles negaram, alegaram falta de condições para nossa participação. Posteriormente, fomos chamados de volta, e acabamos aparecendo no Chacrinha de forma intermitente."
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