A ótima música gravada por Max Cavalera que é "a Flight Of Icarus do Século XXI"
Por Mateus Ribeiro
Postado em 28 de julho de 2024
Lançado em maio de 1983, "Piece Of Mind" é o quarto disco de estúdio do Iron Maiden e o primeiro álbum do grupo britânico gravado pelo talentoso baterista Nicko McBrain. Sucessor do magnífico "The Number Of The Beast" (1982), "Piece Of Mind" apresenta ótimas músicas da banda liderada pelo baixista Steve Harris, com destaque especial para "The Trooper", "Revelations" e "Flight Of Icarus".
Terceira faixa de "Piece Of Mind" e uma das músicas mais populares gravadas pelo Iron Maiden, "Flight Of Icarus" é uma composição direta e marcante, que fala sobre a ascensão e a queda de Ícaro. Figura da mitologia grega e filho de Dédalo, Ícaro tentou voar com asas fabricadas pelo seu pai e se aproximou demais do Sol, o que "surpreendentemente" resultou em sua morte.
Quase 30 anos depois do lançamento de "Flight Of Icarus", outra banda de Metal gravou uma música inspirada em Ícaro. A banda em questão é o supergrupo Killer Be Killed, formado por Max Cavalera (guitarrista e vocalista do Soulfly, ex-Sepultura), Troy Sanders (baixista e vocalista do Mastodon) e Greg Puciato (guitarrista e vocalista, ex-integrante da banda The Dillinger Escape Plan). Na época do seu debut autointitulado, lançado em 2014, o Killer Be Killed contava com os serviços do baterista Dave Elitch (The Mars Volta).
A canção do Killer Be Killed que fala sobre Ícaro é a empolgante "Wings Of Feather And Wax" (em português, "Asas de Pena e Cera"), faixa de abertura do primeiro disco do quarteto. Segundo nota publicada pelo site Songfacts, em "Wings Of Feather And Wax", Puciato liga o o mito de Ícaro às relações unilaterais.
"Escrevi apenas o refrão dessa música, mas o refrão é uma referência a um relacionamento que eu estava tentando salvar e simplesmente não percebi que o relacionamento tinha problemas que estavam além do meu controle", relatou Puciato, em entrevista concedida ao Songfacts.
"A música inteira é uma referência a Ícaro, que se aproximou demais do Sol e acabou queimando até a morte. Essa era outra tendência minha: em alguns momentos da minha vida, cheguei ao ponto da co-dependência autodestrutiva em que tentava consertar algo ou alguém, ou mudar algo ou alguém, e estava me prejudicando no processo. Levei isso ao limite absoluto em alguns relacionamentos pessoais em minha vida por volta do último ano ou dois. Muitas das letras do disco do Dillinger e dessa música fazem referência a isso. É a incapacidade de resolver os problemas das pessoas que não são seus", acrescentou o guitarrista, vocalista e compositor.
O Killer Be Killed não faz shows desde 2015, porém, continua na ativa, com Ben Koller no posto de baterista. O segundo disco do quarteto, intitulado "Reluctant Hero", foi lançado em novembro de 2020.
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