Ciência explica porque guitarristas de Metal fazem caretas durante solos matadores
Por Bruce William
Postado em 17 de julho de 2024
Saiu no Metal Injection: Já percebeu como músicos e fãs de metal fazem caretas durante um riff particularmente intenso? Claro, você já fez isso mais vezes do que pode se lembrar. Essas caretas, algo meio tipo "expressão de nojo", são comuns e é uma visão familiar entre os fãs e músicos na comunidade do Metal, quase tão comum quanto a air guitar. E agora temos alguma ciência para entender por que fazemos isso.
Conforme matéria publicada na Guitar World, o cientista britânico Milton Mermikides explicou que se trata das consequencias de uma onda de dopamina provocada por um riff poderoso e também do som dissonante de uma guitarra distorcida. "Talvez apenas um termo moderno para uma experiência musical longamente documentada que se situa entre um prazer visceral profundo e uma espécie de envolvimento físico, irritação ou até repulsa - uma espécie de 'dor' prazerosa e extática". Conforme Mermikides , essa resposta complexa envolve a capacidade única da música de provocar uma gama de reações físicas e emocionais nos ouvintes. "Elas incluem nossa resposta à dissonância, como a aspereza de um som - um acorde dissonante, uma melodia angular ou um ritmo sincopado".
O pesquisador relata ainda que quando esses elementos são combinados com a liberação de dopamina das expectativas musicais satisfeitas, pode levar a respostas 'multissensoriais'. "É como se a música fosse tão rica, saborosa e satisfatória que ela transbordasse para nossos outros sentidos. Não só a ouvimos, como quase podemos prová-la e cheirá-la, e daí vem as respostas características faciais e corporais".
A Guitar World também publicou as opiniões de Misha Mansoor, Mark Holcomb e Jake Bowen, da banda de metal progressivo Periphery: "Às vezes basta ouvir alguns segundos de um riff e a cara aparece; não há necessidade de palavras. Na sala de composição, caras de nojo são o centro da nossa linguagem porque são não-verbais". Ele enfatiza que "os riffs de cara de nojo não podem ter muitas notas. Eles precisam ter um elemento primitivo para funcionar", diz Misha.
"É como um reflexo. É uma daquelas coisas que primeiro você reage e depois reflete. Além disso, é uma forma de dizer que apreciou aquilo, uma reação primal e inconsciente e uma honra concedida apenas aos melhores riffs", acrescentou Mansoor. "Eu me lembro de Plini e Tosin Abasi vindo ouvir uma demo de 'Wildfire'", emendou Holcomb. "Foi quando aquele segundo riff entrou; eu me lembro de olhar para o rosto deles para ver como eles realmente se sentiam sobre a música. Quando você recebe aquela reação de cara de nojo de alguém que você respeita, por mais bobo que pareça, isso tem muito peso".
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