Para David Gilmour o que importa é quem você é, os equipamentos são subsidiários.
Por Ricardo Bellucci
Postado em 10 de setembro de 2024
David Gilmour com certeza não é o "mais rápido" guitarrista do rock, nem o mais pesado, mas é com certeza um dos gênios do instrumento. Para mim, fã de longa data do Pink Floyd, e dos álbuns solo do guitarrista, a principal capacidade do músico é extremamente simples: emocionar.
Com um conjunto pequeno de notas e com sua técnica altamente refinada, Gilmour é capaz de levar multidões a vivenciarem emoções complexas e profundas. Poucos, muito poucos conseguem fazer isso. Sua musicalidade repousa na capacidade de transmitir emoções. Gilmour toca o que ele sente, simples assim.
Quer um argumento a favor dessa tese, simples, ouça o solo de "Comfortably Numb", se você não se emocionar, não sei o que mais nessa vida seria capaz disso. Emocionar, essa é a assinatura do Mestre. Basta os primeiros acordes iniciarem e... bingo... você sabe que é Gilmour tocando.
De acordo com a lenda da guitarra do Pink Floyd, David Gilmour, o que menos conta são os equipamentos. Não importa tanto se os equipamentos são caros e ultrassofisticados, no final das contas o que faz diferença é a técnica e sobretudo a alma de quem toca, da maneira ou forma que ele aborda seu instrumento, e da capacidade de transmitir emoção através da música. O resto meu chapa, é conversa fiada.
Gilmour tocou nesse assunto durante um bate-papo recente com Matt Pinfield, enquanto refletia sobre sua enorme influência no universo musical. Claro, mesmo para um homem humilde como Gilmour, é impossível não reconhecer o quão impactante sua música é para as pessoas, incluindo outros guitarristas. Quando perguntado sobre como ele se sente ao ouvir músicos que foram inspirados por ele, David respondeu (transcrito por Ultimate Guitar).
"Eu ouço, em alguns guitarristas, a sua forma de tocar guitarra, e talvez possa soar até um pouco arrogante, que o cara tenha sido influenciado por mim. Espero que alguma influência tenha partido de mim".
Para David Gilmour, ao tocar um músico revela como ele é, você soa como você é, como você se sente, não importa se você foi influenciado por alguém. Discutindo o assunto com Matt, ele continuou:
"Mas ninguém... Cada conjunto de dedos soa diferente. E, acredite ou não, as guitarras, os amplificadores, os pedais de efeitos, todas essas coisas são subsidiárias dos dedos. E eles é que fazem o trabalho, e eles falam, e eles são o que cria o som."
Para David ele nunca conseguiu realmente escapar de soar como ele mesmo é. Gilmour concluiu: "Eu já disse antes. Eu poderia entrar em qualquer loja de música, pegar qualquer guitarra, conectá-la a um amplificador, e ela soaria como eu sou. Sou extremamente sortudo nesse sentido. Tenho sorte, eu acho, de soar como eu sou. E estou muito, muito feliz que outras pessoas gostem". Com certeza gostamos David.
O novo álbum solo de David "Luck and Strange" continua a comprovar isso. Deixo você agora na companhia do Mestre, em seu mais recente trabalho, afinal de contas, as notas de Gilmour falam por ele mesmo.
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