A banda Grunge que era a preferida de todos os headbangers, conforme Ellefson
Por Bruce William
Postado em 02 de outubro de 2024
É comum se dizer que o Grunge acabou com as bandas dos anos oitenta, pois conforme disse Kiko Loureiro durante participação no Flow Podcast: "Quando surge o Nirvana, acaba o virtuosismo na música. A música do Van Halen, do Ozzy com aqueles solos, tudo isso que vêm dos anos oitenta meio que quebra com a vinda do Nirvana (...) Estavam os caras tipo muito rockstar, ficou um negócio tipo 'estou num pedestal aqui', aqueles super shows, aqueles vídeos. E de repente corta aquilo, e eu aqui sou igual a você, uso a roupa igual a tua, o tênis igual ao teu, também não sei tocar direito, mas a letra conecta, e a melodia foda."
Há quem lembre que o impacto do Grunge realmente foi imenso, mas outras coisas também estavam em jogo, como Mille Petrozza, guitarrista e vocalista do Kreator, que declarou: "Estou muito feliz que os anos 90 tenham acabado. Há certas bandas de Metal que sempre dizem: 'O Grunge matou o Metal'. Não acho que seja isso. Acho que o que matou o Metal foi talvez certas pessoas da indústria que não queriam mais que o Metal estivesse presente. E hoje em dia, com tudo mais globalizado pela Internet, por meio de sua própria mídia social, você pode fazer muito mais."
Já David Ellefson, na época baixista do Megadeth, revelou em outra ocasião que, apesar de fazer um som diferente, ele gostou do Nirvana desde que ouviu a banda pela primeira vez: "Nirvana não era a coisa que você procurava se você fosse um banger. Eu gostei deles, achei que eram legais. Eu compreendi, entendi o que eles estavam fazendo, porque também gosto de Punk Rock. E era a voz daquela geração, era a 'música' deles. E, embora não fosse realmente a minha música, eu conseguia apreciar que era a música deles. Então, acho que é assim que eu via essas coisas."
E durante participação no X5 Podcast, Ellefson novamente falou sobre a época, a princípio falando novamente sobre o Nirvana: "Eu morava em Los Angeles. Então, saindo do [álbum do MEGADETH] Rust In Peace [isso foi em 1991; estávamos começando a escrever Countdown To Extinction], lembro de estar dirigindo pela estrada, e a KNAC era a grande estação de rock. E lembro de ouvir uma música chamada 'Breed'. E eu pensei, 'Isso é muito foda. Que música incrível.' E depois descobri que era Nirvana", disse Ellefson, conforme transcrição feita pelo Blabbermouth.
Mas conforme ele conta, havia um certo preconceito, na época, contra bangers que ouviam a banda, que ele curtiu: "Achava eles legais. Adorava o som deles. Eu entendi totalmente. E basicamente era ilegal para um cara do Metal dizer que gostava de Nirvana, você podia ser praticamente crucificado e eliminado se assumisse isso", relata Ellefson, obviamente com uma certa dose de exagero para relçar a raiva que muitos tinham das bandas Grunge, ou talvez mais especificamente do Nirvana.
Só que havia um grupo que era respeitado pelos headbangers, conforme Ellefson: "A banda com a qual todos nós concordamos, acho que qualquer um, mas especialmente os bangers e as bandas com guitarristas, foi o Alice In Chains. Eles eram legais, independente de qualquer coisa. Eles meio que conquistaram a todos", diz Ellefson, relatando ainda em seguida que ele gostava muito também do Soundgarden, citando também o Temple Of The Dog e Mother Love Bone, caindo em seguida no Pearl Jam: "Eu achei incrível o 'Ten' do Pearl Jam. Foi um daqueles grandes, grandes álbuns. Do início ao fim é um grande disco. Acho que, provavelmente para o nosso gênero, você precisa tirar o chapéu do Metal e ouvi-lo como música."
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