Como Mikael Åkerfeldt, do Opeth, começou a colecionar vinil
Por Ricardo Bellucci
Postado em 01 de outubro de 2024
A paixão por vinil é uma espécie de vírus que contamina milhares de amantes da música ao redor dessa pequena esfera imperfeita chamada Terra. Muitos deles nasceram nos idos dos sessenta ou setenta, criando uma espécie de vínculo não apenas emocional, mas "experiencial" com esse formato. O ritual de comprar um LP era muito parecido com a compra de um livro. A ida a loja era uma verdadeira jornada épica. O contato com o vinil começava pela capa, que era extremamente importante, assim como na capa de um livro. Em seguida, vislumbrar a lista de faixas, uma a uma, algo muito próximo a uma degustação de uma carta de vinhos. Leva o LP para casa, com todo o cuidado do mundo. Abrir o envelope de plástico era algo muito semelhante a um ritual religioso, uma verdadeira cerimônia, para somente depois colocar o LP para tocar.
Em uma entrevista recente com The Vinyl Hunters , o vocalista Mikael Åkerfeldt, do OPETH, falou sobre sua paixão por colecionar discos.
"Acho que comecei a colecionar música muito mais do que simplesmente colecionaqr um formato", disse ele. "Nasci em 1974. E eu realmente não tinha grana quando criança, então pegávamos emprestado, meu círculo de amigos estava pegando emprestado discos. Alguém, então, comprou o novo disco do Judas Priest e o resto de nós o gravava; gravávamos ele em fita. E eu comprei alguns discos e meus amigos os gravavam. Então era como uma coisa de colecionador, só para ter muita música. Essa ainda é a coisa mais importante para mim, me cercar de música. Então, é claro, eu me afeiçoei ao formato, o formato vinil. E quando eu era jovem, é claro, era só isso, e cassetes. Comecei, eu acho, a colecionar mais seriamente quando os CDs saíram no final dos anos 80, porque as pessoas estavam jogando vinil fora — literalmente. Você podia encontrá-lo na lata de lixo, como coleções inteiras de discos. Um dia "fui até uma lata de lixo, [e encontrei] toda a discografia do Deep Purple, e foi tipo, 'Meu Deus'. Então comprei CDs, mas sempre preferi LPs, e até hoje, esse é basicamente o único formato que uso. Foi assim que comecei a colecionar. No final dos anos 80, eu podia ir a uma loja de discos usados e comprar um disco do Van Der Graaf Generator por uma libra. E eu não tinha dinheiro, mas tinha o equivalente a uma libra. Então você podia arriscar nas coisas. E, claro, comprei muitos discos de m****, mas também muitos discos muito, muito bons.
O OPETH está pronto para lançar seu 14º álbum de estúdio, The Last Will And Testament, em 22 de novembro, pela Reigning Phoenix Music / Moderbolaget.
The Last Will And Testament é um álbum conceitual ambientado na era pós-Primeira Guerra Mundial, revelando a história de um patriarca rico e extremamente conservador cujo último testamento revela segredos familiares chocantes. A narrativa se entrelaça através das confissões do patriarca, das reações de seus filhos gêmeos e da presença misteriosa de uma menina com poliomielite de quem a família cuidou. O álbum começa com a leitura do testamento do pai em sua mansão.
The Last Will And Testament é o disco mais sombrio e pesado que o OPETH fez em décadas, e também é o mais destemidamente progressivo da banda. Um álbum conceitual que reconta a leitura do testamento de um homem recentemente falecido para uma audiência de seus familiares sobreviventes, ele transborda um melodrama assustador, revelações chocantes e algumas das músicas mais selvagens e imprevisíveis que Åkerfeldt já escreveu.
FONTE: Metal Addicts
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