Por que Capital Inicial é a única de sua geração que atrai fãs novos, segundo Regis Tadeu
Por Gustavo Maiato
Postado em 19 de dezembro de 2024
Regis Tadeu, crítico musical, trouxe uma análise interessante sobre a capacidade do Capital Inicial de se manter relevante e conquistar um público mais jovem. Durante uma conversa em que o assunto era se a televisão vai resistir com o passar dos anos no Redcast, ele afirmou:
"Não adianta a televisão como formato tentar cair de nível para se equiparar à merda que o cara assiste no celular, ela não consegue. Essa concorrência, a TV não vai ganhar. O que ela precisa é oferecer algo que o cara não tenha: conteúdo. Quando esse público mais velho morrer, já era. Por isso é preciso renovar o público. É por isso que você tem que tirar o chapéu para o Capital Inicial. Das bandas dos anos 80, foi a única que conseguiu renovar o público. E por quê? Porque o Dinho é um vocalista metido a galã, um 'tiozinho gostosinho'. Essa é a cabeça da mulherada. O Dinho ainda é um sex symbol para a meninada."
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A observação de Regis toca em um ponto crucial: a necessidade de reinventar a base de fãs para manter a longevidade de uma banda. O Capital Inicial, formado nos anos 1980, compartilha com outros grupos de sua época um público que envelheceu junto com seus ídolos. Porém, ao contrário de muitas bandas da geração, o Capital conseguiu renovar sua audiência, atraindo inclusive jovens na faixa dos 20 anos.
O sucesso da banda em atrair novos fãs não é obra do acaso. Segundo Carolina Steinhorst, da agência de marketing musical B+Ca, que já trabalhou com o grupo, esse resultado é fruto de um planejamento estratégico liderado, em parte, por Maria, esposa de Dinho Ouro Preto.
"Começamos a trabalhar com o Capital Inicial. Aprendemos muito lá. A Maria, esposa do Dinho, ela é uma gênia. Um dia quero ser igual a ela! [risos]. Ela entende tudo de marketing, é surreal. Quando fizemos a reunião, ela disse: ‘Quero que o Capital seja jovem, quero que meus filhos gostem’. Ela começou a trazer referências. Ela sempre aprovou os posts. O desafio era esse. Ela queria ir aos shows e ver um público jovem; não só mais os casais e a galera mais velha. Queria o pessoal de 20 anos. Foram muitas coisas envolvidas."
Entre as iniciativas que ajudaram a rejuvenescer o público do Capital Inicial, está o lançamento de um disco de inéditas gravado por Lucas Silveira, da Fresno. O álbum contou com parcerias de artistas da nova cena do rock brasileiro. Além disso, o processo criativo foi documentado e compartilhado nas redes sociais, em tempo real.
Outro momento marcante foi a live de aniversário de Dinho Ouro Preto, em 2018. Na ocasião, o público acompanhou o vocalista durante 24 horas, ajudando a decidir o que ele faria no dia, como passear com o cachorro ou ir ao mercado. A ação gerou grande repercussão e consolidou a banda entre as novidades do rock nacional.
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