O clássico psicodélico dos Beatles que o produtor George Martin ficou com medo de lançar
Por André Garcia
Postado em 02 de dezembro de 2024
Um artista enquanto trabalha em uma obra, geralmente acaba seguindo o mesmo roteiro. Você começa achando aquilo que está fazendo incrível, depois começa a analisar criticamente e mergulhar em problemas e falhas para serem corrigidas; quando você vai ver, está se perguntando se aquilo é realmente bom, porque não consegue mais saber de tão envolvido. É aí que a voz da insegurança começa a tentar te convencer a desistir daquilo, a deixar para lá.
Isso acontece comigo, com você… e acontecia até mesmo com o produtor e maestro George Martin enquanto produzia uma das maiores obras-primas da maior banda de rock de todos os tempos em seu auge criativo. Conforme publicado pela Far Out Magazine, em entrevista de 2007 para a revista Q ele confessou...
"[Enquanto produzia] 'A Day In The Life', eu ficava me perguntando se [ao lançar aquela música] não íamos perder nosso público e fiquei com medo. Mas deixei de ter medo quando a toquei para o diretor da Capitol Records nos Estados Unidos, e ele ficou boquiaberto. Ele disse 'Isso é fantástico!' E, claro, era mesmo".
"A Day in the Life" é um dos maiores clássicos não só dos Beatles, mas do rock psicodélico — apesar de seu arranjo, na maior parte do tempo, minimalista. Além de uma linha vocal que só John Lennon era capaz, tem o middle 8 cantado por Paul McCartney e o trecho orquestrado com dezenas de instrumentos tocando notas diferentes em um crescente caótico. Para fechar, um acorde de piano gigante tocado por várias pessoas em vários instrumentos ao mesmo tempo e sustentado no ar por quase um minuto.
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