A expulsão de Rita Lee dos Mutantes e a criação do Tutti Frutti, segundo Lee Marcucci
Por Gustavo Maiato
Postado em 10 de janeiro de 2025
A saída de Rita Lee dos Mutantes, em 1972, marcou o fim de um ciclo para o grupo e abriu caminho para a formação da Tutti Frutti, banda que acompanharia a cantora em seus maiores sucessos. O lendário baixista da banda Lee Marcucci, em entrevista ao portal Corredor 5, detalhou como conheceu Sérgio Dias, os bastidores da expulsão de Rita e o surgimento da nova banda.
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"Conheci o Sérgio Dias porque nós dois éramos músicos e frequentávamos os mesmos lugares. Um dia, ele foi assistir a um ensaio da minha antiga banda. Foi assim que nos aproximamos. O Sérgio tinha um bugue com a bandeira dos Estados Unidos e ensaiava com os Mutantes em um sítio na represa de Guarapiranga. Depois, eles também ensaiavam numa casa na Cantareira. Eu costumava ir com o Rufino, um amigo querido que também trabalhava no baile, e passávamos o tempo por ali, observando tudo. Ficávamos praticamente ‘atrás’ dos caras, acompanhando os ensaios e as músicas. Na época, a Rita não tinha muito contato com a gente. Ela era reservada, e eles já eram famosos."
A expulsão de Rita dos Mutantes, segundo ele, foi um momento marcante. "Ela foi convidada a se retirar. Não sei exatamente os detalhes, mas já havia um clima de mudanças na banda", afirmou. Após a saída, Rita formou o duo Cilibrinas do Éden com Lucinha Turnbull, mas o projeto não durou.
"Conheci a Lucinha na casa do Serginho. Ela frequentava os bailes que a gente fazia e nos conectou à Rita. Depois que o projeto das Cilibrinas não deu certo — elas fizeram um único show —, a Rita sugeriu montar uma banda. A Lucinha nos chamou e disse: ‘Olha, tem um pessoal do baile que eu conheço. Vamos trazê-los aqui em casa à noite’. Fomos até lá — eu, Carline e Rufino. Começamos a tocar e mostrar algumas músicas. A Rita gostou muito e disse: ‘Vamos montar uma banda então’."
A partir desse encontro, começou a história da Tutti Frutti. "Os ensaios aconteceram no porão do Teatro Ruth Escobar. Ficamos três meses ensaiando todos os dias, das 10h às 18h, como se fosse um trabalho com ponto a bater. Era um processo coletivo. A Rita trazia as músicas dela, mas a gente contribuía com arranjos e ideias. Foi algo que nasceu com muita essência de banda", lembrou Marcucci.
Ele destacou o ambiente criativo e a convivência intensa. "Todo dia descíamos a escadaria do teatro e já sentíamos o cheiro do incenso de morango que a Rita e a Lucinha acendiam. Aquilo dava um clima místico. Quando dava 13h, fazíamos uma pausa e descíamos a Rua dos Franceses para almoçar em uma cantina. No caminho, era comum encontrarmos os Dzi Croquettes, que moravam ali. A Rita era amiga deles e sempre parava para conversar."
Confira a entrevista com Lee Marcucci aqui.
As razões da saída de Rita dos Mutantes
Rita Lee, em entrevistas posteriores, revelou que sua expulsão dos Mutantes envolveu divergências criativas e tensões pessoais. A banda, que marcou o rock nacional com álbuns como "Jardim Elétrico" (1971), havia decidido seguir uma linha mais técnica, inspirada no rock progressivo de bandas como Yes e Emerson, Lake & Palmer.
"Eu era mais intuitiva e achava que podíamos seguir outro caminho. Mas eles preferiram uma música mais técnica. Um dia, me chamaram e pediram para eu sair. Acho que levei o humor comigo", comentou Rita em entrevista de 1992.
Além disso, a relação tumultuada com Arnaldo Baptista, então seu companheiro, contribuiu para o clima de instabilidade. Apesar dos desafios, a saída de Rita abriu portas para uma nova fase criativa.
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