Queen - A Kind of Magic (1986): Achincalhado pela crítica e aclamado pelo público
Por Yuri Apolônio
Postado em 18 de março de 2025
Quando no lançamento do "A Kind of Magic", 12º álbum de estúdio do Queen, em junho de 86, a lembrança da icônica apresentação da banda no Live Aid ainda estava fresca na memória das pessoas.
Apesar do sucesso tímido nos Estados Unidos, repetindo os resultados dos álbuns mais recentes do Queen por lá, o disco vende extremamente bem na Europa e no resto do mundo, com destaque, claro, para o Reino Unido, onde 100 mil cópias são vendidas na sua semana de lançamento e onde permanece nas paradas por 63 semanas.
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A crítica, contudo, não pareceu muito impressionada com o disco. Para a Rolling Stone, Mark Coleman escreve que o Queen até poderia estar em evidência após o Live Aid, mas seria surpreendente se o "A Kind of Magic" os ajudasse a capitalizar com a situação. Para a ele, o álbum pode até ter sido o momento da coroação do Queen, mas isso não significava que se tratava de uma obra falida de imaginação.
A People Weekly engrossa o coro dizendo que ao Queen nunca havia faltado melodrama, e que seu envolvimento com trilhas sonoras só havia piorado a situação. Para ela, não havia qualquer expressão pessoal, muito menos íntima no disco, e que quase tudo nele era composto por tão arranjos altos e arrebatadores que é dificil ouvir o LP e não querer parar para fazer um pose de vencedor.

Apesar de críticas como as acima, houve aqueles que defenderam a obra. O jornal britânico The Times, é um deles, ao descrever o álbum como um dos lançamentos mais espetacularmente bem-sucedidos daquele ano. A também britânica Kerrang!, por sua vez, questiona o quanto que a limitação de escrever canções para uma trilha sonora pode ter impactado negativamente o álbum, para finalizar dizendo que somente uma banda do porte do Queen poderia lançar um disco com canções tão diversas e não decepcionar uma parcela considerável de seus fãs.
A meu ver, parte das críticas negativas são exageradas, mas outras fazem, sim, sentido. Vamos analisar. "One Vision" é um bom hard rock. A canção título é uma excelente canção pop. E ainda há duas ótimas baladas: "Friends Will Be Friends" e "Who Wants to Live Forever". O restante do álbum, contudo, claramente não tem o mesmo nível de inspiração. O que existe ali, claro, é a qualidade dos músicos e da produção, o que facilita com que muitas pessoas gostem do álbum como um todo, em especial os fãs.

Este texto é um trecho do roteiro para o vídeo "A história do Queen após o Live Aid: o A Kind of Magic e a despedida de Freddie Mercury dos palcos", publicado no canal "No Rastro do Som", no YouTube. Nele, dou continuidade à série de vídeos em que conto a história do Queen por meio de seus discos. Se quiser conhecer o conteúdo completo, é só clicar no vídeo abaixo.

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