O motivo pelo qual o Rush era o oposto do The Police, segundo Stewart Copeland
Por André Garcia
Postado em 26 de abril de 2025
Nomes como Yes, Genesis, Rush, King Crimson e Pink Floyd ao longo dos anos 70 foram alguns dos maiores expoentes do rock progressivo. Na década seguinte, no entanto, com o naufrágio do progressivo todas essas bandas escolheram como bote salva-vidas o mesmo subgênero: o moderno new wave, que conseguia agradar às massas ao mesmo passo que permitia a músicos extraordinários serem músicos extraordinários.
Depois que o Sex Pistols fez com que a Inglaterra fosse dominada pelo punk, muito músico ficou frustrado sentindo que aquela nova era exigia que eles desaprendessem a tocar para sobreviver. Uma banda que mudou isso foi o The Police. Formado por três músicos brilhantes, eles mostraram que era possível fazer música pop, acessível e divertida sem ser musicalmente primitivo.


No caso do Rush, tanto Geddy Lee quanto Alex Lifeson e Neil Peart já confessaram terem sido profundamente influenciados pelo Police, especialmente em seus álbuns pós-"Moving Pictures" (1981). A recíproca não era verdadeira, no entanto, como disse o baterista Stewart Copeland à Music Radar:
"[O Rush era uma banda que] eu só ouvia falar. Na verdade, eu não ouvia os álbuns do Rush e não saberia distinguir um do outro, embora Neil seja meu amigo [risos]! Concordamos em discordar de certas coisas, e é uma medida de sua grandeza como ser humano, o fato de ele estar completamente acima de qualquer sentimento que eu possa ter sobre o Rush."

"Esse é realmente o caso. Ele nunca me ouviu dizer nada de bom sobre a banda dele, já alguns comentários [meus sobre o Rush] que eu gostaria que ele não tivesse lido. Em momentos de descontração, as coisas tendem a sair. Os músicos tendem a ser ríspidos uns com os outros, mas geralmente eu não sou. Em geral, gosto de todas as músicas e de todo mundo."
"Teve uma época em que bandas como o Rush eram a personificação do que o The Police teoricamente era contra, ou seja, uma ênfase exagerada na musicalidade. Nossa meta nos primeiros dias era a emoção, e a técnica musical era uma distração dessa missão. Talvez eu tenha feito alguns comentários sobre a posição do Rush nesse quesito, e é realmente um mérito do Neil ter superado isso. E nós nos damos muito bem".

Em entrevista de 2023 para o Los Angeles Times Geddy Lee confessou a semelhança entre "New World Man" (faixa do álbum do Rush "Signals", de 1982) e The Police:
"Essa música é muito parecida com o estilo do The Police. Neil adorava a forma como Stewart Copeland tocava, e a guitarra soava como a de Andy Summers. A gente não conseguia ficar parado. É só ver o álbum "Roll the Bones", de 1991, e aquela a polêmica ridícula causada pelo trecho de rap [na faixa-título]."

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