Como membros do Opeth reagiram ao retorno do gutural, segundo Martín Méndez
Por Gustavo Maiato
Postado em 16 de abril de 2025
Com mais de 30 anos de carreira, o Opeth chega ao Brasil com um novo capítulo em mãos — o disco "The Last Will and Testament" (2024). A banda sueca, que se apresenta no dia 19 de abril no Allianz Parque, em São Paulo, será uma das atrações do Monsters of Rock 2025, dividindo o palco com nomes como Scorpions, Helloween e Europe.
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Em entrevista ao jornalista Gustavo Maiato, para a Rock Brigade, o baixista Martín Méndez falou sobre o retorno dos vocais guturais, o impacto do disco "Damnation" (2003) e os sentimentos que cercam essa nova fase.
Uma das maiores surpresas do novo álbum é a volta dos guturais, ausentes desde "Watershed" (2008). Segundo Méndez, o retorno foi planejado e bem recebido internamente. "A gente conversou sobre isso antes de começar a compor. Já tínhamos essa ideia", explicou. "Mas, claro, queríamos testar pra ver se funcionava. Quando o Mikael mandou a primeira música com os guturais, todos perceberam que funcionava muito bem. Ficamos felizes de voltar a tocar algo mais pesado."

O disco marca também um equilíbrio entre fases distintas da carreira da banda, que soube alternar momentos de brutalidade com passagens mais melódicas ao longo das décadas. A capa do álbum, com um retrato sombrio de uma família aristocrática, remete à atmosfera de filmes como O Iluminado. Méndez explicou que a estética remonta às fotos antigas de família, nas quais todos posavam com expressão séria. "Queríamos uma imagem que parecesse um testamento sendo passado adiante. O patriarca está no centro da arte, entregando seu legado."
Ao lembrar o álbum "Damnation", lançado em 2003, o baixista revelou que a ideia era ousada desde o início. "A ideia original era lançar Deliverance e Damnation ao mesmo tempo, como um projeto duplo. Um disco pesado e outro calmo, só com baladas. Mas a gravadora achou melhor dividir em dois álbuns, e acabamos concordando."

Mesmo com o afastamento momentâneo dos guturais naquele período, "Damnation" se tornou um dos discos mais queridos pelos fãs. "Todo mundo fala dos guturais e do som pesado, mas Damnation é muito querido. Quando tocamos ao vivo, sentimos isso." Sobre as faixas preferidas, Méndez não hesita: "‘Windowpane’ e ‘In My Time of Need’. É um disco lindo, e tenho orgulho de termos feito isso naquela fase mais pesada da banda. Foi uma boa decisão."
Com a volta dos elementos mais extremos e um repertório que passeia por toda sua trajetória, o Opeth promete uma apresentação memorável no Brasil. "Vai ser especial. O novo disco representa muito pra nós e será incrível tocar com bandas tão lendárias." A julgar pelo entusiasmo do baixista, os fãs podem se preparar para um show que olha para o futuro, mas sem esquecer do passado.

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