A noite em que Ronnie Wood foi arrastado de casa no meio do fogo - mas ele nem deu bola
Por Bruce William
Postado em 23 de junho de 2025
Não é novidade para ninguém que os Rolling Stones sempre foram sinônimo de festa sem fim e, claro, de confusões proporcionais. Enquanto Mick Jagger e Keith Richards ganhavam a fama de mestres em exagerar na dose, outros integrantes também colecionavam histórias dignas de rodar o mundo como lendas do rock. Ronnie Wood, que entrou na banda nos anos setenta, que o diga: teve época em que ele passava cinco dias acordado, na base de carreiras intermináveis e devaneios no banheiro com comparsas como o saxofonista Bobby Keys.
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Para evitar tragédias maiores, cabia ao discreto Charlie Watts, baterista e voz de sensatez no meio do caos, bancar o "babá de marmanjo" e ficar de olho em Ronnie. Mas nem sempre dava para segurar tudo sozinho. Numa dessas noites, Watts não estava por perto e o guitarrista, perdido num delírio, quase virou cinza dentro de casa sem sequer perceber.
No livro "Ron Wood: A autobiografia de um Rolling Stone" (Amazon), Wood contou que estava completamente alheio ao mundo real quando um incêndio colossal se aproximou do bairro onde morava. Enquanto ele cochilava em transe, o fogo avançava pelas colinas. Quem salvou tudo foi o motorista particular, que apareceu na porta gritando: "A porra do canyon tá pegando fogo!", mas ainda assim ele precisou arrancar Ronnie da cama à força, relembra a Far Out.

Ele parecia não ligar muito para a própria vida. "Eu só peguei umas pinturas e umas guitarras", recordou depois, como se fosse uma mudança decidida de última hora. Lá fora, o céu estava tomado de fumaça, chamas por todo lado. O fogo destruiu casas, queimou 38 mil acres, deixou mortos e feridos, e curiosamente a casa de Wood foi a única da rua que escapou intacta, como se fosse blindada por algum santo protetor dos Stones. Neil Young, vizinho na mesma região, não teve a mesma sorte: perdeu tudo.

Para aumentar ainda mais a lenda, poucos anos antes, Ronnie tinha gravado uma faixa solo com um título que virou ironia involuntária: "I Can Feel The Fire". Naquela noite, ele sentiu mesmo - mas precisou ser arrastado porta afora pra não acabar torrado de verdade. No fim das contas, ninguém resume melhor o espírito Rolling Stones do que ele: chapado, imprudente e sempre, de algum jeito, saindo vivo das chamas.

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