O melhor letrista da Inglaterra de todos os tempos, segundo Rod Stewart
Por Gustavo Maiato
Postado em 08 de junho de 2025
Mesmo com uma carreira solo marcada por sucessos mundiais como "Maggie May" e "Forever Young", o cantor britânico Rod Stewart nunca escondeu a admiração por um nome menos lembrado pelo grande público: Ronnie Lane. Em entrevista concedida ainda nos anos 1970 e relembrada agora em reportagem de Tim Coffman para o Far Out Magazine, Stewart afirmou categoricamente: "Ronnie Lane é um dos melhores letristas que a Grã-Bretanha já teve — e ainda é."
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A declaração foi feita em 1973, quando Stewart vivia o auge de sua fama e já havia se separado do grupo The Faces, banda que formou ao lado de Lane após a saída de Steve Marriott do Small Faces. À época, Stewart já era uma estrela em ascensão, mas fazia questão de destacar o talento do antigo parceiro. "Se você olhar as entrevistas que dei desde que nos juntamos, sempre disse isso", comentou.
Segundo Coffman, o elogio não soa como mera gentileza. Lane era responsável por algumas das composições mais sensíveis e bem construídas do rock britânico dos anos 1970. Álbuns como "Ooh La La" e "A Nod is As Good as a Wink... to a Blind Horse", ambos dos Faces, carregam letras de forte apelo emocional e observações poéticas que, mesmo com o passar do tempo, continuam ressonando entre fãs do rock clássico.

Rod Stewart, embora conhecido por interpretar músicas alheias com enorme personalidade, também demonstrava sua veia de contador de histórias em faixas como "Every Picture Tells a Story" e "Mandolin Wind". No entanto, ele sempre deixou claro que sua inspiração vinha de músicos como Lane. "Nada se compara ao que eu sentia ao cantar letras dele", disse.
Quem foi Ronnie Lane?
A trajetória solo de Ronnie Lane, após sair dos Faces, não teve o mesmo brilho comercial. Apesar de álbuns respeitados pela crítica e colaborações com nomes como Pete Townshend (do The Who), ele nunca alcançou o estrelato de antigos companheiros como Stewart e Ronnie Wood, que mais tarde se tornaria guitarrista dos Rolling Stones. Mesmo assim, Lane ainda participou em discos de Stewart, como Never a Dull Moment (1972), tocando baixo.

Coffman observa que essa diferença de reconhecimento é, infelizmente, comum no universo do rock: "Alguns dos músicos mais talentosos acabam sendo deixados de lado enquanto as grandes estrelas seguem acumulando fama." Mas, ao menos no caso de Ronnie Lane, sua genialidade nunca passou despercebida pelos que realmente o conheceram de perto.
Rod Stewart, por sua vez, fez questão de manter viva a memória artística do amigo. Sua declaração sobre Lane como o "melhor letrista da Inglaterra" — feita quando ele mesmo era uma das vozes mais populares do mundo — é uma prova de respeito rara e duradoura. E talvez, também, um lembrete de que no rock, nem sempre o maior holofote brilha sobre quem escreve as palavras que nos tocam mais fundo.


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