O álbum em que Phil Collins acredita ter atingido "o auge" como baterista
Por Bruce William
Postado em 30 de setembro de 2025
Muito antes de se tornar um astro pop mundial, Phil Collins já havia deixado sua marca como baterista de primeira linha no Genesis. Durante os anos setenta, enquanto a banda explorava o rock progressivo ao lado de Peter Gabriel, Collins se destacou por criar linhas rítmicas complexas sem perder o senso de musicalidade.
Um dos momentos mais desafiadores veio em "The Lamb Lies Down on Broadway", lançado em 1974. A ambiciosa ópera rock escrita por Gabriel pedia arranjos instrumentais intricados, e Collins mergulhou de cabeça nesse universo. Entre atmosferas sombrias e letras enigmáticas, sua bateria dava consistência às passagens mais caóticas.


Ao recordar essa fase, o próprio Collins admitiu que foi o auge de sua performance técnica. "Do meu ponto de vista como músico, fiquei impressionado com o quão complicado era. Minha bateria não era um kit enorme, mas tinha algumas coisas aqui, outras ali, e eu ficava girando em volta dela. Provavelmente foi o auge da minha forma de tocar, junto com os anos no Brand X", disse em entrevista disponível no Box Set 1970-1975, com transcrição feita pela Far Out.

Faixas como "In the Cage", "The Lamb Lies Down on Broadway" e "The Colony of Slippermen" mostram como o baterista sustentava mudanças abruptas de tempo e atmosfera. A execução exigia rapidez, precisão e criatividade, qualidades que ele já vinha explorando em paralelo com o grupo de jazz fusion Brand X. O disco também se destaca como último registro do Genesis com Peter Gabriel nos vocais. Sua saída, logo após a turnê, abriu espaço para que Collins assumisse o microfone. Mas, olhando para trás, ele próprio reconheceu que o nível de complexidade que alcançou nesse álbum dificilmente seria repetido nos trabalhos seguintes.
Embora "A Trick of the Tail" (1976) tenha provado que o Genesis poderia seguir em frente sem Gabriel, a fase representada por "The Lamb Lies Down on Broadway" permanece como uma das mais intensas da história do rock progressivo. Para Collins, foi a oportunidade de levar sua bateria ao limite, transformando cada parte do kit em fonte de ritmo.

Olhando para a carreira de Phil Collins, marcada por baladas e sucessos radiofônicos nos anos 1980, é curioso notar que seu maior orgulho técnico remonta a um período em que o Genesis parecia falar apenas para fãs de prog. "The Lamb Lies Down on Broadway" continua sendo, nas palavras do próprio baterista, o ponto alto de sua arte com as baquetas.

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