De Clapton a Satriani; guitarristas que Ritchie Blackmore não considerava "tudo isso"
Por Bruce William
Postado em 08 de setembro de 2025
Ritchie Blackmore sempre foi visto como um guitarrista exigente e imprevisível, não apenas no palco, mas também fora dele. Compositor de riffs que marcaram o rock pesado, o músico não costumava medir suas palavras quando questionado sobre outros colegas de seis cordas. Se por um lado reconhecia a genialidade de Jimi Hendrix mas com ressalvas, por outro não hesitava em classificar nomes consagrados como superestimados.
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O ex-Deep Purple afirmava que Hendrix tinha algo que poucos ousavam mostrar: a coragem de errar, o que muitas vezes fazia com que ele tocasse "errado". "Jimi Hendrix tocava muitas notas erradas porque estava sempre procurando. Quando encontrava a certa... era incrível. Mas se você está sempre tocando as notas corretas, tem algo errado: você não está buscando nada", disse em uma ocasião, conforme relembrou a Far Out.
Mas, em outra, ele não foi tão elogioso a Hendrix, e na ocasião, sobrou críticas até para Stevie Ray Vaughan: "Fiquei impressionado com o Hendrix. Não tanto pela forma de tocar, mas pela atitude. Ele não era um grande instrumentista, mas todo o resto nele era brilhante. Até o jeito que ele andava era incrível. Mas a guitarra sempre soou meio estranha."

Essa visão o levava a rejeitar guitarristas conhecidos pela precisão quase cirúrgica. Foi o caso de Joe Satriani, cujo virtuosismo técnico ele admirava, mas considerava frio. "Ele é brilhante, mas nunca ouço nele aquela busca pelas notas. Nunca um deslize, nunca uma nota fora, e isso tira o lado humano da música", explicou.
Eric Clapton, outro gigante que ajudou a moldar o rock, também não escapou de críticas. Blackmore elogiava a fase do Cream, mas acusava o guitarrista de viver do passado. "Ele está fazendo a mesma coisa há 50 anos, não progrediu desde os dias com o Cream. Clapton hoje é apenas um ato de nostalgia. Ele nunca chegou perto de alguém como B.B. King", disparou.

Até os Rolling Stones, celebrados pela longevidade e influência, viraram alvo. Para Blackmore, Keith Richards e companhia não passavam de discípulos que apenas copiavam Chuck Berry. "Eu considerava os Stones idiotas. Era só roubo de riffs do Chuck Berry. Respeito o ritmo da banda, mas não gosto deles", disse sem rodeios.
Essas declarações, tão polêmicas quanto sinceras, ajudam a entender a personalidade complexa de Ritchie Blackmore. Entre reverências e rejeições, o guitarrista construiu uma reputação de gênio criativo que não fazia concessões, nem mesmo aos colegas que, para muitos, estão no panteão da música. O curioso é que ele próprio seguiu caminhos que dividiram opiniões: ao abandonar o hard rock para se dedicar ao folk renascentista com o Blackmore's Night, despertou tanto respeito pela ousadia quanto críticas pela ruptura. No fim, suas opiniões ácidas reforçam a imagem de um artista que nunca se preocupou em agradar, mas em ser fiel à sua própria visão, mesmo que isso significasse desafiar ídolos consagrados ou reescrever seu próprio legado.

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