O álbum do Megadeth que mudou a vida de Dimebag Darrell
Por Bruce William
Postado em 14 de outubro de 2025
Em 1988, no Texas, David Ellefson foi apresentado a um guitarrista local que já tocava como quem carimba destino: "Diamond" Darrell. Depois do show, bar, risadas, madrugada comprida. No meio do barulho, veio a frase que não era elogio de ocasião.
- "David, quero te dizer que o álbum 'Peace Sells' mudou a minha vida."
Ellefson agradeceu, educado. Darrell voltou, mão no ombro, devagar:
- "Não... mudou a minha vida."
Foi o instante sóbrio da noite. O disco de 1986 - baixo marcante, riffs angulares, letras ácidas - tinha virado bússola pra um garoto do Texas, diz o relato da Loudwire.

Quatro anos depois, o Megadeth chamou o Pantera pra abrir a turnê de 1992, na esteira de "Countdown to Extinction". A convivência na estrada cimentou a amizade. E rendeu uma brincadeira recorrente: a banda de Phil Anselmo evitava tocar "Cemetery Gates" naquele momento mais bruto de "Vulgar Display of Power"; o Megadeth pedia a música quase todo dia. No último show da perna europeia, a equipe do Pantera invadiu o palco de cueca - e, naquela noite, a balada entrou no set. Zueira paga, pedido atendido.
O foco aqui, porém, é a chama inicial: por que "Peace Sells" pegou tanto em Dimebag? Na explicação de Ellefson, a intensidade da base e o senso de composição do Megadeth bateram forte em quem estava procurando linguagem própria. Não é só sobre técnica; é sobre ouvir um álbum e enxergar um caminho possível. "Peace Sells... but Who's Buying?" ofereceu isso: peso com ideias, agressividade com desenho melódico, aquela urgência que dá vontade de montar banda no dia seguinte.
Dali em diante, o Pantera subiria um degrau de cada vez até virar referência mundial. O disco que Darrell citou no ouvido de Ellefson continuou como ponto de partida afetivo, daqueles que a gente revisita quando precisa lembrar por que começou. E, no meio das histórias de estrada, ficou o retrato de um encontro em que um fã olhou pro seu herói e tirou a palavra "obrigado" do piloto automático: era gratidão. E um aviso, ainda que não dito mas que depois foi compreendido: "tô indo nessa direção também."
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Os 11 melhores álbuns de rock progressivo conceituais da história, segundo a Loudwire
A lendária guitarra inspirada em Jimmy Page, Jeff Beck e Eric Clapton que sumiu por 44 anos
Os dois bateristas que George Martin dizia que Ringo Starr não conseguiria igualar
A obra-prima do Dream Theater que mescla influências de Radiohead a Pantera
Regis Tadeu indica disco "perfeito" para uma road trip: "Todo mundo detesta, mas é bom"
Steve Harris admite que a aposentadoria está cada vez mais próxima
O defeito muito grave dos baixistas de heavy metal na opinião de John Entwistle
Guns N' Roses lança duas novas canções
Youtuber que estava no backstage do último show de Alissa com o Arch Enemy conta tudo
Após negócio de 600 milhões, Slipknot adia álbum experimental prometido para esse ano
A banda clássica que poderia ter sido maior: "Influenciamos Led Zeppelin e Deep Purple"
Ouça "Nothin'" e "Atlas", novas músicas do Guns N' Roses
O maior compositor do rock'n'roll de todos os tempos, segundo Paul Simon
A canção dos Rolling Stones que, para George Harrison, era impossível superar
O disco que John Lennon dizia que Beatles jamais faria: "Eu odiaria um álbum assim"


Megadeth anuncia show em país onde nunca tocou
Megadeth vai lançar documentário em mais de 1.000 cinemas ao redor do mundo
Gary Holt parabeniza Dave Mustaine por aposentadoria
Marty Friedman entende que não tinha mais nada a oferecer para o Megadeth
O álbum do Megadeth que fez "zigue" e o mundo fez "zague", segundo David Ellefson
A banda cuja formação mudou quase tantas vezes quanto a do Megadeth
Do Metallica ao Angra - passando por outras bandas -, um breve resumo do "Megadethverso"
Hall da Fama do Metal anuncia homenageados de 2026
Mick Jagger explica o limite que Stones não cruzaram, mas o Led sim e o Megadeth mais ainda


