Site lista músicas de rock que não seriam as mesmas sem suas longas introduções
Por Gustavo Maiato
Postado em 20 de outubro de 2025
Nem todo clássico do rock segue a regra atual do "não nos entedie, vá direto ao refrão". A frase, popularizada por Dave Grohl, resume bem o que se espera de um hit radiofônico – ou do TikTok hoje em dia. Mas, como lembra o jornalista Thom Donovan, da revista American Songwriter, "o rock muitas vezes quebra suas próprias regras". E algumas canções provaram que às vezes vale a pena demorar um pouco para começar.
Em artigo publicado recentemente, Donovan destacou três músicas que seriam completamente diferentes - e certamente menos impactantes - se não fosse por seus intros longos e icônicos: "One" (Metallica), "November Rain" (Guns N' Roses) e "Plainsong" (The Cure).
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O jornalista chama "One" de "a improvável música que levou o Metallica ao mainstream". O single começa como uma balada sombria, marcada pelos acordes lentos de James Hetfield, antes que Kirk Hammett entre com um dos solos mais melódicos de sua carreira. "Foi um movimento ousado para uma banda de thrash metal", escreve Donovan, lembrando que o clipe - o primeiro da história do grupo - tornou-se um sucesso na MTV com uma das imagens mais pesadas que a emissora já exibiu.

Músicas com introduções longas
Em seguida, ele cita "November Rain", do Guns N' Roses, como exemplo de ambição e ousadia. A canção, composta por Axl Rose muito antes de "Use Your Illusion I & II", transformou-se em um épico de mais de nove minutos. "Hits normalmente não passam de um minuto antes que a voz entre", observa Donovan. "Mas Axl fez a rádio e a MTV se dobrarem aos seus padrões - e não o contrário." O texto ainda destaca a influência de Elton John e o videoclipe cinematográfico, com Slash tocando no deserto diante de uma igreja, como símbolos da megalomania elegante do vocalista.
Por fim, "Plainsong", do The Cure, é tratada como a "abertura perfeita para um disco profundamente triste". Donovan descreve a faixa como o prólogo melancólico de Disintegration, obra-prima de Robert Smith. "Você não ouve a voz dele até quase três minutos de música. O som é frio, nebuloso, e parece que ele está tentando se fazer ouvir sob o peso da própria depressão", escreve. O jornalista termina o texto de forma pessoal: "É uma das canções mais belas que já ouvi. Disintegration ainda me faz chorar todas as vezes que o escuto."

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