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Gothic/Doom/Atmospheric/Neoclassical: Os melhores discos - Parte 3

Por Paulo Faria
Postado em 27 de dezembro de 2020

EVEN SONG
Path of the Angels
(1999, Displeased Records)

Final dos anos 90: bandas de diversos cantos do mundo se despontavam na cena gothic metal trilhando o caminho "a bela e a fera" muito bem pavimentado por bandas como THEATRE OF TRAGEDY e TRISTANIA. É o caso da banda que cito aqui, a obscura EVEN SONG. E o adjetivo "obscuro" eu uso para referir-me ao injusto desconhecimento que uma legião de fãs de gothic metal não tiveram ao deleitar-se com essa relíquia vinda da Hungria.

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O debut do grupo, intitulado "Path of the Angels", é uma pequena obra-prima, e às vezes eu me pergunto o porquê de tantas bandas inferiores em qualidade deram as caras por aqui, no Brasil, e este "Path of the Angels", não. Vai saber...

Mas o que esperar do álbum? Primeiramente, é um disco com letras cuja temática é cristã. Sim! Mas isso não desabona em nada o álbum, pelo contrário. Acho que pelo fato de o EVEN SONG usar desse expediente acabou refletindo nas lindíssimas melodias criadas por este grupo húngaro. Ao contrário de muitas bandas do estilo que às vezes soam enfadonhas, não espere isto das oito canções que recheiam este CD. A música varia o tempo todo, sempre rápida e capitaneada principalmente pelas guitarras de Gabor Olah e Mihály Szabó (também compositor e vocalista). Há teclados? Sim! Mas estes soam apenas como arranjos secundários. O que você vai perceber ouvindo este disco é que as guitarras estão sempre "à frente". Dizem que "mais é menos", não é? Não aqui. Os guitarristas estão sempre solando seja na introdução, nas estrofes, no pré-refrão, dentro do refrão... os caras não param! E são as guitarras que criam atmosfera éterea juntamente com a belíssima voz de Ágnes Tóth (que também assume os teclados). Para mim, Ágnes Tóth tem uma das vozes mais suaves e angelicais do metal; é nítida seu timbre e seu jeito de cantar com a de Liv Kristine Espenæs.

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A produção com aquele jeitão de deixar tudo meio reverberado também deu o tom atmosférico, e claro, há uma voz masculina fazendo os vocais limpos e guturais, executados pelo já citado Mihály Szabó.

"Path of the Angels" é sim um trabalho essencial para você ter na sua coleção, e é uma pena ser um disco tão raro e a banda nunca ter despontado no cenário (as informações sobre o grupo na internet são pífias; é como se a banda nem existisse).

O EVEN SONG lançou ainda mais dois álbuns antes de encerrar a carreira e sumir no mapa, e a curiosidade é que os álbuns são tão ruins, mas tão ruins, que nem de longe parece a mesma banda.

PETTALOM
The Wine of the Night
(2000, Demise Records)

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Sim, o gothic/doom metal surgiu na Europa, mas eu considero que o Brasil está na vanguarda do estilo, tamanha a qualidade do nosso underground.

Vide a quantidade de grupos Brasil afora que muitas vezes com recursos limitados trazem ao mundo verdadeiras obras-primas do metal compensando a falta de apoio com talento e trabalho árduo.

O PETTALOM é uma banda de Tatuí, interior de São Paulo, que no ano 2000, despontou com seu incrível "The Wine of the Night".

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A banda causou um frenesi na época nos meios de comunicação especializados e no meio underground que o consideravam como uma "grande promessa". Mas não é para menos. "The Wine of the Night" é uma ópera metal de qualidade ímpar. Cruzando o heavy metal tradicional, com arranjos acústicos, teclados expansivos e a soprano Kátia Santana (de deixar a Tarja Turunen se remoendo) dividindo as vozes com Marcos Riva, o álbum já nasceu clássico.

Ao contrário de quase todas as bandas de gothic metal da época, que utilizavam do recurso "a bela e a fera", o PETTALOM acertou em cheio em sua identidade apostando numa soprano intercalando com um vocal grave.

O tom épico que sobressai das nove faixas do disco (há um clima medieval que permeia todas as nove faixas que é muito diferente de qualquer ópera metal que existe por aí...) com um espantoso lirismo e melodias incríveis é um trabalho realizado a seis mãos. Para dar mais substância ainda ao disco, a parte literária, escrita pelo vocalista Marcos Riva, trata de temáticas como o cristianismo e paganismo – com trechos em latim e em português (!!!).

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Aqui, é muito difícil descrever as sensações advindas das músicas ao ouvinte, tamanha é a qualidade e complexidade de "The Wine of the Night". O que dá para descrever, é que é um trabalho que desperta emoções profundas

O PETTALOM é um daqueles grupos que você olha e diz: "que orgulho eu tenho de ser brasileiro". Mas infelizmente, 20 anos depois, este registro fonográfico é o único trabalho oficial da banda. Por conta de discordâncias, o grupo se desfez e voltou várias vezes, mas nunca conseguiu se acertar definitivamente. Na internet, no espaço da banda no Bandcamp, existem vários registros no formato "demo" e "EP", o que nos dá uma amostra da grandeza do que poderia ser um eventual segundo álbum. Mas sonhar não custa.

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Enquanto um segundo trabalho oficial não vem, aconselho a você, meu amigo, ouvir o quanto antes "The Wine of the Night", de preferência acompanhado de uma taça de vinho...

ADAGIO
Romantic Serenades
(1999, Megahard Records)

O Adagio (não confundir com a banda francesa de mesmo nome) é um grupo também do interior de São Paulo, Araraquara. E é correto afirmar que a banda é uma das pioneiras do doom metal no Brasil – seu debut, "Romantic Serenades", saiu quase que ao mesmo tempo que o primeiro álbum da SILENT CRY.

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Neste mega trabalho temos aquele doom arrastadão, porém, nunca maçante (creio ser isto uma especificidade das bandas brasileiras de doom/gothic: "abusarem" da criatividade, dos arranjos e do andamento das canções).

O nome que batiza disco, "Romantic Serenades", não poderia ser mais apropriado. O que se tem nesse incrível trabalho são, sim, "serenatas românticas", porém, soturnas, tétricas e... pesadas.

Os vocais de Jefferson Webber são brutais e melancólicos. O vocalista, embora use predominantemente o gutural, urra com um sentimento raras vezes visto. E aqui há uma curiosidade quanto as vozes: o doce vocal feminino da cantora Priscila Felícia é apenas um "acompanhamento". Explico. Ela canta em quase todas as faixas, contudo, na mixagem, fizeram propositalmente que a voz da moça ficasse "atrás", e não na mesma frequência do gutural. Confesso que na primeira vez que ouvi o disco eu estranhei, mas com o tempo fui acostumando com a proposta e achei interessante o vocal feminino servir apenas como "apoio". Isso deixou com que o CD ficasse ainda mais dramático. E drama é o que não falta aqui: lindos arranjos de teclados e solos de guitarras melodiosos acompanhados de violinos dão a tônica das canções. As faixas "Romantic Serenades in the Dawn" e a longa "...In the Death" definem com precisão o que é este trabalho do ADAGIO.

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O Pompeu, do KORZUS, é um dos mixadores do disco e ainda canta na música "Darkness Forever". Não por acaso, é a única faixa que destoa um pouco da obra; a música é a mais rápida e tem uma pegada thrash.

O trabalho gráfico é muito bonito. Eu particularmente adoro a capa e o encarte. Creio que para o estilo é muito importante ter um trabalho gráfico que case com as músicas.

Por fim, o ADAGIO lançou um segundo álbum, porém, sem vocais femininos e saindo do doom e indo para o dark. O segundo lançamento é de longe inferior ao primeiro. Ainda nos tempos do Orkut, lembro-me de uma publicação do vocalista Jefferson Weber prometendo um terceiro disco com vocais femininos e tão doom quanto o primeiro. Nunca aconteceu.

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"Romantic Serenades" não é um dos melhores álbuns de doom metal do Brasil. É um dos mais importantes do mundo.

TWELFTH OF NEVER
Things that Were
(2003, Dark Symphonies)

TWELFTH OF NEVER é uma grata surpresa dentro do estilo "dark ethereal", mas o grupo passeia também pelo gothic rock.

Formada no estado de Massachussetts, nos Estados Unidos, "Things that Were" é seu segundo e derradeiro disco, lançado em 2003, mas nunca no Brasil (o primeiro, "Blowing Bubbles Through Broken Windows", saiu quatro anos antes, mas também nunca deu as caras por aqui).

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A primeira impressão que o ouvinte tem ao pegar o CD é a capa, que particularmente, eu acho um pouco sinistra. Logo ao abrir o encarte, na primeira página, há uma dedicatória de página inteira para uma moça de 27 anos que, segundo a banda, era fã número 1, mas que morreu um ano antes do lançamento deste disco. A homenagem vem acompanhada de uma foto da referida moça num tom um pouco escurecido. Devo dizer, sinceramente, quer tanto a capa quanto a homenagem a essa fã da banda me deixaram com sentimentos "pesados", e ao colocar o CD para tocar, só me confirmou este sentimento de melancolia pré-concebido.

As músicas são etéreas e soturnas com doces vozes femininas e vocais masculinos limpos em uma ou outra faixa. Como pede o estilo, claro que há, sim, teclados, mas bem dosados juntos a instrumentos acústicos e guitarras com bastante chorus. Na verdade, as guitarras com chorus e até distorção em determinadas músicas são o que criam o clima do álbum. É até interessante também o fato de que ao contrário de muitos grupos "dark music", o TWELFTH OF NEVER se vale até de solos de guitarras neste trabalho.

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Portanto, não espere algo parecido com ENYA, pois não é. As atmosferas são diferentes, e apesar de possuir evidentemente o clima étereo, "Things that Were" é um álbum de rock.

Este é mais um caso de banda que encerrou suas atividades cedo, deixou poucos trabalhos – do qual nenhum deles foram lançados no Brasil –, e que quase não há informações da mesma pela internet. Mas suas músicas são bastante emocionais e depressivas, e acho este disco um dos melhores dentro do estilo, o que vale a pena conferir, de preferência dentro de um ambiente fechado e com o volume no máximo.

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Sobre Paulo Faria

Paulo Faria tem um montão de anos; é um amante do cinema de horror, literatura e rock 'n' roll. É professor por formação, humorista por conveniência, músico por obsessão e escritor por aspiração.
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