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Bangers Open Air

2016: melhores do ano pelo colaborador Leonardo Daniel Tavares da Silva

Por Leonardo Daniel Tavares da Silva
Postado em 01 de janeiro de 2017

Ainda dá tempo de marcar um gol no jogo de 2016, esse ano que está ganhando de 7 a 1 da música pop? Se der, lá vai meu chute. Vamos ver no que vai dar. Assim como em todos os últimos anos, elaborei minha lista de discos que mais ouvi ou que, por este ou por aquele motivo, merecem destaque nesse ano que foi tão difícil na maioria dos aspectos (até para o Whiplash.net, que perdeu o Nacho Belgrande, um de seus mais importantes colaboradores). Lembro, não há ordem nenhuma aqui, pois a lista foi sendo costurada ao longo do ano inteiro. Álbuns que pensei que estariam aqui acabaram não aparecendo (o do GOJIRA, por exemplo). Outros, me surpreenderam. E, como toda lista pessoal que se torna pública, esta é uma lista que reflete o gosto/humor de quem a escreveu, mas você pode comentar à vontade.

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Hardwired … To Self-Destruct

Depois de vários anos de espera, o METALLICA finalmente lançou seu tão aguardado novo álbum (que eu até já tinha chamado por aqui de "o Chinese Democracy do Metallica). Talvez para justificar a espera, o petardo vem em duas partes. E é provável que seja aí que resida seu maior problema. Há material suficiente para um bom álbum, "Atlas Rise", "Moth Into The Flame", por exemplo, se tornarão clássicos no repertório da banda. No entanto, há umas duas ou três faixas que poderiam ser limadas, melhor trabalhadas em um lançamento futuro ou lançadas apenas em uma versão deluxe, o que evitaria uma sensação de cansado após ouvir o álbum inteiro. No entanto, candidatas a futuros novos clássicos como "Atlas, Rise!", "Moth Into The Flame", a faixa título e a interessante "Manunkind" o credenciam a estar nesta lista. E, afinal, METALLICA é METALLICA. Os caras não são uma das maiores bandas de metal do mundo à toa. A estratégia de lançamento, com um clipe para cada música, também foi notável, espetacular, apesar de não ser inédita. O METALLICA de hoje não é o mesmo que brigava com o Napster. Nem para o bem, nem para o mal.

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Dystopia

Depois de um álbum controverso, para dizer o mínimo sobre o "Super Collider", o MEGADETH sentiu um grande baque com a saída de Shawn Drover e Chris Broderick. Mustaine reformulou a banda adicionando o brasileiro Kiko Loureiro e, num primeiro momento, o baterista do LAMB OF GOD, Chris Adler. Com personalidade, Kiko conseguiu impressionar o chefe e contribuir para que a banda se torne tão relevante como quando foi na era Marty Friedman. Que essa fase dure muito, muito mesmo.

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The Holographic Principle

Mark Jamsen, Simone Simons e cia se aprofundaram nos temas científicos, como no anterior, "The Quantum Enigma", além de referências a filmes como "Matrix" e "Inception" e temas atuais, como na tocante "Dancing in A Hurricane", sem deixar de fazer a mistura que sempre fizeram de muita melodia e agressividade. Talvez este tenha sido o álbum do EPICA que mais me empolgou.

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Praieiro

Os SELVAGENS À PROCURA DE LEI rodaram o Brasil inteiro mostrando seu disco mais "de casa" justamente depois de fixar residência em São Paulo (a banda é do Ceará). Mais maduros e livres para absorver qualquer influência, disco, reggae e, obviamente, o rock que sempre norteou suas carreiras, os quatro garotos (agora acompanhados por um tecladista e um percussionista) mostram mais uma vez que não precisamos mais lamentar não estarmos mais nos anos 80, que ainda há muito rock bom feito em português no Brasil. Não é seu melhor álbum (o segundo, homônimo, ainda ganha minha preferência), mas é um dos melhores discos de rock brasileiro, nacional, em português de 2016. "O que será o amanhã", não sei, mas se depender dos SAPDL, os meninos e meninas da geração pós-Coca-Cola vão continuar tendo porta-vozes.

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Morz Volta

Depois de estrear com um excelente primeiro disco, mais uma banda cearense, a JACK THE JOKER, dispara no mercado um álbum que nada fica a dever aos grandes nomes do progmetal mundial e, sem exagerado bairrismo, num ano em que os maiores ícones lançaram álbuns bem mornos, até chega a superá-los (não em representatividade, mas em técnica e nas boas escolhas para juntar todas os seus elementos). Com algo de Djent, guitarras afiadas e uma última faixa ("Venus and Mars") que ultrapassa os 24 minutos (!). O quinteto realmente não tem nada de humildade.

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Kodama

Os franceses do ALCEST trouxeram mais do blackgaze que faziam do que do dreampop em que haviam investido. Seis faixas apenas, influências da cultura oriental, ambientações ora plenas de liberdade, ora claustrofóbicas e o retorno de Neige aos guturais (com bastante parcimônia ainda), fazem deste mais um álbum que você não pode olvidar em 2016. É som pra viajar.

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Blues of Desperation

JOE BONAMASSA é um dos mais prolíficos artistas do nosso tempo. Com quarenta anos completados em 2016, o blueseiro lançou em pouco mais de uma década 12 álbuns de estúdio (e mais uma penca de álbuns ao vivo, especiais, etc) de um blues modernoso, com uma pegajosa pitada pop, mas com muito respeito ao antigo. "Blues of Desperation" é "apenas" o seu mais importante lançamento de 2016. Música para dirigir, música pra amar, pra chorar, curtir uma fossa, dançar. Se todos os outros bons músicos de blues fossem abduzidos em 2016, Bonamassa e sua banda pelo menos tentariam continuar mantendo o mercado aquecido com bons álbuns. Prepare-se para ficar com "Montain Clibing" na cabeça.

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Book of Shadows II

Enquanto não lança mais um álbum com o BLACK LABEL SOCIETY, Zakk Wylde nos brinda com mais uma pérola da breguice. São canções de amor supra-ultra-derramado, que fariam as trilhas sonoras globais envergonhar-se. Mas, o pior de tudo isso, o pior mesmo, é que o disco é muito, muito bom. Assim como há 20 anos atrás, este trabalho de Wylde é essencialmente acústico, mas sem se prender ao formato, com Wylde mostrando que seu shredding também pode ser aplicado a composições calminhas e emocionais.

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In the name of Father, and Son, and Violence

O tema da subserviência e dominação religiosa não deixa de estar na moda enquanto coisas absurdas continuam acontecendo no Oriente Médio e pessoas vendem suas almas em troca de promessas vazias de prosperidade e saúde das religiões neo-pentecostais no Brasil. Talvez apenas os alvos possam ser redirecionados, mas, nós jamais saímos da idade das pedras. A pernambucana INNER DEMONS RISE transforma todo esse questionamento em música. Brutal, técnico, cheio de solos indo e voltando e com o poder da voz do também artista gráfico Alcides Burn, também vem do Nordeste um dos álbuns mais interessantes do ano.

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The Hell's Decrees

A volta de uma das maiores bandas de Death Metal do Brasil aos palcos não poderia acontecer sem um lançamento de peso. Literalmente. "The Hell Decrees", o novo álbum da REBAELLIUN chuta portas e bundas sem cerimônia e pôs fim a um hiato da banda gaúcha e serviu de motivação para colocar o quarteto de volta aos palcos dos festivais no Brasil e no mundo. Num ano de tantas notícias ruins, essa notícia infernal foi realmente muito boa.

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Sorceress

Que Akerfeldt, Eriksson e cia são uma fábrica de música boa, todo mundo já sabe. O OPETH nos presenteia mais uma vez com uma obra de composições complexas, que levam tempo para ser digeridas e que, como o vinho, ficam melhores conforme o tempo passa. E mesmo sem recorrer mais a guturais, o som dos suecos ainda apresenta um peso absurdo em meio a mudanças de andamento e interlúdios contemplativos, vide "The Wilde Flowers". Nem devíamos perder mais tempo, o OPETH tem que se esforçar muito, muito mesmo para não garantir um espaço na lista de melhores do ano cada vez que lança um álbum.

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Blue and Lonesome

Aqueles que dividem com os conterrâneos BEATLES e com o americano ELVIS PRESLEY a paternidade do rock como o conhecemos já enveredaram pelos caminhos do Blues várias vezes, mas nunca tinham dedicado um álbum inteiro ao estilo. E quando um ícone presta reverência a seus próprios ícones, nós, simples mortais só podemos ficar parados, apreciando, admirando. O lançamento de "Blue and Lonesome", dos ROLLING STONES é mais que um álbum de covers, é aquilo a que costumamos chamar de "acontecimento". Se essa volta às raízes for o canto dos cisnes dos STONES (sim, é possível, infelizmente), os velhinhos ingleses terão se despedido em grande estilo.

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Pantáculo Místico - Hermético: o mais gélido pagan doom metal veio esse ano de onde menos se espera: da calorosa Fortaleza. Boa parte das canções já eram conhecidas, por terem feito parte das duas demos que a banda lançou, mas, ainda assim, vale muito a pena conferir as novas versões e as novas composições desta poesia extrema em português.

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Garbage - Strange Little Birds: mais um bom trabalho do quarteto capitaneado por Shirley Manson. A música pop ainda tem salvação.

Jomsviking: experimente assistir à série Vikings com o disco do AMON AMARTH como segundo plano. Não dá para não querer pegar um machado e ir para o mar.

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The Last Stand: Outro disco muito bom dos suecos que falam de guerra porque não gostam de guerra, mas para tentar evitar que aconteçam. Uma pena que todos os seus teclados, uma característica tão marcante do som do SABATOM, fiquem de fora dos shows.

Stronger Than Ever: a estreia do novo vocalista, Pedro Campos, no HANGAR resultou em mais um disco com técnica, vigor e melodia. Belos momentos como "just like heaven" em meio a canções com bastante peso, como "Reality is a Prison", já bastante conhecida e com um dos riffs mais marcantes de 2016, e "The Revenant", baseada no filme que deu o óscar ao Di Caprio. E a estreia do álbum ainda ficou registrada em um DVD, gravado em Brusque em Santa Catarina.

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Brotherhood of the Snake - Depois de "Dark Roots of Earth", eu esperava mais, mas, mesmo assim, ainda é um grande álbum do TESTAMENT.

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Como consegui viver de Rock e Heavy Metal

Decision Day - O SODOM sempre acerta. O disco só não está melhor posicionado porque só o ouvi no finalzinho do ano. Lembrem-se, esta ainda é uma lista pessoal.

"Hollow Bones" (RIVAL SONS) e "Lady in Gold" (BLUES PILLS): Como me disse o guitarrista Scott Holiday em entrevista, o que eles querem é fazer o pessoal voltar a dançar com o rock. E essas duas bandas conseguem isso. Esse ano, ambas as bandas devem ter acrescentado um número enorme de fãs. A primeira por abrir muito competentemente os shows do BLACK SABBATH, a segunda com este seu segundo disco.

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Head Carrier - Não adianta tentar ouvir "Head Carrier" em busca de canções comparáveis aos clássicos antigos dos PIXIES como "Debaser" e "Here Comes Your Man", assim como não dava para ouvir essas canções em sua época esperando músicas fáceis. PIXIES nunca é fácil, mas é sempre instigante.

Masters of Evil

A dupla de axemen do MERCIFUL FATE, Michael Denner e Hank Shermann, se junta novamente para lançar "Masters of Evil", um álbum com um quê da antiga banda, mas com uma nova voz. O nome da banda é o próprio sobrenome deles porque queriam que os fãs já ficassem sabendo do que se tratava, conforme Hank me contou em entrevista.

Pocho Aztlan: Depois de anos sem nos brindar com sua grosseria, o BRUJERIA finalmente lançou em 2016 a sua metralhadora grind. E é só isso que basta falar aqui.

For All Kings: Eu ainda prefiro o ANTHRAX fazendo a mistura de rap com thrash em doses que só eles conseguiam fazer, mas este ainda é um grande álbum. E o melhor de tudo, eles vieram no Ed Force One para nos mostrá-lo pessoalmente.

Calico Review

Você provavelmente nunca ouviu falar da Allah-Las. Surf music, psicodelia, rock de garagem, a quase desconhecida banda californiana juntou tudo de bom que alguns membros ouviam na loja de discos em que trabalhavam (Amoeba Music) e lançaram um álbum com canções curtas, rápidas, mas que grudam como chiclete. A passagem da banda recentemente por São Paulo quase não fez nenhum barulho, mas o quarteto merece muito mais atenção.

Schmilco: o WILCO já tem muita estrada, mas foi para mim uma das descobertas do ano, som calmo, tranquilo, mas irreverente, já anuncia a capa de Joan Cornellà

All Our Gods Have Abandoned Us - A banda dos gêmeos Searle sofreu um duro golpe em 2016. Tom Searle perdeu a batalha contra o câncer e é mais um dos artistas que nos deixaram neste ano de 2016. Antes disso, os ARCHITECTS me abriram os olhos para um gênero que até bem pouco tempo eu torcia o nariz, o Metalcore, com All Our Gods Have Abandoned Us, com canções com uma fúria inesperada e inesgotável e a opção por harmonias baseadas em teclado ao invés de vocais limpos.

Dois grandes nomes da música que nos deixaram também lançaram bons discos. Por ter sido o último, Blackstar, de DAVID BOWIE vai estar em muitas listas, mas, não foi uma obra que me cativou tanto, talvez até por eu ter tentado evitar ir por esse caminho. O mesmo posso dizer de "You Want It Darker", de Leonard Cohen. No entanto, ambos merecem menção, claro, e, quem sabe um dia, livre da obrigação de ouvir os álbuns apenas por respeito a alguém que partiu, mas como obras que poderiam estar no meio da discografia de ambos os seus autores eu possa me arrepender de não ter lhes dedicado maior atenção.

Jardim Pomar: O ex-TITÃS NANDO REIS lançou um bom álbum tão aos 46" quanto esta lista. O ruivo não abandonou os temas românticos, mas ensaiou um bom retorno ao rock and roll de até uns três discos atrás. E as letras são sempre boas de ouvir (isso se você for capaz de usar camisa polo, assim como eu).

A decepção do ano:

Dream Theater - The Astonishing

Grandiloquente demais, extenso demais, pretensioso demais cansativo demais. O DREAM THEATER deu a seus detratores bastante assunto esse ano com um álbum que não é ruim, (longe disso, John Petrucci e Jordan Rudess nasceram sem a capacidade de criar algo ruim), mas que poderia (e, neste caso, DEVERIA ser condensado). Podemos dizer o mesmo do álbum do METALLICA? Sim, podemos. Mas, aquele tem a vantagem de não ter faixas se relacionando tão fortemente, de não fazer com que o ouvinte se sinta culpado de pular uma ou outra, ou colocar o álbum no shuffle (que é o que no fim acaba acontecendo mesmo hoje em dia e é também o que o conceito de TA vem atacar). Enquanto tantos outros álbuns bons foram lançados, escutar o chororô de James LaBrie por mais de uma hora chega a ser quase tão ruim quanto ver Claudia Leitte assassinar uma canção do LED ZEPPELIN por três minutos. E se o canadense pretendia interpretar os vários personagens da estória contada no álbum, errou feio. Vamos falar a verdade, eles todos parecem um só.

Capa mais bonita do ano:

Aqui o DREAM THEATER aparece novamente. Capas de álbum tem que ser apreciadas com atenção aos muitos detalhes que devem conter. Por todo o trabalho não só aqui, mas no material gráfico lançado na Internet (site oficial, etc), que serve de apoio à narrativa do álbum, a capa de "The Astonishing" é a melhor, em minha opinião, de 2016.

Menção Honrosa:

Alone in the Universe: este álbum foi lançado ainda em 2015, mas foi uma das minhas trilhas sonoras de 2016. O 14º da ELECTRIC LIGHT ORCHESTRA ou o primeiro a ser creditado como "Jeff Lynne's ELO" tem boas canções. É simples, cativante, belo, cheio de harmonias. Chega a parecer ter saído da carreira solo de algum dos fab four, ou mesmo algo dos BEATLES caso tivessem chegado juntos aos anos 70.

Comente: E você? Quais os melhores de 2016 em sua opinião?

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Sobre Leonardo Daniel Tavares da Silva

Daniel Tavares nasceu quando as melhores bandas estavam sobre a Terra (os anos 70), não sabe tocar nenhum instrumento (com exceção de batucar os dedos na mesa do computador ou os pés no chão) e nem sabe que a próxima nota depois do Dó é o Ré, mas é consumidor voraz de música desde quando o cão era menino. Quando adolescente, voltava a pé da escola, economizando o dinheiro para comprar fitas e gravar nelas os seus discos favoritos de metal. Aprendeu a falar inglês pra saber o que o Axl Rose dizia quando sua banda era boa. Gosta de falar dos discos que escuta e procura em seus textos apoiar a cena musical de Fortaleza, cidade onde mora. É apaixonado pela Sílvia Amora (com quem casou após levar fora dela por 13 anos) e pai do João Daniel, de 1 ano (que gosta de dormir ouvindo Iron Maiden).
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