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Rush: Artista gráfico Hugh Syme escolhe as melhores capas da banda

Por Vagner Cruz
Fonte: Rush Fã-Clube Brasil
Postado em 16 de outubro de 2015

O Rush lançou em maio de 2015 Art of Rush, um livro de 272 páginas que celebra os quarenta anos de relação da banda com seu artista gráfico e ilustrador Hugh Syme. Ele conversou com a Billboard no começo de julho sobre o livro e seus trabalhos com Rush (material que trouxe também o prefácio na íntegra escrito pelo próprio Neil Peart).

Syme vem trabalhando com Peart para criar as artes dos álbuns do Rush desde o disco Caress of Steel, de 1975.

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Ele não só idealizou o clássico logo Starman da banda para 2112, de 1976, como também teve tempo para tocar um ARP Odyssey na introdução atemporal do álbum e banhar a canção "Tears" no mellotron. Ainda parte integrante de longa data da família Rush, o site da revista Classic Rock pediu para que Syme escolhesse as 10 melhores capas que criou para a banda. Ele veio com 11.

1. MOVING PICTURES (1981)

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Apesar das limitações orçamentais naquele momento e os desafios decorrentes daquele conceito... foi uma obra muito ambiciosa de se empreender - desde a capa até o encarte. Fiquei muito satisfeito que o resultado tenha ficado bem perto da minha visão inicial. E, como algumas canções - esse chegou a mim em um instante. Os títulos do Neil são assim - eles inspiram imagens e sempre fui cativado pelo grande autor que ele é. Seus maravilhosos títulos são sempre aguardados por esse diretor de arte. Eles foram o ponto de partida para cada álbum que fizemos. Também venho descobrir e me deliciar com a percepção que esses caras trazem com seus trocadilhos. Simples, elaborados, profundos ou eloquentes. E, eles sempre souberam como deixar nossos recursos visuais permitindo humor e mistério.

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2. GRACE UNDER PRESSURE (1984)

Nessa altura tínhamos de fato acertado nosso passo como banda e diretor de arte. Eu realmente apreciava o processo de como Neil e eu podíamos discutir e viajar nas ideias. Às vezes com produtividade imediata e, por vezes, apenas encontrando a primeira de muitas. Minha inclinação inicial era de me aventurar em uma ultra minimalista, quase na sensação do selo de jazz ECM (estava ouvindo bastante Keith Jarrett na época), e esse quadro da capa representa um campo de tom pesado sobre um tom mais calmo - dessa forma, tínhamos a pressão pesando sobre a água. Céu e água. Foi quando me ocorreu que poderia também ser uma fração com p/g (literalmente "p" em cima de "g"). Então, em uma noite com o Armagnac fazendo efeito, nos encontramos indo em direção mais metafórica e surreal para os temas finais da pintura. Também gostei desse processo... pintar. Era algo que eu só havia me aventurado algumas vezes. Ainda tenho o esboço do trabalho que fiz naquela noite, em um guardanapo de papel.

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3. POWER WINDOWS (1985)

Mais uma vez, foi bom pintar essa visão para a capa da banda. Além disso, foi um período turbulento para mim, de muitas maneiras - perdi meu pai no meio desse projeto. Ir mais fundo em algo além de mim mesmo se tornou uma necessidade verdadeiramente catártica. Dessa forma, aquela pintura foi meu santuário, durando oito semanas completas. Entre meu trabalho e a camaradagem do meu bom amigo e mestre da fotografia Dimo Safari, agora aqueles podem ser lembrados como o melhor dos tempos.

4. HOLD YOUR FIRE (1987)

Eu adorava o fato de que a banda poderia voluntariamente se atrever em entrar e sair de uma arte gráfica simplista para produções mais extravagantes. Esse projeto teve as duas coisas. A capa vermelha gritante criou o ícone da toda a campanha com a configuração das esferas vermelhas, cuja formação foi feita através da fotografia, ilustração e cenários em miniatura para a difusão interna. Um empreendimento divertido e ambicioso.

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5. SIGNALS (1982)

O hidrante e o cão. Esse resultado final ilusoriamente simples de uma ocorrência diária do mundo dos cães foi a culminação de três meses de becos-sem-saída conceituais. Gosto de como as cores primárias e secundárias fuincionam, enquanto as irrisórias alusões ao tema ainda continuam inquietantes e inesperadas. Um momento Twin Peaks.

6. ROLL THE BONES (1991)

Grande projeto. Grande produção. Sempre gostei do resultado da combinação do nosso cenário de grande escala com a água em primeiro plano, o garoto e a plataforma do metrô... com a parede de dados em miniatura como azulejos do metrô. E, essa foi a gênese da tecnologia digital, de onde pude me afastar do retoque tradicional com lixívia e corantes em uma cópia em transparência, combinando imagens díspares que seriam compostas em uma imagem final em impressão única... para onde poderia alcançar tudo isso 'no post' com a manipulação de fotos no Photoshop - tudo dentro do reino digital. Ctrl+Z significava que nunca mais teria que dizer que sente muito.

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7. COUNTERPARTS (1993)

Que banda no rock and roll permitiria que seu diretor de arte propusesse (com uma cara séria) um diagrama de uma porca e um parafuso para uma palavra potencialmente vasta como 'counterparts'? Uma palavra tão vasta, que Neil e eu não conseguiamos parar de pensar grande. Então fizemos... por semanas e semanas!

8. TEST FOR ECHO (1996)

Essa foi a primeira vez que aproximamos o 'álbum' do que a embalagem do CD realmente oferecia e inspirava. Ao invés de lamentar a diminuição da área de superfície de 12 polegadas do LP para o livreto do CD, soubemos manter a arte mais iconografica e adequada para o quadrado de 4.75 polegadas. Também abraçamos a oportunidade de preencher os painéis internos do livreto com uma nova arte para o tema específico de cada música. Capas dentro de capas. Uma adaptação, certamente... mas novas e diferentes formas de pensar para melhorar a experiência do espectador.

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9. VAPOR TRAILS (2002)

A culminação de anos de silêncio e cura. No entanto, algo maravilhoso poder colaborar novamente com Neil após cinco anos. Adorei como sua explicação de Vapor Trails falava do flash de luz que conhecemos como a nossa vida, e de como a mesma é passageira como um cometa. Resisti a todas as fotografias da National Geographic ou da NASA, e senti que deveríamos retratar a fugacidade... com fugacidade. A pintura que fiz em uma placa quadrada de 18 polegadas foi realizada entre meu café da manhã e almoço. Ela foi destinada como o "esboço" para a pintura real que eu havia planejado. Neil gostou da sensação daquele esboço, e foi com pouco ou nenhum convencimento que caí em sintonia imediatamente. Com fotografias de Andrew [MacNaughtan] como referência, trabalhei em um estilo mais urgente e gestual do que normalmente estava inclinado, como (digamos) Power Windows, para completar três imagens em menos de uma semana. Mais uma vez, fugaz.

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10. CLOCKWORK ANGELS (2012)

Aqui, pude desfrutar de um desvio considerável da nossa norma (embora para o crédito ao Rush, ao contrário de tantos outros artistas, eles sempre planejaram com bastante antecedência - permitindo que cada projeto se desdobre por pelo menos seis meses antes). Graças à extensão da turnê Time Machine para uma segunda perna na Europa, e o fato de que eles só tinham duas músicas completas desse "trabalho em andamento", fui capaz de atuar bem antes, e continuar por 22 meses completos na preparação da arte para essa saga épica de Neil. Assim que as canções foram concluídas e as letras liberadas, ficamos trabalhando praticamente durante os shows. Enquanto eles escreviam, ensaiavam e gravavam, eu desenvolvia cada ilustração para o álbum. Meu arquivo para esse projeto permanece inalterado com o título Steampunk Serenade. Algumas coisas nunca mudam.

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Oh, e eu sempre gostei de A FAREWELL TO KINGS também. (11)

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Sobre Vagner Cruz

Vagner Cruz é de Niterói, Rio de Janeiro, e atualmente reside na cidade litorânea de Maricá. Amante do rock and roll e de suas várias vertentes, acabou conhecendo o power-trio canadense Rush em 1997, se tornando desde então um grande fã. Atualmente mantém o site Rush Fã-Clube Brasil, o mais acessado no país dedicado ao grupo, onde se dedica a traduzir entrevistas, informações de músicas e álbuns buscando grande interação com os fãs brasileiros. Colabora cominformações sobre a banda no Whiplash.Net desde 2009.
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