Underground: livro eterniza em 43 relatos discos nacionais que marcaram a cena nacional
Por Mário Pescada
Postado em 19 de fevereiro de 2022
Nota: 9 ![]()
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Quem vivenciou o cenário musical das décadas de 80/90 provavelmente teve algum tipo de contato com os fanzines, aqueles impressos xerocados, cheios de desenhos, resenhas de discos, divulgação de bandas, shows, discussões variadas, etc. que traziam informações ao público underground do que estava rolando aqui e na gringa - estamos falando de uma época antes da internet dominar tudo.
Fazer um fanzine dava muito trabalho e gastava umas boas horas, já que, em geral, os recursos eram poucos e feitos de forma individual, coisa de quem gostava e acreditava mesmo naquilo. Depois de tudo pronto, ainda era preciso distribuir aos amigos de mão em mão, deixar nas lojas de discos, na porta dos shows ou enviar pelos Correios levando a informação a todos os cantos. E o ciclo recomeçava: recebia-se outros fanzines, fitas K7, LP´s, material de bandas, enfim, um sistema informal que mantinha a cena ativa e viva.
Feito de forma similar a um fanzine, o livro "86 Histórias Sobre Discos Brasileiros - 43 Amantes da música underground discorrem sobre dois discos de bandas nacionais", é simples, direto e cheio de paixão. Construído a muitas mãos, coube a Fellipe CDC (fanzineiro, bibliotecário, músico, apresentador dos programas on line Zine-se e Cult 22) a missão de organizar todo material, animado pelos desenhos de Maurício Júnior que deram um toque bem legal ao material.
A ideia do livro foi de colher o testemunho de importantes pessoas do underground nacional (músicos, apresentadores, fanzineiros, produtores, radialistas, etc.) sobre dois discos nacionais que de alguma forma marcaram suas vidas - inclusive, muitos desses fizeram com que algumas dessas pessoas mudassem o rumo das suas vidas depois do primeiro contato. Missão difícil, já que, não bastasse o fato de poder escolher apenas dois discos, ainda tinha uma condicionante cruel: uma mesma banda poderia ser escolhida mais de uma vez, porém, cada disco só poderia ser citado uma única vez! Imagina a dificuldade de você ter de selecionar só dois discos e ainda vendo as opções se acabando...
Não por acaso, a maioria dos participantes escolheu seus dois discos favoritos da época da sua adolescência, período em que a maioria teve seus primeiros contatos com o rock - me incluo nessa. Os relatos das trocas de discos, de chamar e ser chamado pelos amigos para ouvir as novidades em casa, da sofrida tarefa de ter que escolher só um disco para levar para casa, de fazer e receber fitas K7 dos LP´s gravados, etc. me trouxeram boas e saudosas lembranças.
Falando ainda dos participantes, há nomes como Charlie Curcio (escritor, STOMACHAL CORROSION), Clodoaldo Mendigo (ROT), Denfire (músico, Editora Denfire), Juninho Sangiorgio (RATOS DE PORÃO), Ludmila Guadad (organizadora de festivais, ESTAMIRA), Luiz Carlos (VULCANO), Manu Joker (UGANGA, ex-SARCÓFAGO, apresentador), Nata Nachthexen (MANGER CADAVRE?), Túlio Dourado (DFC) e muitos outros que a anos vem contribuindo ativamente para o cenário nacional. A parte final do livro, com suas respectivas fotos segurando cheios de orgulho suas respectivas escolhas (muitas raridades hoje), ficou muito legal.
Pela diversidade dos perfis dos entrevistados, o livro cobriu estilos como heavy/speed, thrash, death, black metal, punk, hardcore, grind, etc. de bandas conhecidas como DORSAL ATLÂNTICA, SEPULTURA, VIPER, CHACKAL, SARCÓFAGO, RATOS DE PORÃO, MYSTIFIER, KORZUS, CÓLERA, GENOCÍDIO, MX, TAURUS, etc. até nomes menos conhecidos do público, mas não menos importantes para o nosso underground, como ROT, ATACK EPILÉPTICO, KARNE KRUA, MYTHOLOGICAL COLD TOWERS, STRESS, NEPHASTUS, MEDICINE DEATH, ABUSO SONORO, CENTÚRIAS, etc. Ao fim, foram citados mais de 50 grupos diferentes cujos discos foram lançados por batalhadoras gravadoras, como a mineira Cogumelo Records (disparada a mais citada), Die Hard Discos, Punk Rock Discos, além, claro, de alguns lançamentos feitos de forma independente.
Há uma certeira frase no livro escrita por Roseane Galvão que diz: "Preservar memórias é também iludir o tempo". Talvez não tenha sido esse o objetivo principal do livro, mas acabou sendo ao fim, seu maior mérito: eternizar e relembrar tantas bandas e discos nacionais que formaram a nossa cena underground.
O livro pode ser adquirido diretamente com o organizador Fellipe CDC através do e-mail [email protected], pelo telefone (61) 98337-3463 e também em sites/lojas especializadas.
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