Resenha - Barulho - André Barcinski
Por Mário Orestes Silva
Postado em 28 de novembro de 2014
Comecinho dos anos 90. Totalmente sem dinheiro, o jornalista André Barcinski, novaiorquino nacionalizado brasileiro, segue para as estradas dos Estados Unidos, apenas com o patrocínio que lhe rendeu vários filmes fotográficos e muitos contatos de bandas. O intuito era entrevistar o máximo de artistas possível, registrar todos os eventos e entrevistas que conseguir. E conseguiu. O resultado é "Barulho – Uma Viagem Pelo Underground Do Rock Americano".
Jello Biafra em seu apartamento faz chamego com seu gato de estimação. Como sempre muito atualizado nas questões políticas mundiais, solta "alfinetadas" no presidente do Brasil (na época Fernando Collor de Mello), sem perder a conectividade com o meio artístico independente. A propósito, o seu selo Alternative Tentacles Record, continua sendo referência no meio até hoje. O registro de seu show não é muito diferente do feito no Brasil em 2010.
O momento com Al Jourgensen e Paul Barker no estúdio, é regado a muita cocaína. O show deles (Ministry), registrado por Barcinski, é de uma violência tecnológica tamanha que mais parece um terror sonoro high tech. A passagem com o The Cramps (saudades de Lux Interior) é totalmente psycho. Imagine uma apresentação onde a banda promove uma performance digna de músicos doentes mentais, com direito a banho de vinho e pedestais destruídos. No público, garotas dançando sensualmente em cima das mesas, ambiente enfumaçado e constante chuva de bebida. Tudo com maquiagem forte e figurino sado masô. Sem dúvidas o psychobilly é uma das vertentes mais divertidas do rock.
O privilégio de entrevistar Joey Ramone em seu apartamento é um capítulo invejoso. Todo o carisma deste mito é transcrito e fotografado num deleite para o leitor. Se na época em que Joey era vivo, essa matéria já era saudosista, imagine ler isso agora.
Os pubs de São Francisco com todo o clima noir underground, as bandas de Seattle que estavam todas vivendo o clímax do grunge e o hard core de Nova Iorque, encontram-se todos muito bem retratados neste livro. Além do bom texto que consegue ser imparcial, as muitas fotos de shows, bastidores, entrevistas e discos, nos provam a importância desse trabalho jornalístico profissional com cara de fanzine.
Mais do que uma indicação é uma medicação para os amantes do rock em suas várias ramificações.
Editora Paulicéia; textos e fotos de André Barcinski; São Paulo, 1992; 126 páginas.
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