Caio Gaona: inúmeros projetos e ciente de seu papel na luta contra a depressão
Por Vagner Mastropaulo
Fonte: IM Press&MKT
Postado em 16 de setembro de 2021
Agradecimentos a: Isabele Miranda (@isabelemirandatv) / IM Press&MKT
Em breve haverá quem troque a referência a Caio Gaona de "Geek Batera" para algo como o "Mike Portnoy brasileiro", sem qualquer tipo de polêmica comparação técnica, mas pelo simples fato de ele ter diversos projetos! É fato, ninguém bate o workaholic ex-Dream Theater no quesito, mas, entre outros afazeres, Caio integra a Toth e a Triscore, fora inúmeros lançamentos em seu canal do YouTube. "Pouco", né? Dê mais uns anos a ele, pois o cara certamente seguirá produzindo.
Mesmo com a agenda apertada, o músico arrumou um tempinho para conversar conosco sobre: o começo com o instrumento; como estão ambas suas bandas e a carreira solo; a participação nas gravações com a cantora Jackie Apostel; e, surpreendentemente, seu papel na abordagem de temas sensíveis como depressão, ansiedade e prevenção ao suicídio! Confira:
Vagner Mastropaulo: Caio, obrigado pela entrevista! A primeira pergunta necessariamente passa por seu início como músico. Como se deu esse processo, com qual idade e por que a bateria?
Caio Gaona: Eu que agradeço! Foi na primeira vez que ouvi uma bateria microfonada no show do Angra, na turnê do Temple Of Shadows. Tudo mudou completamente e, a partir daí, era o que queria para o resto da minha vida.
VM: Entre tudo que você faz, já ouvi a Toth, a Triscore, as participações com Jackie Apostel e conheço seu canal próprio no YouTube. Em breve falaremos a respeito de cada um desses assuntos, mas como você faz para administrar o tempo?
CG: Procuro fazer o máximo para que não haja choque de agenda e, na maioria das vezes, consigo. Acabo sempre dando prioridade a sons autorais e para a Triscore porque a bateria dita muitas coisas durante o som. Logo, sempre mando algum substituto para tributos em que toco. No caso da Jackie, ainda não fizemos shows e, como ela é uma artista solo, é tudo muito centralizado nela, então apenas aguardo para saber os direcionamentos do que faremos.
VM: O mais antigo dos seus trabalho é seu canal no YouTube. Como e quando ele surgiu? O que te motivou? E para quem ainda não te conhece muito bem, como você descreveria o conteúdo?
CG: Antes de ser músico, sempre gostei muito de cultura geek. Coleciono bonecos, curto games, assisto a filmes e séries e minha intenção foi unir o amor pela cultura geek ao meu trabalho, que é tocar bateria. Assim criei o projeto Geek Batera, que consiste em mostrar meu trabalho criando arranjos na bateria para temas de filmes, games, animes e séries e agora tem três músicas autorais inspiradas em personagens.
VM: Quais são estas faixas e os personagens?
CG: Sobre a prevenção ao suicídio, "High Price Of Life" é inspirada na Morte, personagem do universo Neil Gaiman, e conta com a participação da Indira Castillo. Os outros dois personagens são o Batman em "Effect" e o Corvo em "Rise Above Pain" – aqui com vocais de Bridy.
VM: Ter seu próprio espaço no YouTube é um modo de se relacionar diretamente com os fãs. Por outro lado, gera a obrigação de criar conteúdo regularmente. Como você lida com essa pressão?
CG: [risos] Isso é uma coisa muito doida... Fico vinte e quatro horas pensando em conteúdo e coisas novas para fazer. Se estou assistindo a uma série ou filme, já penso: "Essa trilha poderia funcionar bem!". Além do YouTube, estou focando muito em meus lançamento nas plataformas digitais de áudio, que é de onde vem a maior renda com o projeto Geek Batera, com licenciamento de covers para essas plataformas.
VM: Já virou sua marca registrada, porém de onde veio a alcunha "Geek Batera"?
CG: A idéia inicial era chamar "Cine Batera", mas numa conversa com Tiago Almeida, dono do Bar Gibi Cultura Geek, decidimos que "Geek Batera" soaria melhor.
VM: De todas as gravações que você fez para seu canal, qual a de maior satisfação pessoal?
CG: É complicado escolher uma só, mas as que me dão mais alegria e orgulho até hoje são: "Pacific Rim", "Batman 1989" e "Winter Soldier". E é lógico que também tenho orgulho absurdo de minha citada música "High Price Of Life".
VM: Pulando para as bandas que você integra, como você entrou na Toth?
CG: Era para eu ter integrado a Toth desde sua formação, mas por conta da minha agenda apertadíssima à época, eu não conseguia ser parte dela, infelizmente. Mas acredito que as coisas acontecem no momento que têm que acontecer, então estou muito feliz de integrar a Toth, banda que finalmente me faz me sentir em casa, tanto pelo conteúdo lírico quanto pela sonoridade que flerta com estilos de bandas que amo nos gêneros hard rock e new metal.
VM: A Toth teve a sacada do uso das máscaras e, pensando em bandas como Slipknot, Ghost e Mushroomhead, os mais chatos vão dizer que nem foi algo original. Mas vocês focaram em identidades próprias baseadas em deuses do Egito: Anubis, Toth, Sobek e Horus. De onde veio a idéia?
CG: A idéia partiu do Arthur e do Murilo, após conversarem sobre o nome de família dele, que é Toth.
VM: O lyric vídeo de "Fading" estreou no canal oficial da Toth no YouTube em 15/07. A letra fala sobre depressão e o próprio Murilo, guitarrista, a explicou em nota para a imprensa: "Quando a compus, consegui reviver experiências marcantes que tive e ela traz algo muito pesado que ocorreu dentro de mim e que acontece com muita gente ao redor do mundo. Minha idéia é mostrar aos que passam por isso que eles não estão sozinhos". Vocês chegaram a falar coletivamente sobre o tema antes de sua composição?
CG: Não participei da composição da música, mas me identifiquei muito com ela por toda a minha história pessoal com depressão e ansiedade. Inclusive, é por isso que lancei "High Price Of Life" sobre o tema.
VM: Sem querer fazer sensacionalismo, é bastante enriquecedor você falar abertamente sobre o tema, pois as pessoas vão se identificar e ninguém está realmente sozinho...
CG: Depressão, ansiedade e suicídio são temas considerados tabus pela sociedade, mas que afligem a maioria das pessoas e minha intenção ao fazer músicas desse tipo não é só contar uma história, mas ajudar as pessoas que estão passando por isso, fazer com que elas se identifiquem e entendam que qualquer um pode passar por uma situação assim, não importando gênero, credo ou classe social. E também serve como um lembrete para que eu nunca desista, não importando o quão difícil seja o momento [nota: coincidentemente, Caio concedeu a entrevista no mesmo 10/09 em que o Caleb Shomo, frontman do Beartooth, abordava o assunto em matéria da Kerrang!
[an error occurred while processing this directive]VM: E o que mais está por vir para a Toth, a curto e médio prazos?
CG: Vem aí: clipe novo, single novo e depois entraremos em estúdio para um novo EP.
VM: Trocando de banda, como você montou a Triscore?
CG: Fundei a Triscore em função da necessidade de criar uma banda para executar os temas que tocava em meu canal. A banda nasceu no palco da Jedicon 2017, quando me uni ao experiente Rodrigo Cordeiro e a meu amigo Fernando Gomes para executar as músicas de maneira imersiva e diferenciada. Desde então, já fizemos uns duzentos shows e, num deles, tocamos o Guardiões da Galáxia na íntegra no MIS.
VM: O mais recente lançamento da Triscore foi a releitura de "Pegasus Fantasy" em 30/07 e, como você já nos explicou, os trabalhos da banda dialogam com as postagens em seu canal. Como um inspira o outro e, ao mesmo tempo, como separar o que lançar sozinho do conteúdo coletivo?
CG: Isso é muito legal porque a Triscore é mais focada no gosto de todo mundo e na nostalgia, enquanto que meu trabalho solo é voltado principalmente a meu gosto pessoal e tendências geek do momento, como os seriados da Marvel (WandaVision, Loki, etc).
VM: E quais os próximos passos para a Triscore?
CG: Estamos para lançar um vídeo de 007 e recebemos convites espetaculares para o ano que vem envolvendo tocar trilhas de filmes na íntegra.
[an error occurred while processing this directive]VM: Gostaria que você nos contasse sobre sua participação em "Stop Making Me Cry In Paradise", de Jackie Apostel – inclusive, é a sua imagem que abre o clipe. No final das contas, você é membro da banda de apoio dela ou apenas fez a gravação em estúdio? E como ela chegou a você e como se deu o convite?
CG: Em principio, achava que não ia passar de uma participação, mas a vibe da gravação foi tão legal que acabei me tornando batera de apoio dela e amigo pessoal da Jackie, uma pessoa maravilhosa. O convite se deu de forma inusitada através de áudios no Instagram na caixa de spam que poderiam ter sido ignorados, mas quando ouvi e vi a seriedade do trabalho dela, percebi que seria algo muito bacana de participar.
VM: Em dezembro/20, Jackie Apostel lançou The Reformation e The Reformation B-Side saiu em maio/21. De quais gravações nestes trabalhos você participou exatamente?
CG: Gravei apenas os vídeos para "Beast" e "Stop Making Me Cry", mas já estamos trabalhando em músicas novas com nosso poder criativo e o que posso dizer é: vêm dois musicões por aí!
VM: Antes de encerrarmos, quais outros projetos deixamos passar? Fale a respeito deles:
CG: Além dos citados acima, entrei na The Duck Apartment, grupo com proposta de fazer músicas para gamers e o pessoal da Geração Z, com certa inspiração em Mamonas Assassinas. Integro o projeto Pernostika, que tem uma veia gótica misturada com uma vibe noventista ao estilo The Cranberries. E também estou na Ridesky, banda de metal tradicional de Várzea Paulista com quem gravei o single "Cry Out Of Angels".
VM: É isso, o espaço é seu para o recado final. Irrequieto como todo baterista, você já deve ter alguns novos trabalhos solo em mente, então fique à vontade para divulgá-los, se quiser. E muito obrigado pelo tempo e disposição.
CG: Quero agradecer imensamente pela oportunidade em falar sobre meus projetos e quero dizer a todos para nunca desistirem de seus sonhos. Meus próximos lançamentos serão: "Lifeline", música instrumental que é trilha sonora da HQ de mesmo nome, do Maic Lee; e uma música inspirada em Constantine com a temática do bem contra o mal.
Inscreva-se no canal do Geek Batera:
http://www.youtube.com/caiogaona
Site:
http://www.caiogaona.com.br
Assessoria de Imprensa: IM Press&MKT / @isabelemirandatv
Fotos: JR Sander
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