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Coldness: ansiosos para mostrar ao público o seu som

Por Leonardo Daniel Tavares da Silva
Fonte: Daniel Tavares
Postado em 15 de setembro de 2012

A COLDNESS é uma das mais novas promessas do heavy metal cearense. Divulgando seu debut, "Existence", um álbum com arranjos surpreendentes, a banda terá a grande responsabilidade de abrir o show do VIPER, em Fortaleza, dia 22 de setembro. Conversei com eles sobre as expectativas para este show, sobre o "Existence" e vários outros assuntos. Você confere a entrevista na íntegra, logo abaixo.

Vocês começaram como banda em 2003 e só agora em 2012, quase 10 anos depois, lançaram o seu primeiro full-length. Por que tanta demora?

Gabriel Andrade:
No início da banda busquei trabalhar algumas músicas e precisava encontrar as pessoas certas para o trabalho. Passei dois anos buscando essas pessoas e, somente em 2005, começamos os ensaios. Até esse momento não tínhamos intuito de sair gravando. Precisávamos criar a sonoridade para banda, definir um caminho a trilhar e nesse processo os membros anteriores deixaram a banda e outras assumiram seus postos, de forma mais coesa para a sonoridade e mentalidade que a banda buscava.

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George: Em 2009 registramos o primeiro trabalho da banda, o promo "Sense Of The Life" e mais uma vez sofremos com a saída de integrantes. Ao encontramos novos integrantes precisávamos ensaiar para que eles pudessem entender o som que nós estávamos criando e essa fase se encerrou em 2012, quando finalmente conseguimos lançar o nosso primeiro full-length.

Há quanto tempo vocês estão com esta formação (Diego Celedônio - vocal, Wilton Bezerra, - guitarra, George Rolim - baixo, Pedro Neto - bateria, Gabriel Andrade - teclado)?

Gabriel Andrade: Estamos com essa formação desde 2011. Pedro e eu somos os mais antigos da banda, George ingressou na banda em 2009, Diego em 2010 e Wilton entrou em 2011.

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Algum de vocês tem experiência anterior em alguma outra banda?

Gabriel Andrade:
Temos sim. Pedro e eu tocávamos em uma banda de Death Metal Melódico, o ARK OF SIN, gravamos juntos um Ep e um Promo com essa banda.

George: Diego e Wilton participaram de alguns projetos de bandas na cena local e eu vim de uma banda chamada KAME RIDER que faz um som direcionado a J-music.

Conte mais um pouco sobre a história da banda.

Gabriel Andrade: Eu fundei a banda e a sonoridade da banda sempre foi voltada para o Heavy Metal. Quando iniciei essa jornada sempre procurei tocar música autoral, não iniciamos como uma banda cover. Como toda banda, sofremos com a saída de integrantes e isso nos atrapalhou ao longo do tempo. Do início da banda até 2005 ficamos apenas dedicados a composição e quando realizamos os primeiros ensaios passamos por um contratempo e tive que mudar de cidade, indo morar em São Paulo. Mesmo distante eu procurei manter a banda, incentivava os integrantes e ajudei compondo. Acabei retornando para Fortaleza e assumi novamente a banda e desde então estamos na ativa e conseguimos dar um passo importante na nossa carreira, lançando o nosso primeiro álbum.

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George: Com certeza, apesar do percalços o intuito de criar uma sonoridade inovadora e fiel ao felling do Heavy metal sempre foi o espiríto do COLDNESS! Absorvi isso e vesti a camisa e foi assim o resulto demonstrado no "Existence". Tivemos nossos entraves com o álbum como qualquer banda que lança o seu primeiro material, mas acreditamos que conseguimos passar a verdade na nossa proposta que foi construída através dessa jornada que o Gabriel iniciou.

E quanto ao nome COLDNESS. Como chegaram a ele? Existe algo especial que vocês querem dizer com isso? Por que não aproveitam a oportunidade e contam pra gente?

Gabriel Andrade: Chegamos ao nome em meados de 2005, após várias conversas sobre a temática das letras o nome que mais representava o que queríamos passar era exatamente COLDNESS. O que nos queremos passar não é a idéia de que as pessoas têm que ser "frias e calculistas" e sim que as pessoas possam parar para refletir sobre tudo o que fazem e as coisas que acontecem em sua volta. A frieza não está relacionada à pessoa e sim ao que ela causa.

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George: Sempre fomos coesos em demonstrar que o nome não vem simplesmente de um aspecto comportamental e muito menos climático, haja vista moramos no Ceará!(Risos) Mas o conceito repercute, ao meu entender, no sentido de calmaria, temperança e introspecção. Conhecimento de si mesmo e dos seus valores para com a vida e como você ira traça-la. A viagem é por ai! (Risos).

Como foi o processo de gravação do "Existence"?

Gabriel Andrade: O processo de gravação do álbum levou um ano de planejamento, entre composição, ensaios, pré-produção, gravação e finalização. Ficamos de Maio a Novembro de 2011 compondo e ensaiando, entramos em estúdio no final de dezembro de 2011. Todo o processo de gravação foi realizado pela banda, onde cada integrante colaborou com os arranjos das músicas e também na gravação propriamente dita em estúdio, foi um processo realizado com muito esforço e dedicação e não tivemos qualquer tipo de patrocínio ou contrato referente ao processo e fizemos o que estava dentro da nossa realidade financeira e do nosso calendário de planejamento.

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Vocês tem alguma predileção por alguma das faixas do "Existence"? Caso sim, por que?

Gabriel Andrade: Eu gosto de todas as faixas do disco, vê esse trabalho pronto foi um passo muito importante na nossa carreira. Como em todo trabalho tenho algumas em especiais, "Justify Your Existence" e "Clash of A Time". Gosto dessas duas pela mensagem que essas músicas passam.

George: A minhas prediletas são "In the Mirror ( No Choices)", como já era de se desconfiar, "Justify...", "Live Now" me trás um energia incrível quando tocada e claro " Clash.." que tem muita influência da ambiência Black Metal cujo somos grandes fãs, me satisfaz muito. É complicado falar, mas o álbum é muito completo para nós. Sei que conseguimos mostrar algo diferente, uma essência válida de se ouvir ainda por muito tempo!

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Gabriel Andrade assina a maioria das músicas. Podemos dizer que ele é a grande cabeça por trás do som do COLDNESS, ou não?

George Rolim: O Gabriel é muito pro-ativo e dedicado a banda, pode-se dizer que ele leva tudo isso como uma relação de casamento mesmo. Isso é nossa família, trabalho, filho, e ele compra muito seriamente essa ideia. Eu procuro auxilia-lo e estar sempre disposto a tocar a banda em todos os sentidos. Sou ligeiramente Workholic, mas ele por ser mais experiente na arte da composição inicial, teve mais felling para trazer essas estruturas para a banda trabalhar. Sempre tivemos esse espaço para trabalhar os arranjos individuais de cada instrumentista e até sugerir ideias nas composições, mas não se pode tirar o mérito da ideia inicial do seu criador.

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Como comentei em minha resenha do Existence, vocês estão fazendo um "heavy metal de luxo", com arranjos riquíssimos. Como está a receptividade do disco?

Gabriel Andrade: Temos recebidos críticas positivas sobre o disco, temos alguns shows sendo agendados e poderemos sentir um pouco mais por parte do público a receptividade sobre o disco. Claro que também temos recebidos críticas negativas e até destrutivas, mas lidamos com todas essas críticas, o importante é que estamos felizes com o resultado que conseguimos alcançar, é o nosso primeiro álbum de vários que virão pela frente.

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George Rolim: Exatamente como Gabriel comentou, se você postar coisas simples, até amadoras, como um vídeo seu na internet tocando algum cover e postar para seus amigos, sempre vai existir alguém pra falar mal e apontar o dedo, mas estamos cientes que nosso trabalho é o início de uma coisa diferenciada e temos noção do nosso potencial profissional. Isso está sendo reconhecido por muitos fãs e apoiadores da banda.

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Todas as bandas sofrem algum tipo de influência em seu som (mesmo negativamente, como por exemplo, a cena punk que queria fugir do preciosismo instrumental das bandas progressivas dos anos 70). Que bandas mais influenciaram o som de vocês?

Gabriel Andrade: Podemos dizer que a influência musical de cada integrante agregou ao som do COLDNESS. Eu particularmente gosto muito de heavy metal, escuto bastante coisa de black metal, gosto da ambientação que esse estilo tem e isso me influência muito e tenho procurado ouvir coisas um pouco fora do metal.

George Rolim: Eu já comecei por uma escola "Pinkfloydiana". Vim do Rock e principalmente do Prog, mas o metal me encantou plenamente. Quando toquei com o COLDNESS pela primeira vez, e ouvi os projetos de harmonias e melódias que Gabriel tinha em mente eu senti que era isso que queria tocar deste o começo! Mas claro que não deixo de escultar meus fusions, jazz e progs.

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E na cena cearense, embora não haja tantas bandas no mesmo estilo de vocês, por quais outras bandas vocês tem admiração? Como vocês vêem essa cena hoje?

Gabriel Andrade:
Temos freqüentado a cena de Fortaleza desde 2000 e temos presenciado grandes bandas de Metal, podemos citar o OBSKURE, DARKSIDE, TEMPUS EDAX RERUM, SUNRISE EAST entre outras. Sempre acreditamos no potencial do Metal feito aqui no Ceará, temos grandes bandas lançando seus materiais e realizando grandes shows, produtores e selos com excelentes trabalhos como a Gallery Productions, Gino Productions, etc.

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Como consegui viver de Rock e Heavy Metal

Em 22 de setembro, vocês vão abrir o show do VIPER em Fortaleza, uma das bandas que mais influenciou o heavy metal produzido no Brasil. Esse show e a reunião em si tem sido muito aguardados. Imagino que vocês vejam essa oportunidade como uma grande honra e estejam tão ansiosos quanto a maioria dos fãs. Conte pra gente sobre essa espectativa de dividir o palco com o VIPER e como vocês foram convidados para abrir esse show.

George Rolim: Certamente será uma grande honra dividir o palco com essa grande banda que é o VIPER. Será o show de lançamento do "Existence" e estamos ansiosos para poder mostrar para o público o nosso som e espero que todos curtam o COLDNESS.

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Fomos convidados pelo Emydio Filho, da Gallery Productions, e agradecemos muito por essa oportunidade, espero ver todos os fãs do VIPER nesse grande evento e que os mesmos possam conferir o nosso show, que está sendo preparado com muita dedicação.

Recentemente, os produtores musicais de Fortaleza reclamaram nas redes sociais sobre o não-pagamento de alguns festivais por parte da prefeitura da cidade. Embora estejamos em ano eleitoral e as finanças dos órgãos públicos tornem-se naturalmente mais críticas, os convênios foram assinados antes do período limite para contratação desse tipo de evento de fomento à cultura. Vocês tocaram no ForCaos, um dos festivais que, até agora, não teria sido pago. Vocês podem dar alguma opinião nessa questão (Nota: podemos ver o logo da Prefeitura de Fortaleza nas imagens do evento, mas, segundo produtores culturais da cidade, a mesma não teria repassado as quantias às quais tinha se comprometido, fazendo-os assumir os custos - e as dívidas - da realização dos festivais)?

Gabriel Andrade: Temos acompanhado e participando dessa mobilização por parte dos produtores, fazemos parte da ACR (Associação Cultural Cearense do Rock) e somos solidários à mobilização. Espero que a Prefeitura honre com seu compromisso e realize o pagamento dos festivais.

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E para o futuro? Quais os planos de vocês? Tem viagens agendadas? Já começaram a compor o sucessor do Existence?

Gabriel Andrade:
Nossos planos são de continuar com o nosso trabalho, sempre melhorando, fortalecendo as parcerias e que possamos mostrar o nosso trabalho para o mundo. Temos alguns shows sendo agendados para esse semestre, estamos na expectativa de agendar mais shows para o primeiro semestre de 2013. Estamos planejando um clipe promocional do álbum atual para o semestre que vem e já temos os planos concretizados para o sucessor do "Existence".

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Já pensando no sucessor de "Existence"? O que vocês já podem adiantar deste novo trabalho? Com a experiência adquirida no "Existence" o que vocês fariam de diferente no novo álbum e o que vocês não abrem mão?

Gabriel Andrade: Estamos no atual momento focados e dedicados na divulgação do "Existence", temos os planos, mas não temos ainda esse tipo de detalhe sobre o que faríamos de diferente no novo álbum. Queremos manter o mesmo nível de trabalho ,que conseguimos com o "Existence" ou até supera-lo, em ambientações, arranjos e qualidade artística como um todo. Nossos planos é de preparar esse material para o segundo semestre de 2013.

George Rolim: Não abrimos mão de participar de todos os processos que envolve a gravação de nossos álbuns, de todos os detalhes desde da pré-produção à arte gráfica, como já foi fato com o "Existence", isso é o essencial para a banda e com certeza não vai deixar de ser acontecer no sucessor.

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Chegamos ao final da entrevista. Deixe sua mensagem para os leitores do Whiplash.

Gabriel Andrade: Primeiramente gostaria de agradecer a você e ao Whiplash pela entrevista, os nossos parceiros, amigos, familiares e principalmente ao público pelo apoio a banda. Muito obrigado!!!

George Rolim: Muito Obrigado a você, Daniel, ao Wiplash pelo espaço e atenção, a todos que apoiam o Coldness nessa empreitada real, dedicada e profissional, ao Emydio, da Gallery Productions, por acreditar de forma veemente na banda e ao novamente aos fãs pelo apoio e dedicação, Obrigado, DIE HARD!!!

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Sobre Leonardo Daniel Tavares da Silva

Daniel Tavares nasceu quando as melhores bandas estavam sobre a Terra (os anos 70), não sabe tocar nenhum instrumento (com exceção de batucar os dedos na mesa do computador ou os pés no chão) e nem sabe que a próxima nota depois do Dó é o Ré, mas é consumidor voraz de música desde quando o cão era menino. Quando adolescente, voltava a pé da escola, economizando o dinheiro para comprar fitas e gravar nelas os seus discos favoritos de metal. Aprendeu a falar inglês pra saber o que o Axl Rose dizia quando sua banda era boa. Gosta de falar dos discos que escuta e procura em seus textos apoiar a cena musical de Fortaleza, cidade onde mora. É apaixonado pela Sílvia Amora (com quem casou após levar fora dela por 13 anos) e pai do João Daniel, de 1 ano (que gosta de dormir ouvindo Iron Maiden).
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