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Neófito: Entre a realidade e o Death Metal

Por Vitor Franceschini
Fonte: Blog Arte Metal
Postado em 11 de julho de 2012

Formada por Rafael Ghisland (vocal/guitarra), Rafael Tizatto (guitarra), Thiago Tigre (baixo) e Guilherme Letti (bateria) a banda Neófito trilha pelos caminhos do Death Metal desde o longínquo ano de 1994. Como quase todos no underground sofreu com as intempéries de conciliar o trabalho musical com os particulares, mas mesmo assim conseguiu manter um pequeno feche de luz que acabou a trazendo de volta em 2009. Aliando a brutalidade do estilo com leves toques de Doom Metal, o grupo acaba de lançar "Abused", seu quarto trabalho entre demos, ep e álbum oficial. Conversamos via e-mail com o baterista Guilherme que nos contou mais detalhes sobre o novo EP entre outros assuntos que envolvem a banda.

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A Neófito está na ativa há quase 20 anos, mas depois de ter lançado a demo "The Neophyte of Tomorrow" (1996) vocês só retornaram com um novo trabalho em 2010, com o álbum "Eternal Suffering". O que houve durante este tempo, vocês estavam na ativa?

Guilherme Letti: Na verdade não, a Neófito ficou 11 anos na gaveta, de 1998 até 2009 enquanto trabalhávamos em outros projetos. "The Neophyte of Tomorrow" foi lançado em 1994, em 1995 lançamos outra demo "Live Caráh", o "Eternal Suffering" foi gravado em 1996, onde apenas algumas promo tapes foram distribuídas e saímos na coletânea "Underfusion One" (1996) pouco antes da banda acabar. Em 2009 resolvemos ressuscitar a Neófito, fazendo alguns shows com as músicas do "Eternal Suffering" e resolvemos relançá-lo uma vez que sua distribuição em 1996 foi bem pequena.

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Falando em "Eternal Suffering", por que a banda, mesmo com suas qualidades explícitas, só conseguiu gravar um álbum oficial após 16 anos de luta no underground?

GL: Como disse anteriormente, "Eternal Suffering" foi gravado em 1996, o relançamento em 2010 foi uma forma de mostrarmos que estamos de volta com força total.

E como foi a repercussão de "Eternal Suffering"?

GL: Em 1996, apesar da pouca divulgação foi excelente, recebemos diversas propostas de gravadoras dispostas a lançar esse disco, mas estávamos envolvidos com outros projetos, filhos, profissões e optamos por tomar outros caminhos. E agora em 2010 com o relançamento ficamos bastante surpresos de como esse álbum ainda estava atual e de como a Neófito conseguiu agradar o pessoal mais jovem mesmo com um álbum gravado 14 anos antes.

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Como foi o processo de composição do novo trabalho "Abused"? Há alguma música que entraria em "Eternal Suffering" e ficou de fora que acabou entrando no EP?

GL: Foi de muita pesquisa, estudo, conversa, tentativa e erro. Acho que fizemos umas 20 músicas, pedimos a opinião de muita gente, para no final escolhermos apenas o que realmente nos agradou. Estávamos muito preocupados como esses novos sons iriam soar, e depois de tanto tempo, mas também não queríamos nos prender ao passado da banda, queríamos achar uma nova identidade e "Abused" esta aí. Não resgatamos nada de material antigo, no início até pensamos em fazer isso, mas depois percebemos que as coisas novas que estávamos criando tinham mais qualidade e soavam mais de acordo com essa nova identidade.

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Quais as principais diferenças você vê entre os dois trabalhos?

GL: Basicamente duas: Integrantes e tecnologia. Quando gravamos "Eternal Suffering", eu tinha 15 pra 16 anos e minha visão sobre o mundo e minha experiência como músico eram uma coisa, hoje com 32 minha forma de enxergar esse processo é bem diferente, acho que o mesmo aconteceu com o Ghislandi. Em 1996 tínhamos todos mais ou menos a mesma idade e em "Abused" o Tizatto e o Thiago são mais novos, a energia é outra, quando gravamos "Eternal Suffering" o Tizatto tinha 8 anos e o Thiago 10, acho que isso refletiu bastante em "Abused", foi muito rico essa troca de percepções, musicalidade, a maneira de enxergar o trabalho. E em relação à tecnologia, pois em 1996 gravamos todo o álbum de maneira analógica e em rolo, hoje você consegue extrair uma qualidade muito superior com menos recurso.

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Explique-nos a temática das letras de "Abused" e o que a banda pretende passar com elas.

GL: Fomos muito influenciados por Pablo Gomes (jornalista do Diario Catarinense), tínhamos uma entrevista agendada com ele e Pablo foi nos entrevistar na minha casa, onde ensaiávamos. Porém, ele havia recém chegado de Porto Príncipe no Haiti e estava com a cabeça que era um turbilhão por causa das barbaridades que havia presenciado lá. Aí ele começou a nos contar histórias como a dos "Rest Avec" (crianças que eram vendidas como escravos para famílias mais abastadas pela quantia média de R$7,00), um local chamado "cozinha do inferno", onde crianças brincavam e comiam junto com os porcos, comentou também que o lixo no Haiti é um lixo muito pobre, não existe restos de arroz, feijão e iogurte, por exemplo, então as crianças se alimentavam de bolinhos de barro feitos nesse lixão e chupavam cana de açúcar e que hoje o Haiti é um dos países mais miseráveis do planeta etc. Eu pensei um pouco, olhei pra ele e disse "isso ai da Death Metal cara!" Ai ele nos enviou diversas fotos e vários artigos de onde tiramos as ideias das letras.

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O som de vocês sempre se caracterizou por não soar sempre veloz. Mesmo fazendo Death Metal, vocês sempre penderam para um lado mais Doom Metal, inclusive no último EP. Explique-nos a que se deve esse fato e quais as principais influências da banda.

GL: Na década de 90 foi o auge das grandes bandas Doom e fomos influenciados por aquela leva de bandas. Quando saiu o "Gothic" (1991) do Paradise Lost eu pirei, ai depois com bandas como Anathema, Tiamat, entre outras foi impossível não nos deixar influenciar. E o Tizatto também antes de entrar pra Neófito tocava na Lamúria, excelente banda de Doom metal.

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Como tem sido a repercussão de "Abused" até o momento?

GL: Estamos contentes com os resultados, já saíram algumas resenhas bem positivas, estamos conversando bastante com as pessoas para sabermos no que acertamos e no que precisamos melhorar, mas no geral as críticas tem se mostrado bem satisfatórias.

Como o público tem reagido às novas músicas nos shows e como está a agenda de vocês?

GL: O público ainda pira mais nas músicas do "Eternal Suffering" que são mais conhecidas. Agora é que as pessoas estão começando a escutar "Abused", afinal esse EP saiu agora em maio de 2012, faz apenas 1 mês que esta circulando na web, fizemos apenas 1 show tocando esses sons, (o pessoal pode conferir no You Tube) porém, o público esta reagindo bem, a gente percebe uma certa nostalgia no público mais antigo e também percebe a excitação da gurizada. Creio que estejam curtindo, mas ainda estamos antenados nos feedbacks da galera. Nossa agenda é bastante complicada, pois temos nossas famílias e profissões que acabam sendo um pouco negligenciadas para que consigamos levar adiante a Neófito. Nesse momento o Ghislandi esta fazendo uma segunda especialização que esta tomando bastante o seu tempo, então no próximo ano nossa agenda terá que respeitar as limitações de tempo dele.

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Quais os planos da banda? Podem nos adiantar algo sobre um possível álbum novo?

GL: São tantos planos, tantos quereres... Geralmente trabalhamos em cima de um planejamento anual que elaboramos em grupo na forma de plano de negócio, mas queremos continuar compondo e gravando novos sons, o Thiago já quer lançar outro álbum no início de 2013, temos vários novos sons engatilhados, queremos tocar em alguns festivais que temos como referência, queremos excursionar pelo Brasil e fora dele, queremos tocar com nossos ídolos como foi com o Sepultura, queremos continuar a trocar experiências com outras bandas e com o público, mas creio que acima de tudo, queremos continuar sendo um grupo de grandes amigos que se respeitam, se ajudam a suportar as dificuldades da vida, se auxiliam no crescimento pessoal, enfim, queremos continuar sendo essa família que é a Neófito.

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Muito obrigado, deixe uma mensagem.

GL: "Eu jamais iria para a fogueira por uma opinião minha, afinal, não tenho certeza alguma. Porém, eu iria pelo direito de ter e mudar de opinião, quantas vezes eu quisesse. Temos a arte para não morrer da verdade e sem a música, a vida seria um erro." Filósofo alemão: Friedrich Nietzsche. Vídeos, Fotos, Download do EP, entre outras informações no nosso facebook: www.facebook.com/neofitometal - Curtam! Abraços!

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Sobre Vitor Franceschini

Jornalista graduado tem como principal base escrever sobre Rock e Metal, sua grande paixão. Ex-editor do finado Goredeath Zine, atual comandante do blog Arte Metal, além de colaborador de diversos veículos do underground.
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