Drive Sex: Hard Rock visceral fabricado no Ceará
Por Ben Ami Scopinho
Postado em 22 de setembro de 2009
Pelas informações recolhidas, parece que o underground nordestino vem parindo interessantes grupos de Hard Rock nos últimos tempos. Se assim for, com certeza o Drive SEX é um dos precursores que, por incrível que parece, está liberando o primeiro álbum do gênero na história do estado do Ceará.
"Drive SEX" é um disco independente e confeccionado de forma bastante simples, mas sua música é honestíssima e consegue fugir dos manjados padrões oitentistas do gênero. Assim sendo, o Whiplash! foi conhecer melhor a banda, atualmente formada por e Saron (voz), Junior Rock (guitarra), Rafael Balboa (guitarra), Filipe Bocão (baixo) e Anderson Guerra (bateria).
Whiplash!: Olá pessoal! O Drive SEX é um novo nome que está estreando agora em disco. Que tal começarmos com uma breve história da banda?
Drive SEX: Em dezembro de 2005, a dois dias do Natal, eu (Saron), em uma noite entediante, escrevi sobre coisas que não faziam muito sentido, idéias perdidas. Parei por uns instantes, peguei o violão e tentei transformar em uma música. Esta seria a primeira do Drive SEX, "Viver e Morrer", e que iria motivar o nascimento do projeto.
Drive SEX: No início do ano seguinte, junto com o guitarrista JP Taleires, gravamos o CD-Demo com cinco faixas que tiveram uma boa aceitação no underground de Fortaleza. Fizemos vários shows, vídeos e etc. Depois de mudanças na formação, finalmente gravamos o primeiro álbum, que considero no momento a nossa maior conquista. Hoje a banda conta com Junior Rock (guitarra), Anderson Guerra (bateria), Filipe Bocão (baixo), Rafael Balboa (guitarra) e Saron (voz).
Whiplash!: Há tempos que o nordeste se tornou conhecido por ser um forte nicho do Heavy Metal extremo. É claro que sempre haverá espaço para todos, mas como é tocar Hard Rock por aí?
Drive SEX: É bem interessante e, por incrível que pareça, hoje vivemos no nosso estado uma grande onda hard rocker. Muitas bandas do gênero estão nascendo, tanto autorais como covers. Isso tem ajudado bastante, pois há três anos atrás as pessoas ainda estranhavam quando ouviam falar de uma banda de Hard.
Whiplash!: O release do Drive SEX afirma que sua música é 'adaptada à realidade do rock atual'. Mas, por mais que muitas das bandas atuais se mascarem de rebeldes, a atual realidade do rock está falida sob vários aspectos. Afinal, qual o diferencial de sua música?
Drive SEX: Eu acho que nosso som é honesto, evitamos rechear as músicas de clichês e fazer batidas muito manjadonas. Adoramos o estilo, mas certos elementos já não fazem sentido hoje em dia por vários motivos. Basicamente trabalhamos no que existe de visceral, o que está no estilo e que nunca vai sair, mas o que marcava ‘a época’ não podemos forçar. Não estamos mais em 1980 e acredito que tentar fazer exatamente o que tantos gênios já fizeram não chamaria tanto a atenção e provavelmente não ficaria tão legal.
Whiplash!: Entre bebidas e amores que nunca poderiam dar certo, vocês encaram o sexo e palavrões frequentemente. Ou seja, uma 'vida de putaria'. Cara, aquela mensagem na contracapa, informando que o CD foi 'Fabricado por Vida Cristã Music', com CNPJ e sei lá mais o quê... Aquilo é provocação, certo?
Drive SEX: Hahaha! Isso é uma longa história, mas vamos contar aqui. Bem, quando procuramos uma fábrica para fazer os CDs, essa Vida Cristã Music foi a que apresentou melhor custo/beneficio, e sabemos que grana para bandas independentes não é tão fácil. Só que chegando lá, vimos que se tratava de uma fábrica de CDs gospel!
Drive SEX: A vontade de rir foi grande, mas piorou quando o cara abriu a capa do CD para ver como era, rolou olhares de repreensão e até imaginamos que não fariam o trabalho, mas o cara engoliu seco e o fez. Só que na hora de colocar o nome da fábrica, ele perguntou se queria que colocasse, aí falamos que poderiam colocar sim, sem problemas. Mas acho que eles não curtiram a idéia, acho que foi o tipo da pergunta feita para se ouvir um ‘não’ como resposta... Enfim, ficou essa subliminar aí, hehehehe!
Whiplash!: O guitarrista Jam caiu fora logo depois do lançamento do CD. Achei muito boa sua parceria com Júnior Rocks... O que rolou?
Drive SEX: Jam é um ótimo guitarrista e ele somou muito à banda, mas tivemos problemas de relacionamento devido a excessos. Estava difícil se comunicar com ele e certas mudanças de comportamento estavam atrapalhando os ensaios, shows e etc. Então, em seu lugar entrou Rafael Balboa, que se mostrou interessado no projeto e teem feito ótimas apresentações com a banda.
Whiplash!: A voz 'resmungona' de Saron é versátil e bastante distinta, se encaixando perfeitamente na proposta da banda. Quais as influências de seu vocalista?
Drive SEX: Eu sempre gostei de Judas priest, acho que foi a grande influência, sempre ouvi Guns, AC/DC, Skid Row e etc, mas acredito que a voz de Rob Halford foi a que mais admirei. Ouvir Judas Priest me ajudou muito.
Whiplash!: A capa de seu debut é (literalmente!) deliciosa. Houve alguma modelo posando? Se houve, imagino que tenham feito alguns testes de seleção, ahaha!
Drive SEX: Bem que tentamos, mas acredito que faltaria profissionalismo para se controlar e apenas fotografar, hehehehe! Então decidimos contratar os serviços do desenhista Daniel Brandão, um excelente profissional que ficou responsável pela ilustração da capa. Ficamos muito satisfeitos com o resultado e até aqueles que não são fãs da banda também, hehehe.
Whiplash!: Me diz aí: "Drive SEX" é realmente o primeiro álbum de Hard Rock liberado por uma banda do Ceará?
Drive SEX: Quando começamos a gravar o álbum, fizemos uma pesquisa e não encontramos nenhum registro de banda de Hard Rock de nosso estado em ter lançado um disco. Houve de Rock´n´Roll e etc, mas de Hard não encontramos nenhum. É bem estranho, pois temos muitos músicos de qualidade por aqui. Espero que o nosso trabalho motive as bandas do gênero para também terem seus materiais gravados e tocando por aí.
Whiplash!: Infelizmente, o brasileiro médio que curte Rock´n´Roll não tem muito apreço pelas bandas de seus próprio país, e menos ainda pelas que se prontificam a cantar em português. Neste sentido, como vem sendo a recepção de "Drive SEX" pelo público?
Drive SEX: Tem sido bem interessante, no começo as pessoas estranham, mas parece que rapidamente se acostumam à idéia e até hoje não vi nenhum comentário negativo por conta das letras em português. Acredito que para alguns é até mais legal, o problema é que deve ser meio complicado para ouvir musicas como "Fica aí de Quatro" no som da sala de casa, hehehe.
Whiplash!: Curiosamente, os gringos parecem adorar nossa música. Lembro-me que os norte-americanos do Living Colour ficaram fascinados pelo Maracatu do Chico Science e Nação Zumbi, e algumas gravadoras gringas já se interessaram em relançar álbuns obscuros e pré-históricos do início do rock verde-amarelo. Afinal, a que você acha que se deve tanta aversão por parte dos brasileiros ao que é feito em seu próprio país?
Drive SEX: Nós temos muitos artistas talentosos e acreditamos que parte disso seja devido às grandes limitações em nosso país. Crescemos sem aulas de Música, aprendemos a tocar sem grandes professores e trabalhamos muitas vezes com o mínimo de recursos. Deve ser realmente impressionante pra eles assistirem shows de artistas de países como o nosso e ver que, mesmo não tendo tanto acesso à tecnologia e material, nós conseguimos fazer um som com qualidade igual ou superior.
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Whiplash!: Ok, pessoal! Agradeço pela entrevista e, como sempre, desejando boa sorte a vocês. Fiquem à vontade para os comentários finais!
Drive SEX: Primeiramente, gostaria de agradecer a você e a toda a equipe do Whiplash! por essa oportunidade de estar mostrando um pouco da nossa história, agradecer aos fãs e amigos que estão sempre apoiando e nos motivando a continuar nosso trabalho. Em breve estaremos lançando material novo e esperamos um dia voltar aqui para trocar mais idéias com você! Abração!
Contato:
http://www.myspace.com/drivesex
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