Kamelot: Khan fala de DVD no Brasil e dueto com Simone Simons
Por Thiago Sarkis
Postado em 01 de dezembro de 2005
O Kamelot está a caminho do Brasil. A banda norte-americana que há dez anos vem apresentando consistência admirável em estúdio e conquistando uma ótima reputação ao vivo, toca em São Paulo e no Rio de Janeiro, respectivamente nos dias 03 e 04 de Dezembro. Acompanhados pelo Epica, eles repetem, nas duas maiores capitais brasileiras, o sucesso absoluto da parceria de duetos vocais e grandes shows. Pra completar, ainda estarão gravando material para o seu primeiro DVD. Antes dessa esperada turnê, conversamos brevemente com o vocalista Roy Khan, considerado por muitos como uma das maiores revelações do metal nos últimos anos.
* Fotos por Thiago Pinto Corrêa Sarkis e site Rafabasa – www.rafabasa.com
Whiplash! – "The Black Halo" é, na minha opinião, o melhor álbum do Kamelot, e um dos grandes destaques de 2005. Como foi o processo de composição para o disco? Quando vocês o iniciaram?
Roy Khan – Nós somos bem rápidos com isso. Logo após o lançamento de "Epica", já tínhamos algumas idéias prontas para o próximo álbum. Fizemos ótimas turnês e festivais, e durante este período desenvolvemos um pouco mais vários detalhes. Quando saímos do México, depois de tocarmos com o Cage por lá, concentramos tudo nas composições até chegarmos ao melhor para as músicas. Aí foi só preparar o ‘track list’, acertar um ou outro aspecto de produção e orquestração com Miro e Sascha Paeth, e também algumas partes que achávamos que poderiam ficar ainda melhor. Falando assim, parece que é simples (risos), mas não, o trabalho foi duro para chegar ao resultado final, e estamos muito felizes com o que conseguimos. A repercussão de "The Black Halo" foi excelente, e não por acaso estamos indo pela primeira vez ao Brasil.
Whiplash! – Você comentou da produção de Miro e Sascha Paeth... e esta não é a primeira vez que o Kamelot une forças a eles. O que pode nos dizer sobre ambos e este trabalho conjunto já duradouro?
Roy Khan – Eu diria que nós entregamos os diamantes brutos até Miro e Sascha, e eles os transformam em pedras preciosas e brilhantes. O conhecimento destes caras é assustador, e eles sabem o que fazer para levar o material a um outro nível. Neste álbum, Miro foi especialmente importante nas orquestrações, por sua experiência nesse campo, a atenção dada a cada parte de violino que incluíamos, e também às passagens sinfônicas. São músicos incríveis, e grandes profissionais.
Whiplash! – Eu imaginava que você fosse falar das orquestrações, e aí mora uma questão em relação ao Kamelot ao vivo. Tive a oportunidade de acompanhá-los na Bélgica, e matar a curiosidade de ver toda a grandiosidade de estúdio reproduzida no palco. Porém, é bem mais orgânico, não? Alguns elementos soaram ainda melhores...
Roy Khan – Você esteve no Graspop, então? Aquele foi um dos melhores festivais em que já tocamos. Realmente me lembro de algumas fotos do show que vieram do Brasil. (N. do E.: Roy se refere à Galeria de Fotos do Kamelot publicada pelo Whiplash!). Bem, o importante para nós ao vivo é que não percamos a intensidade e força das músicas, e nem deixemos as emoções de lado. Reproduzimos o máximo possível das orquestrações no palco, e em outras partes fazemos alterações que não prejudicam o andamento das músicas. Como você disse, fica mais orgânico mesmo. No Brasil, teremos um trabalho especial nas partes orquestradas. Quando decidimos que Oliver Palotai (N. do E.: tecladista) estaria conosco, foi pensando nesses shows, e agora ele é um membro fixo do Kamelot.
Whiplash! – Aliás, o Kamelot só teve tecladistas como membros fixos nos três primeiros álbuns com David Pavlicko, e no ao vivo "The Expedition" com Günter Werno. Por quê essa dificuldade na manutenção de um músico tão importante dentro da sonoridade da banda?
Roy Khan – Sinceramente não sei (risos). Talvez pelo fato de conseguirmos, em estúdio, trabalhar nas partes de teclados com a mão de obra e os músicos que já temos. Assim foi em "Karma", "Epica", e "The Black Halo". Porém, ao vivo as coisas mudam, e principalmente nessa atual turnê, vimos que havia a necessidade de um trabalho especial, com um membro fixo que nos conhecesse, estivesse conosco na estrada. Já havíamos trabalhado Oliver, e gostamos muito de sua musicalidade e maneira de tocar. Fizemos alguns shows ainda sem tê-lo como membro fixo, mas ele se mostrou o músico ideal para nós.
Whiplash! – A turnê do Kamelot é muito esperada por aqui, e vocês estarão acompanhados pelo Epica. Simone Simons nos falou um pouco sobre a colaboração mútua das bandas... e você, como viu essa parceria construída com eles?
Roy Khan – A relação entre as bandas foi crescendo com o tempo. Eu gostei muito do convite de participar de "Consign To Oblivion", e queria mesmo gravar a música "Trois Vierges" com Simone. Aproveitamos um momento em que gravávamos próximos, na Alemanha, e fizemos esse trabalho juntos. Depois vieram os shows, e revelou-se uma imensa força na combinação dos dois grupos num mesmo palco, no mesmo dia. Vocês poderão comprovar isso agora nos shows que faremos. É incrível cantar os duetos com Simone. "The Haunting" fica ainda mais intensa ao vivo, e teremos outros grandes momentos e surpresas para os brasileiros, não tenha dúvida.
Whiplash! – Antes da sua entrada, o Kamelot gravou dois álbuns com o vocalista Mark Vanderbilt. Como é o seu contato com esse material?
Roy Khan – Eu já gostava muito do Kamelot antes de entrar na banda. Mark é um ótimo cantor, e na época o que aconteceu é que a banda precisava de uma nova voz. Gosto de várias músicas de "Eternity" e "Dominion", mas atualmente temos cinco álbuns de estúdio e não podemos deixar as grandes canções de "Siege Perilous", "The Fourth Legacy", nem de qualquer outro álbum mais recente, de fora. Estaremos gravando material para nosso primeiro DVD aí no Brasil, e executaremos um poderoso set
Whiplash! – Obrigado pelo tempo Roy. Até os shows no Brasil...
Roy Khan – Nos vemos aí! Estamos ansiosos para tocar pra todos vocês. Nos preparamos bastante e aguardamos há muito tempo por esse momento.
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