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Pain Of Salvation: Entrevista exclusiva com Daniel Gildenlöw

Postado em 16 de junho de 2002

Entrevistador: Thiago Corrêa

O progressivo é com certeza um dos meios que mais cresceu dentro do metal. O estilo passou de uma cena limitada, totalmente ‘underground’, a uma divulgação considerável, alcançada dentre outras razões, pelo reconhecimento expressivo do trabalho de Queensryche e Fates Warning, e posteriormente pela explosão de bandas como Dream Theater e Symphony X. Aliás, talvez sejam estes últimos, os dois maiores expoentes da segunda era do ‘prog metal’, como é conhecido.

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Contudo, uma ‘nova geração’ parece estar surgindo e já podemos falar com segurança de uma terceira grande referência, que consiste no conjunto sueco Pain Of Salvation.

Liderado por Daniel Gildenlöw, o grupo mostra de maneira única e altamente original, uma confluência de tendências, progressivas ou não, acrescidas de intensas emoções e climas, e de um elevado grau de inovação e teor realmente revolucionário.

Todo o falatório sobre o Pain Of Salvation fica bem explicado e ganha razões ainda mais contundentes nas palavras de seu líder. Em entrevista ao Whiplash!, Gildenlöw, bastante simpático, usou de sinceridade extrema e mais uma vez, deixou mensagens que são na verdade, sérias candidatas a boas reflexões e ótimos debates.

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WHIPLASH! - O Pain Of Salvation está na estrada há vários anos. Contudo, o sucesso da banda é muito explosivo e recente. Você estava preparado pra isso? Como você está trabalhando com este crescimento da banda?

Daniel Gildenlöw / Bem, na verdade as coisas vêm crescendo gradual e perpetuamente desde nosso primeiro álbum. Primeiramente nós tocamos por anos antes de decidirmos gravar nosso primeiro álbum, e daí tivemos mais sucesso a cada álbum. Então tivemos tempo para nos acostumar com isso, e todo passo a frente foi sentido naturalmente. Eu acredito na minha música e no Pain Of Salvation, e dessa convicção, se não vier uma expectativa, então vem ao menos uma preparação para se chegar a algum lugar.

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Quando nós ensaiamos, gosto de começar com uma hora apenas de jam e tentativa de idéias estranhas e estilos musicais. Quando éramos garotos (aqueles de nós que estavam na banda na época) ensaiávamos várias vezes toda semana, e os ensaios poderiam freqüentemente passar de dez horas cada. Uma banda não é melhor que sua habilidade de tocar bem junta. Agora nós alcançamos um nível onde soamos muito bem mesmo sem ensaiarmos; nós podemos nos encontrar em nosso quarto de estúdio depois de meses e soará excelente de qualquer maneira – mas nós ainda necessitamos desses ensaios, pois muito de bom sai daí, musical e socialmente.

WHIPLASH! – O álbum "The Perfect Element Part I" parece ter definitivamente ajudado a banda a obter mais sucesso. Muitas pessoas dizem que se trata de um álbum clássico para os fãs de metal progressivo. Como você vê isso? O que você pensa que causou tanto sucesso?

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Daniel Gildenlöw / Eu acredito que "The Perfect Element Part I" é nosso segundo melhor álbum, depois de "Remedy Lane", e minhas exigências são muito altas. Acho que entendo essas pessoas completamente, mesmo que eu espere que seja um clássico também para pessoas de fora do gênero prog metal. Como eu mencionei, cada álbum que fazemos vende mais que seu antecessor. Algumas pessoas sempre reclamarão que os primeiros álbuns são os melhores, e outras que os novos são melhores, mas no final das contas acho que nosso crescimento constante e sucesso, deriva do fato de que mais pessoas sabem sobre nós.

WHIPLASH! – Em sua opinião, o que é realmente necessário ou seria então um álbum clássico para aqueles que gostam de metal progressivo?

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Daniel Gildenlöw / Se eles realmente gostam do típico metal progressivo, acredito que deveriam comprar Symphony X ou algo como Zero Hour, dependendo se curtem mais o aspecto power ou técnico. Pra mim, eu não compraria nenhum deles. Eu procuraria por "Rage For Order" do Queensryche ou "Images & Words" do Dream Theater. Porque? Porque eles soam originais. Essa deveria ser a principal preocupação de todos, se pretendem gostar de "progressividade", do constante movimento e desenvolvimento, de idéias inovadoras. Mas para ser sincero, eu recomendaria a todo fã de música procurar experiências fora do gênero do qual tem mais conhecimento. Pegue "Abbey Road" dos Beatles, "Little Earthquakes" de Tori Amos, "Jesus Christ Superstar" de Andrew Lloyd Webber (ou até melhor, "Chess" de Andersson/Rice/Ulvaeus, se você está pronto para estruturas mais sutis com várias subcamadas), "Album Of The Year" do Faith No More, "California" do Mr. Bungle, ou "Grace" de Jeff Buckley. Hei, por quê não passar um dia alternando entre Elton John, Meshuggah, Dolly Parton, ELO e Limp Bizkit? (Se você tende a rir de forma patronizadora e balança sua cabeça neste momento, então cuidado pra não criar uma cabeça fechada).

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WHIPLASH! – Aproveitando a deixa, há muitas pessoas dizendo que alguns membros do Pain Of Salvation não gostam realmente de metal progressivo e que, atualmente, vocês estão ouvindo new metal ou bandas de alternativo. Isso é verdade? Se sim, isso influenciou o som do grupo ou é só para divertimento?

Daniel Gildenlöw / Eu ouço muitas coisas. Acho que essa deveria ser a regra número um para qualquer pessoa interessada em música. Agora mesmo eu tive um momento de Beatles, Jeff Buckley e Vartinna (crossover folk music da Finlândia). O que você fala provavelmente vem de um incidente específico. Eu disse alguns meses atrás que gosto de Limp Bizkit - pouco sabia eu o quão isso era proibido. Eu não fazia idéia que o gênero progressivo era deste nível de ridículo. Não posso fazer nada se o "nu metal" é aparentemente menos obcecado do que o gênero para "pessoas pensantes", com o que pode e o que não pode ser feito. "The Chocolate Starfish and the Hot Dog Flavoured Water" do Limp Bizkit é um exemplo maravilhoso de estilos mixados de um modo progressivo; mantém os elementos de rap mixados com metal, mas também tem ótimas passagens sinfônicas, algumas influências de folk americano e grandes partes de quatro harmonias vocais. Espero que qualquer um que zombe deste álbum saiba disto, e tenha levado tempo escutando as músicas para chegar a conclusões sobre elas.

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WHIPLASH! – Voltando a "The Perfect Element Part I"... Apesar da boa aceitação e de praticamente todos dizerem que é um grande álbum, alguns fãs não gostaram tanto do disco. Eles dizem que é muito comercial. Você concorda com eles? Na sua opinião, há realmente uma diferença entre este álbum e os dois que o antecederam?

Daniel Gildenlöw / Eu não concordo, mas se essa é a opinião deles, então eu respeito. Nós todos estamos diferentes. Há uma diferença entre cada álbum que fizemos. Cada um tem sua própria personalidade. Pessoalmente o que menos gosto é "One Hour By The Concrete Lake" (mas ainda assim gosto bastante dele), porque é o mais comercial de nossos álbuns, de acordo com a minha definição de comercial. Você tem que notar que pode se ser comercial mesmo num gênero pequeno como o metal progressivo. Há uma série de coisas que você pode fazer para vender mais álbuns no gênero progressivo. E as regras para isso não se apresentam na definição usual da palavra "comercial".

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Para uma banda de metal progressivo nós somos pouco convencionais e tudo, mas comercial. Quando criei "Ashes" achei que seria um suicídio comercial no prog metal; uma música com três acordes básicos se repetindo e se repetindo. Mas eu queria mostrar que a progressividade não tem que surgir de muitos acordes e mudanças de ritmo; você deve seguir as pretensões da música. Há muitos níveis na música onde você pode quebrar barreiras e ser empolgante.

Quando "Ashes" saiu, se tornou a música do ano na Perpetual Board, a maior comunidade de metal progressivo da Internet. Vitória. Eu poderia acrescentar que nós temos ouvido praticamente apenas coisas positivas sobre nosso desenvolvimento musical. Para cada um que prefere os primeiros lançamentos, há vinte pessoas que preferem os novos álbuns, incluindo muitos de nossos maiores e antigos fãs.

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WHIPLASH! – Depois de um álbum com tantas repercussões, todos estavam esperando pela segunda parte de "The Perfect Element" e vocês acabaram lançando "Remedy Lane". Houve uma mudança de planos ou essa foi a proposta inicial do grupo? Nós podemos esperar "The Perfect Element Part II" como próximo álbum?

Daniel Gildenlöw / Nós queríamos ter um álbum lançado para a turnê com o Dream Theater e por razões diferentes, sentimos que não havia tempo suficiente para finalizar a segunda parte de "The Perfect Element" em tempo para os shows. E há muito eu pensava em fazer um álbum como "Remedy Lane", bastante íntimo, próximo da natureza humana, tratando de amor, relações e a complicada visão no sexo imposto a uma criança em crescimento atualmente. Eu estou trabalhando em "The Perfect Element Part II", mas não posso prometer que será nosso próximo álbum. Nós temos algumas coisas mais debaixo de nossa manga também.

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WHIPLASH! – Você não está com medo que essa mudança de planos cause algum tipo de problema, com vendas, por exemplo? Não seria o momento de usar a boa repercussão de "The Perfect Element Part I" para lançar um álbum que mantém este conceito, como uma segunda parte?

Daniel Gildenlöw / Bem, nas duas primeiras semanas, "Remedy Lane" vendeu duas vezes o número de cópias que "The Perfect Element Part I" vendeu em mais de um ano. Então parece ter funcionado muito bem. Nós tentamos nunca nos preocupar com as expectativas e demandas que estão a nosso redor.

/ O Pain Of Salvation é uma banda formada por um desejo de caminhar à sua própria maneira, e é assim que funcionamos. É isso que faz a banda ser única e original, e é uma das maiores razões para nosso desenvolvimento e sucesso.

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WHIPLASH! – Algo interessante é que "Remedy Lane" parece voltar a trabalhar na linha adotada pela banda em "One Hour By The Concrete Lake" e "Entropia". Vocês tinham planos de fazer isso? Como foi o processo de composição para esse novo álbum?

Daniel Gildenlöw / Eu vejo "Remedy Lane" como uma explicação para os outros álbuns. Ele é em parte baseado em experiências autobiográficas, e alguns dos eventos descritos tiveram influência na criação de alguns aspectos de nossos primeiros álbuns. Acabou sendo natural pôr algumas referências a eles. Mais ou menos, todo pedaço de trabalho criado neste mundo tem algum tipo de referência ao seu criador. É apenas uma questão de o quão clara está esta conexão para quem recebe o trabalho, e às vezes até mesmo para o criador. Eu quis ser honesto o bastante para mostrar a conexão.

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O processo de composição foi bem rápido. Eu fiz este álbum por instinto, vamos assim dizer. Ele foi me conduzindo e eu o segui, agrupando cuidadosamente e pensativamente, sem organizar demais ou excluir coisas muito rapidamente. Eu sempre quero ter uma mente aberta e deixar o máximo possível que a música decida por onde ir.

WHIPLASH! – Alguns fãs de "The Perfect Element Part I" não tiveram boa aceitação para com este novo álbum, "Remedy Lane". Você esperava por isso? "Remedy Lane" é um álbum de mais impacto e complexidade que "The Perfect Element Part I"?

Daniel Gildenlöw / Mais uma vez, sempre terão pessoas esperando algo diferente daquilo que você está fazendo. Se você tenta agradar a todos, então não haverá nada de você mesmo no final, e quem se beneficiaria com isso? Na verdade eu não ouvi muito desapontamento até agora, e as reclamações só vêm diminuindo. Cada álbum que fazemos vem sendo mais complexo que os antecessores, mas a complexidade está escondida mais profundamente e profundamente dentro da estrutura da música. Eu quero que a complexidade seja algo que acompanhe a música, ao invés de fazê-la. Muitas pessoas têm a impressão de que músicas como "Handful Of Nothing" e "To The End" são muito complexas, e elas são, em um modo bem óbvio. Mas a partir do momento em que você aprende aqueles padrões rítmicos, você pode tocá-los no seu sono, é algo mecânico, físico. Quando a complexidade está nas camadas profundas e na alma da música, você pode ter mais dificuldades em notá-la, mas haverá muito a descobrir se você quiser.

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WHIPLASH! – Há comentários de que a banda ficou mais comercial após a saída de Daniel Magdic, que compôs muitas coisas do "Entropia" e algumas do "One Hour By The Concrete Lake", apesar de não ter tocado neste último. O que realmente mudou depois que Magdic saiu da banda e como é a relação entre Daniel e o Pain Of Salvation?

Daniel Gildenlöw / O estilo de Daniel era mais ‘grungy’ e ‘guitary’. Acho que a grande mudança foi o sentimento que tive com "The Perfect Element"; Eu simplesmente decidi fazer um álbum completamente sem compromissos com gravadoras, sem preocupações com expectativas ou medos. "The Perfect Element" foi o primeiro álbum onde nós sentimos que estávamos fazendo exatamente o que queríamos. Esse é um ponto decisivo, creio eu. "Entropia" foi tirado de vários materiais que tínhamos de anos e tivemos um tempo muito curto para gravá-lo. Acabamos não o fazendo do jeito que queríamos. "One Hour..." foi menos concordante, mas mesmo assim adicionamos mais elementos padrões de metal progressivo do que colocaríamos se tivéssemos sido mais valentes, desde que percebemos que esperavam isso de nós. O Japão seguiu pedindo por solos mais harmoniosos e nós olhávamos demais para outras bandas. Daniel estava tocando comigo por doze anos e foi uma decisão muito difícil, mas a banda estava se corroendo por dentro naquele ponto, e acho que foi a direção certa a se tomar. Nós ainda somos bons amigos e ele tem uma nova banda chamada Cudfish.

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WHIPLASH! – Há algo que nunca mudou desde o início do Pain Of Salvation e isso é a atmosfera pesada, obscura, depressiva muitas vezes. De onde vem todo esse sofrimento de sua música? Quais são suas inspirações?

Daniel Gildenlöw / Eu sempre gostei mais de material emocional. Preferia escala menor a maior mesmo quando era garoto; há mais mágica na tristeza que na alegria, talvez seja essa uma das razões. Também, eu quero lidar com tópicos importantes e eles tendem a ser um pouco problemáticos e densos, e acho que música e letras devem andar de mãos dadas. Digo, normalmente você considera um tópico importante porque há algo errado que você quer mudar, então naturalmente isso adicionará uma tensão emocional à música.

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WHIPLASH! – Quais bandas te influenciaram nessas composições com o obscuro e a tristeza?

Daniel Gildenlöw / Sempre gostei de Simon & Garfunkel quando garoto, especialmente "The Boxer" e "Sound Of Silence", mas não interessa quem é o artista. Contanto que você possa ouvir uma alma dolorida tremulando junto com a música, é divino.

A música é tão bonita quando fala a linguagem da íntima alma e das emoções... E ajuda a liberar sentimentos que não podem sair de um outro modo.

WHIPLASH! – Você esteve recentemente em turnê com o Dream Theater. Quando surgiu essa oportunidade e há quanto tempo as bandas mantêm contato?

Daniel Gildenlöw / Mike (N. do E.: Mike Portnoy, baterista do Dream Theater) vem sendo um fã do Pain Of Salvation já por algum tempo, desde "One Hour By The Concrete Lake", ou até mesmo antes disso. Ele queria que nós entrássemos em turnê com eles e achamos que era uma grande idéia. Sei que os outros membros do Dream Theater gostam de nossa música e eles mostraram muita admiração durante a parte final da turnê. Vindo desses caras, nós podemos apenas saudar e ser gratos.

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WHIPLASH! – Como foi essa experiência? O que você pôde notar da audiência? Os resultados da turnê já podem ser observados?

Daniel Gildenlöw / Acho que a coisa mais importante com essa turnê foi a possibilidade de tocarmos para mais pessoas do que nunca antes, e também provar a nós mesmos sermos merecedores de nossa reputação. Nós estávamos preparados para uma platéia dura que só quereria ouvir Dream Theater, mas durante as três primeiras músicas, podíamos ver sempre a face do público indo de relaxada e de uma expressão suspeita a um ar de aprovação, aberto e impressionado.

WHIPLASH! – Como foi a relação entre os membros do Pain Of Salvation e do Dream Theater? Mike Portnoy vem sendo criticado por suas reações em relação a mp3, e algumas também ligadas aos fãs. Apesar dele gostar de sua banda, vocês tiveram algum problema de relacionamento? Quais foram suas impressões?

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Daniel Gildenlöw / Ele é um ótimo sujeito, e pessoalmente só tenho coisas positivas a falar sobre ele. Ele é temperamental quando o assunto é música e especialmente quando as pessoas não se encontram com suas expectativas, mas esse é o trabalho dele, e tem pouco a ver com sua personalidade fora do palco. É uma pessoa muito gentil e sempre tem um sorriso no canto dos olhos.

WHIPLASH! – Como foi o set list nessa turnê com o Dream Theater? Por quanto tempo vocês podiam tocar e quanto tempo vocês tocam usualmente em seus shows?

Daniel Gildenlöw / Os shows mais longos que fazemos duram por volta de duas horas e meia, e ainda assim estamos tirando uma série de músicas que gostaríamos de tocar. Durante a turnê do Dream Theater nós tocamos por quarenta e cinco minutos e foi realmente difícil decidirmos quais músicas tocar. Quero dizer, saímos de cento e cinqüenta minutos para quarenta e cinco minutos tirados de quatro álbuns. E queríamos tocar material de todos os nossos trabalhos.

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WHIPLASH! – Desde o fim de 2000, quando o Symphony X veio ao Brasil, há muitos comentários sobre uma provável vinda do Pain Of Salvation a nosso país. Existe essa possibilidade? Vocês têm planos para isso?

Daniel Gildenlöw / Não temos nada planejado, mas nós adoraríamos tocar aí. Estou falando sério. Venho esperando para tocar no Brasil há anos. O problema sempre é arrumar shows o bastante para pagar a ida e nós não somos tão conhecidos quanto o Symphony X, mesmo que sejamos bem melhores (risos). Precisamos ver o que o futuro nos guarda e continuar torcendo e lutando para que a turnê aconteça.

WHIPLASH! – Ainda neste assunto. Algumas bandas que tiveram o mesmo sucesso rápido do Pain Of Salvation vieram ao Brasil recentemente e fizeram shows que, mesmo bons, deixaram a impressão de serem de grupos iniciantes, sem muito "feeling", etc. O que os fãs brasileiros podem esperar do Pain Of Salvation?

Daniel Gildenlöw / Se e quando nós formos, os brasileiros podem esperar para ver uma banda melhor no palco do que nos álbuns, tenha certeza disso. Nós não nos conformaríamos com nada menos que dar à audiência tudo que temos, pondo bastante energia no palco e sabendo o que estamos fazendo.

WHIPLASH! – Desde o primeiro álbum, a banda vem recebendo ótimo suporte das gravadoras, com ótimo trabalho de divulgação. Já com "Entropia", vocês tiveram lançamento no Japão, na Europa, América do Sul e Estados Unidos. O que você diria que faz todo esse sucesso e qual é a grande coisa em torno do Pain Of Salvation?

Daniel Gildenlöw / O Pain Of Salvation é uma banda real, e estas são raras atualmente. Não somos um projeto, não chegamos a acordos para nos ajustar a qualquer estilo particular e sempre pusemos 200% em tudo o que fizemos. Fazemos nossa própria coisa e a fazemos bem e original, nunca deixando algo pela metade. Em resumo, fazemos tudo de coração inteiro e inspirado. Isso faz a diferença.

WHIPLASH! – Obrigado pela entrevista. O espaço é todo seu.

Daniel Gildenlöw / Obrigado. Estou esperando ir e tocar aí no futuro. Se as pessoas estiverem interessadas, visitem nosso site – http://www.painofsalvation.com (The Kingdom Of Loss): vocês serão sempre bem vindos! Mude o mundo, porque de alguma forma ele o mudará.

Links:

Site Oficial do Pain Of Salvation
Site da Hellion Records
Site Oficial do Cudfish (nova banda de Daniel Magdic)
Perpetual Motion Board (citada por Gildenlöw)
Fã clube Italiano do Pain Of Salvation (fotos)

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